Depois das fortes subidas das duas últimas sessões, o principal índice grego fechou esta segunda-feira, 16 de Fevereiro, a desvalorizar 4,81% para 258,18 pontos. Chegou a recuar mais de 5% para os 255,09 pontos durante a sessão. A incerteza face ao resultado da reunião desta segunda-feira dos ministros das Finanças da Zona Euro ditou as quedas na bolsa helénica.

A banca grega protagonizou as principais perdas, pressionando o índice. Os bancos gregos ocupam, no momento, os piores desempenhos no índice europeu Stoxx 600. Três bancos registaram quedas superiores a 12%. O National Bank of Greece registou a maior perda (-12,41%), seguido pelo Piraeus (-12,22%) e o Eurobank Ergasias (-12,09%). 

Os juros da dívida também reflectiram a incerteza dos investidores e subiram em todas as maturidades. A "yield" a três anos avançou 152,2 pontos-base para 17,36% e a dívida a cinco anos subiu 141,1 pontos para 14,497%. Os juros da dívida a 10 anos – maturidade de referência - avançaram 26 pontos para 9,521%.

Após o encontro inconclusivo de quarta-feira, o Eurogrupo volta a reunir-se esta segunda-feira procurando chegar a um acordo para definir os contornos do financiamento do país nos próximos meses. A Grécia pretende um "empréstimo-ponte" para garantir o financiamento até Setembro, altura em que se estabeleceria um novo acordo. Solução que não agrada ao resto dos países europeus, que defendem uma extensão do actual programa de assistência.

As negociações técnicas para o acordo tiveram início esta sexta-feira, dia 13 de Fevereiro, mas o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, revelou as suas dúvidas face à concretização de um acordo já esta segunda-feira. "Do que ouvi sobre as discussões técnicas no fim-de-semana, estou muito céptico", afirmou em entrevista à rádio alemã Deutschlandradio. O ministro das Finanças francês, pelo contrário,  considera que é possível alcançar hoje um acordo.

Na Grécia, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, afirmou esperar negociações difíceis, mas assegurou estar "totalmente confiante" na concretização de um acordo. O ministro das Finanças, Yannis Varoufakis, afirmou, num artigo de opinião no New York Times, que há aspectos que não vai abdicar nas negociações com os parceiros europeus. E garantiu não estar a fazer "bluff".