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Varoufakis quer acordo para "reduzir os custos da crise grega para todos os cidadãos da Europa"

Na sua primeira conferência de imprensa, o ministro das Finanças rejeitou que a Grécia esteja a preparar um duelo com os credores internacionais. "Não vai haver nenhum confronto entre o nosso Governo e a União Europeia. Não vai haver ameaças".

30 de Janeiro – Uma das primeiras declarações do ministro das Finanças Varoufakis

“Não queremos os sete mil milhões de euros da troika. Queremos sentar-nos e repensar todo o programa. A nossa tarefa não é conseguir a próxima tranche, mas sim 'reestruturar a dívida e que a economia tenha o dinheiro necessário'.
Reuters
28 de Janeiro de 2015 às 14:39
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Atenas quer chegar a um novo acordo com a Europa e garante que, para alcançá-lo, não pretende entrar em confronto com os credores internacionais.

 

O novo ministro das Finanças grego assegurou esta quarta-feira, 28 de Janeiro, que quer um ""new deal" trans-europeu" para "levar a Europa a um reinício", disse, citado pela France Presse.

 

Este acordo a nível europeu tem o objectivo de "reduzir os custos da crise grega, não só para os cidadãos gregos, mas para os cidadãos da Eslováquia, Itália, Portugal, Alemanha, todos os cidadãos da Europa", afirmou na sua primeira conferência de imprensa no cargo. Yannis Varoufakis (na foto) propõe que os governos europeus coloquem a austeridade de lado e comecem a usar mais dinheiro público para estimular a economia. 

 

Não vai haver nenhum confronto entre o nosso Governo e a União Europeia. Não vai haver ameaças, isto não é sobre quem cede primeiro
 
Ministro das Finanças grego

O "new deal" foi o programa de estímulos económicos aprovado pelo presidente Franklin Roosevelt na década de 1930 nos Estados Unidos. Este programa surgiu como resposta à crise económica do final da década de 20 e de 30, conhecida pela Grande Depressão.

 

O ministro rejeitou que Atenas esteja a preparar um duelo com os credores internacionais. "Não vai haver nenhum confronto entre o nosso Governo e a União Europeia. Não vai haver ameaças, isto não é sobre quem cede primeiro".

 

A agenda de Yannis Varoufakis vai estar bastante ocupada nos próximos tempos. Em cima da mesa vai estar um tema particularmente importante: o peso da dívida de cerca 320 mil milhões de euros da Grécia.

 

Uma das primeiras medidas vai ser cortar custos no ministério das Finanças ao reduzir os assessores e contratar de volta as empregadas de limpeza despedidas
 
Ministro das Finanças grego

O novo ministro das Finanças grego vai reunir-se na sexta-feira, 30 de Janeiro, com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. No curto prazo vai também reunir-se com o seu homólogo francês, Michel Sapin, e com o italiano, Pier Carlo Padoan. Nenhuma visita a Berlim, portanto.

 

"O objectivo é alcançar um acordo, de forma a fazer uma ponte com a União Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) entre os programas anteriores e o novo acordo", revelou. "Estamos determinados a mudar a lógica de como a crise é travada".

 

Durante a conferência, Varoufakis anunciou as suas primeiras medidas: "Uma das primeiras medidas vai ser cortar custos no ministério das Finanças ao reduzir os assessores e contratar de volta as empregadas de limpeza despedidas".

 

Estas trabalhadoras foram despedidas nos últimos anos com os cortes de pessoal no sector público grego, com o ministro a admitir que a sua readmissão é "simbólica".

 

"A Grécia está a virar a página do erro do resgate", declarou na conferência de imprensa, onde teve a seu lado o seu antecessor no cargo, Gikas Hardouvelis, que desejou boa sorte ao novo Executivo.

 

Por seu turno, o antigo ministro alertou Varoufakis para o grande empreendimento que Atenas tem nos próximos meses em termos de negociações. "A Grécia não se pode dar ao luxo de esperar até Junho para concluir a revisão do seu programa com os nossos parceiros".

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