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Ao minuto10.04.2025

Pausa nas tarifas dá balão de oxigénio à Europa. Stoxx 600 tem maior salto desde 2022

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.

Richard Drew/AP
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10.04.2025

Pausa nas tarifas dá balão de oxigénio à Europa. Stoxx 600 tem maior salto desde 2022

Foi o maior salto desde março de 2022. Depois de terem sangrado na quarta-feira, as bolsas europeias voltaram a registar ganhos avultados com o balão de oxigénio da pausa das tarifas recíprocas finalmente a chegar ao Velho Continente.

O "benchmark" da negociação europeia, o Stoxx 600, saltou 3,7% para 487,28 pontos, apesar de ter chegado a disparar mais de 7% durante a manhã. Com os ganhos desta quinta-feira, o principal índice europeu está cada vez mais próximo de apagar as perdas anuais, contando até agora com um saldo negativo de 4%.

Todas as praças e setores terminaram a negociação no verde, com o setor de serviços financeiros e da banca a encabeçarem os ganhos. Estes movimentos acontecem num dia em que Bruxelas seguiu os passos de Washington e anunciou uma pausa de 90 dias às tarifas contra os produtos norte-americanos, abrindo ainda mais espaço para negociação.

"Hoje, assistimos a uma espécie de recuperação mecânica dos mercados em todo o continente europeu. Os investidores estão a reavaliar e a reduzir alguns dos seus receios em relação a uma recessão na Europa", o que impulsionou as ações da região, explica Michael Brown, analista da Pepperstone, à Reuters.

Neste contexto, os investidores estão menos certos que o Banco Central Europeu (BCE) volte a cortar nas taxas de juro já este mês, mas continuam confiantes que a autoridade monetária proceda com mais três alívios até ao final do ano.

Entre as principais movimentações de mercado, a Barry Callebaut afundou mais de 21% e registou o pior desempenho do Stoxx 600, depois de a produtora de chocolates ter revisto em baixa as suas previsões de vendas até ao final do ano, devido ao que diz ser uma "volatilidade sem precedentes" dos preços do cacau.

Entre os principais índices, o alemão DAX ganhou 4,53%, o britânico FTSE somou 3,04% e o francês CAC-40 acelerou 3,83%. Ainda, o espanhol IBEX avançou 4,32%, o neerlandês AEX valorizou 2,86% e o italiano FTSE MIB ganhou 4,72%.

10.04.2025

Juros na Zona Euro recuam. Yields britânicas aliviam em 14 pontos

Os juros das dívidas da Zona Euro aliviaram em toda a linha esta quinta-feira, numa altura em que a guerra comercial continua a ocupar o palco principal das preocupações dos investidores. Apesar de ter anunciado uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, que, na realidade, foi só um recuo para 10% para os países que não retaliaram, a Casa Branca veio esclarecer que as taxas aduaneiras a produtos chineses estão, afinal, nos 145%. 

Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, recuaram 1,3 pontos base para 2,575%, enquanto as "yields" francesas com a mesma maturidade aliviaram 4 pontos para 3,350%. 

Nos países do sul da Europa, os juros das obrigações portuguesas cederam 3,5 pontos para 3,191% e os das espanholas deslizaram 3,6 pontos para 3,310%. Já na Itália, as "yields" cederam 6 pontos base para 3,819%. 

No entanto, foi fora da Zona Euro que se registou o maior alívio. Os juros das "Gilts" britânicas afundaram 13,9 pontos base para 4,642%, depois de terem disparado quase 17 pontos na quarta-feira, com o Banco de Inglaterra (BoE) a alertar para os impactos que as tarifas de Trump poderiam ter na estabilidade financeira do país. 

10.04.2025

Euro ganha terreno e atinge máximos de nove meses

O euro continua a negociar em alta depois de ter atingido máximos de quase nove meses face ao dólar, numa altura em que a disputa comercial entre EUA e China continua a deixar os mercados nervosos. O dólar regista perdas contra todas as suas principais concorrentes e estende as desvalorizações já registadas na quarta-feira, quando um recuo na política das tarifas de Donald Trump exerceu pressão sobre a "nota verde".

