Para Henrique Gouveia e Melo, o esperado candidato presidencial que tem vindo a liderar nas sondagens, a quebra de promessas feitas em campanha aos eleitores é um dos motivos que pode conduzir à dissolução do Parlamento e queda de um Governo. Outras duas razões seriam uma perda de confiança insanável no Governo ou no Parlamento, ou uma tentativa de usurpação do poder à margem da Constituição.

A exposição das três razões que poderiam implicar eleições antecipadas, na ótica de Gouveia e Melo, é feita nesta sexta-feira num artigo publicado no Expresso, como relata o semanário. Neste, o ex-chefe do Estado Maior da Armada dá conta da interpretação que faz dos poderes presidenciais, defende candidatos presidenciais fora da esfera dos partidos, como ele próprio, posiciona-se politicamente "entre o socialismo e a social-democracia", e dá conta da sua visão da atual conjuntura internacional.

No artigo de opinião que antecede um esperado anúncio de candidatura, que poderá chegar em março ou abril, o almirante que se destacou na coordenação da operação de administração de vacinas aquando da pandemia da covid-19 posiciona-se também por uma economia de mercado liberta de burocracia, uma sociedade inclusiva, que reduza as assimetrias sociais e que não seja meramente caritativa, e "a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas".