A maioria dos gregos concorda com a forma como o Governo de coligação entre o Syriza e os Gregos Independentes está a gerir a negociação com os seus parceiros europeus. Uma sondagem da MacroPolis mostra que 58% concordam com a forma como o Executivo do primeiro-ministro Alexis Tsipras tem vindo a negociar com Bruxelas tendo em vista encontrar uma solução alternativa para a Grécia que satisfaça todas as partes.

Para 23,5% dos gregos a atitude negocial é provavelmente correcta, enquanto, apenas 14% dos gregos considera errada a postura negocial adoptada pelo novo Governo helénico. Do total, 4,3% dos inquiridos não sabe ou não responde.

Numa altura em que estão reunidos em Bruxelas os ministros das finanças da Zona Euro, para tentarem encontrar uma solução que garanta a viabilidade financeira da Grécia depois do final deste mês de Fevereiro, altura em que termina o programa de assistência financeira grego, o ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis vê reforçada a postura negocial adoptada pelo Governo de que faz parte.

Desde que assumiu funções, o Executivo de Tsipras tem argumentado que o povo grego lhe conferiu um mandato para colocar um ponto final à austeridade imposta pelos dois memorandos negociados com a troika a partir de 2010. Nesse sentido, defende que não pode prolongar o que designa de "erro", em referência a um eventual prolongar ou o adoptar de um novo programa de assistência. A Grécia pede mais tempo e não mais dinheiro, defende Tsipras.

Yanis Varoufakis, num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no New York Times, garante que a atitude negocial grega não é "bluff" e reitera que Atenas estabeleceu linhas vermelhas que "não vão ser ultrapassadas".

Já o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble lamentou, esta segunda-feira, que os gregos tenham eleito "um governo que se comporta de maneira bastante irresponsável". Apesar de algumas declarações mais extremadas, Atenas já assegurou que tudo iria fazer para alcançar um acordo com os parceiros europeus, tendo inclusivamente mostrado disponibilidade para implementar cerca de 70% das medidas previstas no segundo memorando acordado com a troika.

Desde sexta-feira passada, responsáveis gregos e representantes das três instituições que compõem a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional), negociaram na tentativa de definir um guião assente numa "base comum" a partir da qual os ministro hoje reunidos no Eurogrupo possam trabalhar.