A esta hora, a moeda comum europeia avança 2,30% para 1,1200 dólares – o valor mais elevado desde julho de 2024. Por sua vez, a libra avança 0,95% para 1,2942 dólares, enquanto a divisa norte-americana recua 2,44% para 144,15 ienes.

Apesar de, tradicionalmente, a implementação de tarifas até dar força ao dólar, os receios de um choque económico nos EUA e uma consequente recessão estão a tirar força à moeda. Esta quinta-feira, a Casa Branca esclareceu à CNBC que as taxas aduaneiras contra produtos chineses estão já nos 145%, adensando uma disputa comercial que não parece ter espaço aberto para negociação entre as duas partes.

Com uma inflação em queda, os investidores também estão mais confiantes que a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai aumentar o número de cortes nas taxas de juro previstos para este ano – o que retira força ao dólar.  Os investidores esperam um novo corte em junho e, pelo menos, mais três alívios até ao final do ano.

10.04.2025

Preços do petróleo voltam a colapsar. Brent aproxima-se dos 60 dólares

Os preços do petróleo voltaram a afundar esta quinta-feira, depois de uma recuperação na reta final da sessão de ontem. A pausa nas tarifas de Donald Trump até deu força ao crude, mas a persistência de taxas aduaneiras de 145% sobre produtos importados da China – o maior importador de petróleo do mundo – está a lançar o pessimismo no mercado.

O Brent - referência para as importações europeias – está de novo a negociar perto dos 60 dólares por barril, após ter registado o maior ganho diário desde outubro. O crude de referência europeia perde 4,15% para 62,76 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) – usado no mercado norte-americano – voltou a cair da fasquia dos 60 dólares, ao afundar 4,7% para 59,40 dólares.

Os preços do petróleo estão drasticamente mais baixos do que quando arrancaram o mês. Os receios de uma recessão económica e a ameaça de uma nova espiral da inflação estão a pesar sobre as expectativas de procura desta matéria-prima para este ano, numa altura em que Donald Trump parece estar determinado a diminuir os preços.

"O Presidente Trump está a tentar diminui a inflação – e fazer com que os preços da energia caiam é essencial para essa estratégia", afirma Simon Wong, analista da Gabelli Funds, à Bloomberg. Com uma inflação em trajetória descendente, o banco central norte-americano teria ainda mais espaço para acelerar o seu ciclo de alívio das taxas de juro, o que permitira a Trump refinanciar biliões de dólares em dívida, explica ainda o analista.

10.04.2025

Ouro continua a brilhar e toca novo recorde

O ouro segue em forte valorização, à boleia da escalada da guerra comercial entre a China e os EUA, que tem empurrado os investidores para ativos-refúgio.

O metal amarelo avançou 2,9% para 3.172,08 dólares por onça, tendo durante o dia tocado um novo máximo absoluto nos 3.175,69 dólares.

Apesar do choque tarifário ter arrefecido para a generalidade dos países - pelo menos temporariamente - com uma pausa de 90 dias anunciada pelos EUA, com a China o conflito continua bem acesso. Donald Trump elevou as taxas aduaneiras a produtos chineses para 125% e Pequim aplica tarifas de 84% aos bens norte-americanos.

O metal amarelo tem também sido suportado por um dólar mais fraco.

"O ouro recupera o seu apelo de ativo-refúgio e volta para caminho de novos máximos históricos. No entanto, as perspetivas de acordos com parceiros comerciais representam um risco significativo para o potencial de subida do ouro, uma vez que podem renovar a pressão sobre o metal. Além disso, dificuldades podem surgir se as apostas nos cortes de juros da Fed recuarem, o que pode fortalecer o dólar", diz à Reuters o analista da radu.com Nikos Tzabouras.

10.04.2025

Wall Street corrige após melhor sessão desde 2008

Depois de Wall Street ter vivido a melhor sessão desde a crise financeira de 2008, com a pausa nas tarifas a dar um balão de oxigénio aos mercados globais, os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão desta quinta-feira a corrigir desses ganhos.

