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Grécia enfrenta Eurogrupo em difíceis negociações de viabilização do país
A Grécia vai iniciar na segunda-feira difíceis negociações com o Eurogrupo de forma a chegar a um acordo com os seus credores e a viabilizar a forma de pagamento dos 240 mil milhões de euros do resgate internacional ao país.
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Tanto da parte dos gregos como dos líderes europeus, não há optimismo relativamente a um acordo na segunda-feira, mas sim um início de conversações longo que deverá terminar com alguma flexibilização orçamental ao nível da zona euro e uma solução de compromisso entre a Grécia e os seus parceiros.
O Governo de Alexis Tsipras passou o fim-de-semana em longas reuniões para apresentar soluções, tendo como objectivo a vontade de um acordo. "A nossa posição é forte e vai conduzir a um acordo, mesmo que seja no último minuto", disse o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, numa entrevista hoje divulgada.
O ministro do novo Governo disse estar convencido que "a Europa sabe chegar a acordos honoráveis a partir de honoráveis desacordos" e evocou um nível de optimismo "importante" na véspera da reunião.
O porta-voz do Governo grego Gabriel Sakellaridis disse hoje no canal televisivo Skai TV que o executivo "está determinado a honrar os seus compromissos" perante os eleitores, "não prosseguirá o programa tal como era até agora" e vai tentar encontrar uma solução "que beneficie todos".
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse na sexta-feira que estava "pessimista" sobre qualquer acordo rápido com a Grécia. "Os gregos estão a ser demasiado ambiciosos" para quem tem uma dívida superior a 175% da riqueza do país (PIB). Além de que, segundo Dijsselbloem, "as possibilidades de recuperação, dado o estado da economia grega, são limitados".
O primeiro-ministro Alexis Tsipras e seu partido Syriza, que venceu as eleições a prometer que iria quebrar os compromissos e livrar-se da odiada 'troika' (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu), assegurou no sábado que se deu "um passo importante" nas negociações, destacando, no entanto, que "ainda é cedo para dizer que há acordo".
"A nossa força será, uma vez mais, o apoio do povo", afirmou o primeiro-ministro, que trabalhou com a sua equipa em contra-relógio durante este fim-de-semana para preparar as posições da Grécia no Eurogrupo. Tsipras destacou que, nos últimos encontros em Bruxelas, os parceiros estiveram reunidos "com outra Grécia, que sabe o caminho que quer seguir".
Fontes do governo grego citadas pela AFP dizem parecer haver um acordo "sobre a luta contra a corrupção e a evasão fiscal, bem como a reforma da Função Pública", mas permanecem questões sobre "direitos dos trabalhadores, o superavit primário e as privatizações, que são não-negociáveis".
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, voltou a criticar 'troika', dizendo sexta-feira que os seus métodos de trabalho, incluindo o envio de burocratas a Atenas para inspeccionar o progresso das medidas de austeridade, "representam um monte de perguntas".
Num sinal de que a Alemanha, a maior economia da Europa e campeã de austeridade, poderia ter uma posição mais macia, a chanceler Angela Merkel sugeriu na cimeira da UE que um "compromisso" era possível e disse que seu primeiro encontro com Tsipras tinha sido amigável.
Mas as tensões entre Atenas e Berlim continuam a ferver. Na sexta-feira, um jornal grego mostrou o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, num uniforme do exército nazi, aludindo à ocupação da Alemanha na Grécia na altura II Guerra Mundial.
A reunião dos ministros das Finanças da zona euro será também importante para Portugal porque vai tomar uma "decisão política" sobre a antecipação do reembolso parcial ao FMI solicitada pelo país, tendo um alto responsável do Eurogrupo manifestado hoje "grande confiança" numa decisão favorável.