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Schäuble está “céptico” em relação a um acordo para a Grécia esta segunda-feira

O ministro das Finanças da Alemanha revelou, em entrevista a uma rádio germânica, que está “céptico” em relação a um entendimento para a Grécia no encontro do Eurogrupo desta segunda-feira.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Fevereiro de 2015 às 09:47
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Wolfgang Schäuble, em entrevista à rádio alemã Deutschlandradio citada pela Bloomberg, revelou estar "céptico" em relação a um acordo que coloque um ponto final no impasse face à situação da Grécia. "Do que ouvi sobre as discussões técnicas no fim-de-semana, estou muito céptico", afirmou acrescentando que "vou receber o relatório hoje e depois vemos".

 

Na última sexta-feira, 13 de Fevereiro, arrancaram as negociações "técnicas" entre a Grécia e as instâncias internacionais. Estas negociações tinham por objectivo que fosse alcançada "uma base comum entre o actual programa de assistência [grego] e os planos do Governo grego".

 

O Negócios escreve esta segunda-feira que a discussão técnica, sem a qual não pode haver acordo final, significa que houve um entendimento político sobre as grandes linhas do acordo, descendo agora a discussão para um nível técnico e de especialidade. A divergência central que tem afastado a Grécia dos restantes parceiros está nos contornos do financiamento do país nos próximos meses, que todos aceitam como necessário. A Europa exige uma extensão do actual programa de assistência - que termina no final deste mês - coisa que os gregos recusam liminarmente, propondo em contrapartida o que chamam de empréstimo-ponte, que lhes permitisse sobreviver até Setembro, altura em que seria assinado um acordo mais duradouro.

 

O governante alemão defendeu nesta entrevista à rádio alemã, segundo a Reuters, que não quer que a Grécia abandone a Zona Euro mas reitera que o novo Executivo tem de cumprir os principais compromissos já assumidos no âmbito dos programas de resgate. "O problema é que a Grécia viveu acima das suas possibilidades durante um longo período de tempo e ninguém quer dar mais dinheiro à Grécia sem garantias", afirmou.

 

Além disso, o ministro germânico assinalou que o Governo helénico liderado por Alexis Tsipras tem se comportado " de forma irresponsável" e não ajuda insultar as outras pessoas que ajudaram a Grécia no país.

 

Por outro lado, numa outra entrevista, citada pela Reuters, o ministro das Finanças da Áustria, Hans-Joerg Schelling, defendeu que o novo Executivo helénico aparenta estar ainda "no modo eleições e não no modo de trabalho".

 

Já o ministro das Finanças francês, Michel Sapin, defende que a Grécia tem de respeitar os compromissos que assumiu perante os parceiros europeus, ao mesmo tempo que a Europa precisa de saber responder aos resultados eleitorais observados na Grécia, de acordo com uma entrevista concedida à estação de televisão France 2, citada pela Bloomberg.

 

"Os alemães estão certos de um certo ponto de vista", salientou Sapin na mesma entrevista, citado pela Reuters. "A Grécia, não o Governo de hoje, o país, assinou uma série de acordos. Devem respeitar esses acordos independentemente da mudança de Governo. Mas os gregos dizem, e estão certos, eu apoio-os, ‘acabámos de mudar o Governo, por isso não vamos fazer tudo como fazíamos antes’." "O que temos de fazer é encontrar uma forma de funcionarmos juntos", sublinhou.

 

Grécia "confiante"

 

Apesar do cepticismo germânico, o Governo de Atenas mostrou-se este domingo, 15 de Fevereiro, optimista em relação à obtenção de um acordo. "Espero que as negociações sejam difíceis mas estou totalmente confiante", afirmou Alexis Tsipras, primeiro-ministro, numa entrevista à publicação germânica Stern, citada pela Reuters. "Prometo-vos: a Grécia irá ser, em seis meses, um país completamente diferente", acrescentou.

 

O chefe de Governo reiterou nesta entrevista que Atenas precisa de tempo para implementar reformas e deixar para trás a má gestão do passado.

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