O S&P 500 abriu com quedas de 2,30% para 5.331,61 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite – que disparou mais de 12% para a melhor sessão desde 2001 – recua 2,58% para 16.689,76 pontos. Por sua vez, o industrial Dow Jones, que foi o índice que menos beneficiou do "rally" de ontem, cede 1,95% para 39.817,33 pontos.

Na quarta-feira, menos de 24 horas depois de as tarifas recíprocas de Donald Trump terem entrado em vigor, o Presidente dos EUA anunciou que iria reduzir durante 90 dias para 10% as taxas aduaneiras aplicadas aos países, desde que estes não retaliem. No entanto, a China continua na mira da administração norte-americana, com Washington a subir as tarifas para 125% sobre produtos chineses, em resposta à retaliação de Pequim.

"A guerra comercial, que começou global, está a transformar-se agora num confronto direto entre os EUA e a China", explicam os analistas do Rabobank, numa nota acedida pela Reuters. O banco holandês prevê que se continue a assistir a avanços e recuos na política comercial norte-americana, o que vai ter uma consequência direta nos mercados: volatilidade.

A travar maiores correções dos principais índices dos EUA esta quinta-feira está a nova leitura da inflação no país. O índice dos preços no consumidor caiu, inesperadamente, 0,1% em cadeia no mês passado e avançou para 2,4% em termos homólogos, quando se antecipava que chegasse aos 2,5%.

A maioria das "megacaps" – empresas com maior capitalização de mercado – estão a corrigir após o disparo de ontem, com a Tesla e a Nvidia a encabeçarem as perdas, ao perderem cerca de 5% cada. Já a Apple, que saltou quase 10% na sessão anterior, recua apenas 2%, depois de ter sido a mais castigada entre as "Sete Magníficas" com as tarifas recíprocas de Trump.

Por sua vez, a Capri Holdings recua 2,45% para 15,95 dólares, depois de a Prada ter chegado a acordo para comprar a Versace – detida pela empresa norte-americana. O negócio chega aos 1,25 mil milhões de euros.  

10.04.2025

Euribor desce a 3, 6 e 12 meses para novos mínimos de mais de dois anos

A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses para mínimos desde janeiro de 2023 e novembro e setembro de 2022.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,265%, ficou acima da taxa a seis meses (2,190%) e da taxa a 12 meses (2,090%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 2,190%, menos 0,041 pontos e um novo mínimo desde 01 de novembro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,090%, menos 0,057 pontos e um novo mínimo desde 13 de setembro de 2022.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, desceu hoje, ao ser fixada em 2,265%, menos 0,036 pontos e um novo mínimo desde 6 de janeiro de 2023.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores.

A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

10.04.2025

Europa brilha com pausa de 90 dias nas tarifas

As praças europeias estão a recuperar depois da pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, após sessões consecutivas de perdas. 

O Stoxx 600, que agrega as maiores e principais empresas europeias, valoriza 5,29% para 494,73 pontos, impulsionado pelos setores bancário (+7,74%), tecnológico (+6,86%) e recursos naturais (+7,08%). 

Neste momento, nenhum setor está a negociar com perdas, ainda que se observem ganhos mais ligeiros. O setor das telecomunicações cresce 1,48% e o das utilities, onde se incluem gás, eletricidade e água, sobe 2,53%.

A dinamarquesa de transporte marítimo Maersk é uma das cotadas que mais avança pela manhã, estando a ver as suas ações subirem 12% na abertura.

"Esta pausa dá tempo para que todos negoceiem, encontrem soluções ou, na pior das hipóteses, reorganizem os seus negócios e se preparem para amenizar o choque. Portanto, esta é uma notícia fundamentalmente boa", apontou o analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.

