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Risco da dívida portuguesa cai para mínimos de mais de um ano

O diferencial entre os juros da dívida portuguesa e alemã está no valor mais baixo desde Março de 2016, numa sessão em que a 'yield' das obrigações a dez anos segue em mínimos de Outubro.

Miguel Baltazar/Negócios
22 de Maio de 2017 às 15:27
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O risco da dívida portuguesa, medido pelo diferencial entre os juros que os investidores estão dispostos a pagar pela dívida nacional em detrimento da alemã, está a descer esta segunda-feira, 22 de Maio, para se fixar no valor mais baixo desde Março do ano passado.

Este "spread" está a recuar 7,3 pontos para 271,2 – um nível que não era alcançado desde o dia 23 de Março de 2016 – numa sessão em que os juros da dívida portuguesa a dez anos seguem em mínimos de Outubro. A ‘yield’ associada às obrigações alemãs está, pelo contrário, a agravar-se, acompanhando a tendência que se estende à generalidade dos países do euro.

Portugal é, nesta altura, das poucas excepções. Em queda pela quinta sessão consecutiva, a ‘yield’ das obrigações a dez anos desce 4,1 pontos para 3,142% - um mínimo de sete meses – enquanto no prazo a cinco anos o alívio é de 3,9 pontos para 1,571%.

Na Alemanha, os juros da dívida a dez anos agravam-se em 2,4 pontos base para 0,392%, em França sobem 4,5 pontos para 0,852% e em Espanha aumentam 2,5 pontos para 1,604%. Em Itália registam uma descida ligeira de 0,8 pontos para 2,129%.

Esta evolução das ‘yields’ e do risco da dívida portuguesa acontece num dia marcado pela saída de Portugal do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) aberto ao país em 2009.

O fecho deste mecanismo foi proposto pela Comissão Europeia, mas a decisão ainda tem de ser confirmada pelo Conselho da UE.

"Este é um dia importante para Portugal. Recomendamos a revogação do Procedimento por Défice Excessivo para Portugal e esperamos que os Estados-membros apoiem a nossa recomendação. Esta revogação simboliza o caminho muito longo que Portugal e os portugueses percorreram para ultrapassar as dificuldades da crise, inverter a direcção da economia e colocá-la de novo no trilho do crescimento", afirmou esta manhã o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis. 

O ministro das Finanças defendeu esta segunda-feira que a decisão adoptada pela Comissão de tirar Portugal do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) mostra que as contas públicas vão no caminho certo e que nem a injecção de capital da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai interferir nesta trajectória. Mário Centeno avisou, porém, que o rigor nas finanças públicas é para manter.

O presidente do BCP, Nuno Amado, admitiu melhoria no rating do país ainda este ano se a dívida começar a descer e o PIB continuar a crescer num nível elevado.

 

"Se este ano o produto [PIB] continuar a crescer a um nível mais elevado do que a perspectiva das entidades internacionais, e a probabilidade é grande que isso aconteça, e em simultâneo, haja o início de uma redução clara do sentido (...) da dívida publica, eu creio que (...) seria possível fazer este ano [a melhoria da avaliação]", disse.

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