Os Estados Unidos continuam a tomar a dianteira nas negociações de paz com a Rússia sobre a Ucrânia, nas quais o Presidente Donald Trump diz que Volodymyr Zelensky não tem lugar.

"Acho que não é muito importante ele estar nas reuniões, para ser sincero. Quando Zelensky disse que não foi convidado para a reunião... Não foi uma prioridade, tendo em conta o mau trabalho que fez a negociar até agora", disse Trump à Fox News Radio.

No início da semana, uma delegação norte-americana reuniu-se com dirigentes russos na Arábia Saudita, com a Ucrânia na agenda, depois de Trump ter falado com o líder russo, Vladimir Putin. Nenhum representante ucraniano esteve presente ou participou de alguma forma. 

A abordagem de Trump distancia-se, assim, da do antecessor, Joe Biden, que dizia "Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".

O líder norte-americano tem sido muito crítico de Zelensky, culpando-o por não ter conseguido evitar a guerra - quarta-feira apelidou-o mesmo de "ditador sem eleições". "Ele recusa eleições, está muito fraco nas sondagens ucranianas e a única coisa em que foi bom foi em fazer Biden comer da sua mão", disse.

Mas não tem sido só a Ucrânia a ficar afastada destas negociações. Quando o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, se reuniram em Riade, fizeram-no sem envolver também representantes  da União Europeia.

O assunto levou o Presidente francês, Emmanuel Macron, a convocar duas reuniões de emergência com líderes europeus, para delinear uma estratégia europeia para a Ucrânia à luz das negociações de paz lideradas pelos EUA.