O analista considera que a pausa colocada por Trump serve para ver que o presidente "se consegue curvar" perante a pressão.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax dispara 5,91%, o francês CAC40 sobe 5,32%, o italiano FTSEMIB valoriza 6,39%, o britânico FTSE 100 cresce 4,16% e o espanhol IBEX avan;a 5,29%. Em Amesterdão, o AEX sobe 4,96%, e o da Grécia cresce 5,82%.

A bolsa portuguesa acompanha o sentimento europeu e avança 3,41% para 6.467,05 pontos, com fortes ganhos de empresas como Mota-Engil, BCP, Galp e EDP Renováveis.

10.04.2025

Juros agravam-se na maioria dos países do bloco europeu

A pausa nas tarifas de Donald Trump ao parceiros comerciais que não retaliaram estão a provocar um agravamento na maioria dos juros da dívida europeia, com os investidores a preferir o mercado de ações.

Os juros das "Bunds" alemãs estão a registar uma subida de 7,6 pontos base para 2,664%.

No mesmo sentido, a dívida francesa sobe dois pontos para 3,409%, em Portugal agravam-se em 1,5 pontos base para 3,241% e em Espanha crescem 1,4% para 3,361%. 

Neste momento, a rendibilidade da dívida na Península Ibérica é a que apresenta uma subida mais contida. 

No Reino Unido aliviam 8,8 pontos base para 4,693% e em Itália descem 2,4 pontos base para 3,855%. 

O Japão também agravou os juros em 8,7 pontos base para 1,336%, um movimento apenas seguido pela China (+1,4 pontos). 

Contudo, o mesmo não acontece com a dívida dos Estados Unidos. Com Wall Street a ter o melhor dia desde 2008, mesmo após desvalorizações históricas que duravam desde 2 de abril, os juros da dívida americana aliviam 4,5 pontos para 4,287%.

10.04.2025

Dólar com dificuldade em segurar ganhos

Entre 14 e 21 de maio o índice do dólar cedeu 0,14%, à boleia dos “short-sellers”.

O índice do dólar da Bloomberg, que compara a força da divisa norte-americana face às principais concorrentes, cai 0,24% para 102,66 pontos

Os mercados europeus estão a valorizar, depois da União Europeia ter sido incluída na pausa das tarifas recíprocas por um período de 90 dias. Por conta deste movimento de Trump, o dólar perde 0,51% face à moeda da Zona Euro.

A moeda dos Estados Unidos da América recua ainda em relação à libra e ao iene.

Fracois Villeroy, chefe do Banco Central de França e membro do Banco Central Europeu, considerou hoje que as políticas seguidas pelo presidente americano estão a "erodir" a confiança no dólar.

"O grande elemento de consistência na política americana ao longo das últimas décadas é o apego ao papel central do dólar. Acredito que a administração Trump também tenha esta visão, mas está a ser incoerente na forma como o pratica. O que aconteceu nos últimos dias prejudica a confiança na moeda americana", apontou Villeroy. 

10.04.2025

Ouro valoriza com pausa nas tarifa

O ouro valorizou 1,29% esta quinta-feira, impulsionado pela pausa de 90 dias na aplicação das tarifas anunciadas por Donald Trump.

A onça do metal amarelo está, neste momento, a valer 3.122,39 dólares. Trata-se de uma subida menos acentuada em relação aos dias anteriores e depois de ter batido o recorde ao atingir 3.167,84 dólares na semana passada. 

Na sessão de ontem, o preço do ouro estava a avançar perto de 4%, subindo com a volatilidade dos mercados de ações, uma vez que é visto como um ativo refúgio perante a situação geopolítica mundial.

"Continuamos bastante otimistas em relação ao ouro. O próximo pass será, em algum momento, a intervenção da Fed e isso dará uma nova força ao metal", explica o analista Dominic Schnider da UBS Global Wealth Management à Bloomberg. 

Com a esperança de uma maior flexibilidade monetária por parte da Reserva Federal, o metal amarelo cresce.

10.04.2025

Petróleo resiste à euforia da pausa nas tarifas e mantém perdas

Depois de uma breve subida, provocada pelo anúncio de Donald Trump de que ia efetuar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas aos países que não retaliaram - deixando de fora a China -, o petróleo retomou as perdas e segue, nesta altura, a negociar no vermelho.


