A S&P cortou em dois níveis a avaliação da dívida da Capri Holdings, dona de marcas como a Versace e a Michael Kors, colocando a empresa em nível de investimento especulativo, normalmente designado por "lixo". O corte surge depois de a Fitch também ter classificado a empresa como "lixo".

A agência de notação financeira justifica o corte de BBB- para BB com o fraco desempenho operacional e a elevada alavancagem, o que aumenta o risco de que a Capri possa não conseguir reembolsar os credores. No final de dezembro, a empresa tinha 1,45 mil milhões de dólares em dívida de longo prazo.

A S&P sublinha que a empresa perdeu quota de mercado para os rivais com "passos em falso" e num momento em que a procura por produtos de moda de luxo a nível global está a abrandar.

A agência espera que as receitas da Capri encolham este ano, sendo que esta perspetiva negativa "reflete os riscos no plano da empresa de 'dar a volta' ao negócio no próximo ano de uma forma que seja custo-eficiente".

As ações da Capri estão a recuar 3,19% esta quinta-feira, para os 21,86 dólares, o que coloca o valor em bolsa da dona da Versace nos 2,58 mil milhões de dólares.

A Capri está a ponderar várias opções para algumas das suas marcas após os reguladores dos EUA terem chumbado a fusão de 8,5 mil milhões de dólares com a Tapestry. Já este ano, foi noticiado que a Prada estaria interessada em comprar a Versace.

Este mês, a Capri apresentou as suas perspetivas para este ano que ficaram aquém das expectativas dos analistas. Na altura, a empresa indicou que a reestruturação do negócio demoraria algum tempo.