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Varoufakis: "Não tenho dúvidas de que vai acabar por haver um acordo"

O ministro das Finanças grego diz que está pronto a assinar um acordo com o Eurogrupo, mas quer condições bem definidas e não "palavras nebulosas". Rejeitou qualquer tipo de ultimato por parte dos parceiros europeus e nega que a bola esteja agora do lado da Grécia. "Vamos encontrar-nos a meio caminho nos próximos dias". Em 48 horas, acredita.

4 de Fevereiro – Varoufakis após encontros com Jean-Claude Juncker (Comissão Europeia), Martin Schulz (Parlamento Europeu) e Donald Tusk (União Europeia) e já depois de um primeiro encontro com o presidente do Eurogrupo que não correu nada bem

“Ainda não chegámos a acordo. Mas estamos no bom caminho para chegar a um acordo viável”.
Reuters
16 de Fevereiro de 2015 às 20:31
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O ministro das Finanças grego está optimista em relação ao desfecho do actual impasse entre a Grécia e os restantes parceiros europeus. Yanis Varoufakis disse que esteve pronto a assinar um programa de financiamento por  mais quatro meses, mas recuou por as condições para a Grécia em troca deste acordo não serem específicas.

 

"Não tenho dúvidas de que vai acabar por haver um acordo", disse esta segunda-feira, 16 de Fevereiro, após a reunião do Eurogrupo que terminou sem acordo. "Não tenho dúvidas de que nas próximas 48 horas a Europa se vai juntar e encontrar as palavras necessárias para construir um novo contrato entre a Europa e a Grécia que vai ser bom para os dois lados", afirmou.

 

Yanis Varoufakis contou que, quando chegou ao Eurogrupo, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, lhe apresentou um programa de financiamento por mais quatro meses. Um "programa intermédio" que iria servir para financiar a Grécia além de 28 de Fevereiro.

 

Em troca, o Governo grego não poderia durante o período deste programa intermédio mexer nas medidas orçamentais acordadas para este ano. Segundo esse programa, a Comissão Europeia ficaria responsável pela assistência técnica à Grécia. Esta extensão daria tempo a Atenas e aos credores para negociarem um "contrato de crescimento para a Grécia".

 

Mas, começada a reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, a proposta para a Grécia apresentada pelo presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, foi outra. Varoufakis apontou que o documento continha as "palavras nebulosas": "alguma flexibilidade". "Em quanto é que as pensões mais baixas iriam ser cortadas? Não obtivemos uma resposta", disse, sublinhando que todas as respostas às suas perguntas "não eram especificadas".

 

Conclusão? "Eu estava preparado para assinar esta manhã, esta tarde, à meia noite", mas a falta de clarificação das medidas exigidas pelos parceiros europeus "tornou impossível assinar o compromisso". "As condições devem ser muito específicas", reforçou.

 

O ministro sublinhou também que a Grécia está disposta a aceitar mais condições dos parceiros europeus, além do compromisso em não mexer nas medidas orçamentais já acordadas.

 

Na conferência de imprensa após terminar o encontro dos ministros das Finanças da Zona Euro, Yanis Varoufakis rejeitou a "metáfora" de que a bola esteja agora do lado da Grécia. "Isto não é um jogo. Não temos o direito de jogar com o futuro da Europa. Este Governo não está a jogar", declarou.

  

Sobre o ultimato para que a Grécia peça uma extensão do programa até sexta-feira, Varoufakis disse que "qualquer noção de ultimato" será retirada nos próximos dias e que na "história da UE nada de bom surgiu com um ultimato".

 

Questionado sobre se a Grécia vai agora fazer um pedido ao Eurogrupo para voltar a negociar, o ministro disse que não vão haver pedidos e que os dois lados vão naturalmente começar a negociar. "Vamos encontrar-nos a meio caminho nos próximos dias", afirmou. "A Europa vai fazer o truque habitual: vai sacar um bom acordo saído de um impasse".

 

(Notícia actualizada às 21h13)

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