O Brent - referência para as importações europeias - caiu abaixo dos 65 dólares por barril, após ter registado o maior ganho diário desde outubro. Pelas 08h45 caía 0,67% para 65,04 dólares.

Já o West Texas Intermediate (WTI) - usado no mercado norte-americano - manteve-se próximo dos 62 dólares. Esta manhã desvalorizava também 0,56% para 62 dólares.

"Dada a improvável desaceleração da guerra comercial EUA-China no curto prazo, é pouco provável que esta recuperação se transforme numa reversão de tendência", afirmou Zhou Mi, analista do Chaos Research Institute, em Xangai, citado pela Bloomberg.

O petróleo tinha já atingido o valor mais baixo em quatro anos no início da semana, quando a ofensiva tarifária dos EUA levantou alertas sobre uma possível recessão global que poderá reduzir a procura por energia. Ao mesmo tempo, os países produtores de crude e aliados (OPEP+) comprometeram-se a acelerar o alívio das restrições à produção, alimentando receios de um excesso de oferta a nível mundial.

A China, maior importador mundial de petróleo, poderá ver a sua procura por combustíveis e petroquímicos penalizada pelas novas tarifas norte-americanas. Mesmo antes do regresso de Trump à Casa Branca, o consumo de gasolina e gasóleo na China já estava em queda, em parte devido à prolongada crise no setor imobiliário e também à crescente adoção de veículos elétricos e energias renováveis.

Para além disso, dados divulgados esta quinta-feira mostram que, no país, a deflação do consumidor se prolongou pelo segundo mês consecutivo em março, enquanto a deflação nos preços de fábrica dura há já 30 meses. 

10.04.2025

Ásia dá maior salto desde 2022. Europa prepara-se para voltar ao "rally"

Bolsas asiáticas sobem e recuperam de mínimos de quase um mês

Foi uma verdadeira reviravolta na guerra comercial. As bolsas asiáticas registaram o maior salto em mais de dois anos depois de os mercados financeiros respirarem de alívio após Donald Trump ter reduzido por 90 dias as tarifas recíprocas para 10% aos países que ainda não retaliaram os EUA - como é o caso da União Europeia.

Apesar de a China ter ficado de fora desta lista - aliás, viu as taxas a escalarem até 125% -, as bolsas chinesas somaram ganhos, já que os investidores acreditam que o Governo irá anunciar mais pacotes de estímulos para combater o impacto das tarifas. Há ainda analistas que acreditam que os EUA podem chamar Pequim à mesa de negociações e, possivelmente, chegarem a um acordo. Os principais líderes chineses irão reunir esta quinta-feira para discutir medidas económicas adicionais.

"A probabilidade de um cenário de 'danos contidos' está a aumentar", disse Homin Lee, estratega da Lombard Odier, à Bloomberg. "Os investidores da Ásia e não só estão a respirar de alívio", afirmou Frederic Neumann, do HSBC, que acrescenta que "o adiamento das tarifas recíprocas pelos EUA dá mais tempo para as negociações".

O índice que agrega os principais índices asiáticos, o MSCI, subiu 5,4% para o nível mais elevado desde 2022. 

 

No Japão, o Nikkei 225 aumentou 8,6% o Topix somou 8%. Na China, os ganhos foram mais modestos: em Hong Kong, o Hang Seng valorizou 2,9% e o Shangai Composite ganhou 1,2%. 

Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 6% e na Austrália, o S&P/ASX 200 ganhou 4,7%. O maior ganho foi mesmo em Taiwan, com o Taiex a subir 9,25%. 

Aliviando os receios de uma guerra comercial mais agressiva, a pausa nas tarifas chegou aos países europeus e as principais praças do bloco preparam-se para abrir pintadas de verde. Os futuros do Stoxx 50 saltam 8,1%, após na última sessão terminado em mínimos de janeiro de 2024.

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