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Alemanha aguarda pela apresentação do plano grego

A chanceler alemã aguarda que o novo Governo grego revele a sua estratégia económica e financeira para o país o mais rápido possível. O ministro das Finanças da Grécia já anunciou que pretende encontrar-se com os seus homólogos francês e italiano, nada dizendo sobre uma conversa com o congénere alemão.

David Gray/Reuters
28 de Janeiro de 2015 às 15:06
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O recém-empossado Governo grego já anunciou, esta manhã, as suas primeiras medidas. Que vão desde a readmissão de funcionários públicos despedidos nos últimos anos, passando pelo aumento do salário mínimo para o valor anterior aos memorandos, até à interrupção dos processos de privatização da energia e do porto de Pireu.

 

Mas a chanceler alemã Angela Merkel quer conhecer em maior detalhe o projecto do Executivo liderado por Alexis Tsipras. O porta-voz da governante alemã, Steffen Seibert, citado pelo Guardian, diz: "espero, tal como todos os parceiros europeus, que o novo Governo grego apresente a sua abrangente estratégia económica e financeira rapidamente".

 

Seibert acrescentou ainda que Berlim quer perceber como vai Atenas "proceder em relação à continuação do actual programa e como vai a Grécia cumprir as suas obrigações". Só então, admite o porta-voz da chanceler, é que os parceiros europeus poderão "fazer sugestões concretas". A Grécia tem ainda em curso o programa de assistência financeira depois deste ter sido prolongado até ao final de Fevereiro. Até lá, para que Atenas beneficie da libertação da última tranche, o novo Governo terá de negociar a adopção de novas reformas com os credores, de forma a garantir um enquadramento de linhas de crédito cautelares que permitam ao estado helénico enfrentar o período pós-assistência financeira. 

 

No entanto, para já o novo ministros das Finanças grego, Yanis Varoufakis, apenas tem planeadas visitas aos responsáveis pelas Finanças da França, Michel Sapin, e da Itália, Pier Carlo Padoan. Em conferência de imprensa dada esta quarta-feira, Varoufakis revelou querer, brevemente, encontrar-se com os seus congéneres francês e italiano. Tanto Paris como Roma já defenderam maior flexibilidade no que diz respeito ao cumprimento das regras do pacto de estabilidade e crescimento sempre que a economia apresente dificuldades para crescer. Nomeadamente o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, tem defendido em diversas ocasiões que a Europa não pode ser uma "Europa de austeridade".

 

Varoufakis não se referiu a um encontro com o homólogo germânico Wolfgang Schäuble. Esta sexta-feira, o holandês que preside ao Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloom, desloca-se a Atenas para conversações com o novo Executivo. Varoufakis afirmou esperar poder encontrar perspectivas comuns às do político holandês e adiantou ter comunicado a Dijsselbloom pretender um novo acordo com os credores que vai além da lógica prevalecente nos memorandos de entendimentos assinados com a troika.

 

A Grécia "está a virar a página do erro que foi o resgate [externo]", salientou o ministro das Finanças helénico.

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