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Walmart arrasta Wall Street para o vermelho e levanta preocupações com o consumo nos EUA
A retalhista norte-americana prevê um desacelerar nas vendas e nos lucros no ano fiscal em exercício. As projeções fizeram a Walmart afundar mais de 6% e fizeram o pessimismo regressar a Wall Street.
As bolsas norte-americanas encerraram a sessão desta quinta-feira no vermelho, com os resultados desapontantes da gigante de retalho Walmart a diminuírem o apetite pelo risco dos investidores. Isto, numa altura em que os mercados continuam focados nos avanços e recuos das tarifas de Donald Trump, que estão fazer reinar a incerteza.
O S&P 500 recuou 0,43% para 6.117,52 pontos e quebrou uma série de dois dias consecutivos a bater máximos históricos. Já o tecnológico Nasdaq Composite encerrou a sessão a cair 0,47% para 19.962,36 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cedeu 1,01% para 44.176,65 pontos.
No entanto, as perspetivas para o resultado líquido do ano fiscal que termina em janeiro de 2026 ficaram abaixo das expectativas. A retalhista norte-americana antecipa que, finalmente, a inflação comece a pesar no consumo das famílias dos EUA e que isso se reflita nas vendas da empresa, após vários trimestres em trajetória ascendente.
O pessimismo alastrou-se a outras empresas do ramo do retalho, com a Target e a Costco Wholesale a caírem 1,98% e 2,61%, respetivamente.
"A Walmart tende a ter consumidores mais suscetíveis à inflação e tem-se saído muito, muito bem com a enorme procura dos seus produtos", começa por explicar Mike Dickson, analista da Horizon Investments, à Reuters. Daí, "a fraqueza das suas previsões, combinada com os dados bastante maus da semana passada sobre as vendas a retalho, darem definitivamente aos mercados uma pequena pausa em relação à força do consumidor", conclui.
Os investidores estiveram ainda a reagir às atas da última reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, quando o banco central decidiu manter os juros diretores no patamar onde os tinham colocado em dezembro, entre 4,25% e 4,50%. As atas só vieram reforçar a mensagem que o Presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, tem vindo a passar ao mercado: corte nas taxas de juro só quando a inflação melhorar.