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Saída do PDE "foi uma decisão unânime da Comissão"
Os comissários europeus explicaram esta manhã que o Governo português garantiu que, qualquer que seja o impacto da recapitalização da CGD, não comprometerá a redução sustentada do défice orçamental.
Durante a conferência de imprensa, os comissários foram questionados sobre os riscos relacionados com o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos nas contas públicas portuguesas. Os responsáveis comunitários reconheceram a existência desse risco, mas disseram que, perante os dados que possuem e as garantias do Governo português, a correcção de médio prazo do défice não fica ameaçada.
Tal como o Negócios avançou na sexta-feira, a Comissão Europeia usou os contactos das últimas semanas para pedir ao Governo um défice orçamental em 2017 que defenda o saldo do efeito da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, que pode chegar a 2% do PIB. Mais medidas de consolidação seriam bem vistas, uma vez que com um défice de 1,5%, como previsto no Programa de Estabilidade, poderia elevar o défice global para 3,5% do PIB, acima do valor de referência. E se o défice for de 1,8% do PIB, como previsto pela Comissão Europeia nas Previsões da Primavera, então o desequilíbrio das contas públicas poderia chegar a 3,8%, o que poderia forçar a Comissão a ter de propor uma reabertura do procedimento do PDE em 2018, depois de ter proposto a sua conclusão este ano.
Moscovici notou que "segundo as nossas previsões de Primavera, Portugal colocou o défice abaixo de 3% de forma durável", adiantando que a Comissão pesou os dados que tem em mãos assim como as garantias do Executivo português para concluir que "não se espera que [a decisão do Eurostat] coloque em causa a correcção durável do défice".