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Grécia rompe conversações no Eurogrupo sem acordo

As negociações foram prematuramente rompidas. O governo de Alexis Tsipras diz que a proposta de compromisso que terá sido apresentada pelos seus pares do euro é "inaceitável". O Eurogrupo prossegue com outros temas em agenda. Reembolso antecipado ao FMI proposto por Portugal é um deles.

Reuters
16 de Fevereiro de 2015 às 17:16
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Em menos de três horas, as conversações foram rompidas em Bruxelas sem qualquer acordo - e, aparentemente, sem pistas para um acordo futuro.

 

Segundo uma fonte do governo grego, a proposta de compromisso que terá sido apresentada pelo presidente do Eurogrupo é "inaceitável" porque insiste na palavra "extensão" do programa de assistência, pelo que não constitui uma base "razoável" de negociação. Já a Bloomberg refere que o veto grego terá sido motivado por o texto fazer referência ao "actual programa".

 

À chegada ao Eurogrupo, que decorre esta tarde em Bruxelas, vários ministros das Finanças, assim como os dois representantes da Comissão Europeia - Pierre Moscovici e Valdis Dombrovskis – afirmaram que a "solução mais realista" para sair do actual impasse seria a extensão por mais seis meses do actual programa de assistência da troika, que expira no fim deste mês.

 

Sucede que esse prolongamento tem de ser pedido pela Grécia - e aprovada nalguns parlamentos, caso do finlandês - e é algo que Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis têm recusado, na medida em que consideram que isso significaria defraudar a promessa eleitoral de que iriam romper com a troika e com um programa de ajustamento e de financiamento que consideram "errado".

 

O risco mais imediato pesa sobre os bancos gregos que podem ter de começar a racionar os levantamentos em face à forte fuga de depósitos que estão a enfrentar e que, por enquanto, está  a ser compensada pelo BCE que, na semana passada, voltou a aumentar, em cinco mil milhões de euros, a linha de cedência de liquidez de emergência.

 

Mário Draghi está de novo a participar no encontro do Eurogrupo, não tendo prestado declarações à chegada. Segundo conta a Bloomberg, Draghi almoçou nesta segunda-feira com os outros três presidentes das instituições mais directamente envolvidas na gestão da Zona Euro – Dijsselbloem (Eurogrupo), Jean-Claude Juncker (Comissão Europeia) e Donald Tusk (Conselho Europeu).

 

Esta é a segunda reunião do Eurogrupo no espaço de seis dias. O encontro extraordinário da passada quarta-feira serviu para o ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis apresentar as suas propostas mas acabou sem acordo sequer sobre o teor do comunicado final.

 

No dia seguinte, porém, à margem da cimeira de Bruxelas, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras chegou a entendimento com o presidente do Eurogrupo e ministro holandês das Finanças, Jeroen Dijsselbloem, para reatar de imediato negociações "técnicas" entre as autoridades gregas e a os representantes da troika (Comissão Europeia, BCE e FMI). Estas conversações decorreram durante o fim-de-semana e estenderam-se pela manhã desta segunda-feira.

 

Trata-se agora de devolver a palavra aos políticos, mas a avaliar pelas declarações de vários ministros das Finanças persistem ainda muitas dúvidas sobre o que, em concreto, é proposto por Atenas.

 

"A bola ainda está do lado grego. É preciso que explique o que quer", afirmou o responsável irlandês. "Estou muito prudente sobre o resultado do nosso encontro. Estamos mais avançados, mas do meu lado continuo sem perceber com clareza os planos do governo grego", concordou o ministro lituano Rimantas Sadzius.

 

 

(notícia actualizada com novo título às 18h00)

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