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Grécia já tem Governo anti-austeridade

Os elementos do novo Executivo helénico já foram anunciados. Confirma-se a expectativa de uma escolha de ministros que se opuseram aos memorandos assinados entre a troika e Atenas. Será um Governo com 11 ministros. Os membros do Executivo serão empossados ainda esta terça-feira. A primeira reunião de ministros deverá ocorrer já amanhã.

28 de Janeiro – Tsipras após a primeira reunião do Conselho de Ministros

“Somos um Governo de salvação nacional. O nosso objectivo é negociar a redução da dívida”
Reuters
27 de Janeiro de 2015 às 14:51
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O novo primeiro-ministro grego Alexis Tsipras não perdeu tempo e já apresentou a sua equipa governamental. Tal como o prometido durante a campanha, o Executivo terá um número reduzido de Ministérios. A equipa governamental vai tomar posse ainda esta terça-feira, e amanhã, quarta-feira, realiza-se o primeiro Conselho de Ministro da era Tsipras. O novo Executivo será constituído por 11 ministros, contra os 18 ministros que compunham o Governo liderado por Antonis Samaras. No entanto, o novo primeiro-ministro grego cumpre a promessa de baixar o número de ministérios para 10, uma vez que o novo ministro do Estado não tem direito a um ministério. 

 

O professor e economista Giannis Dragasakis assume o papel de vice-primeiro-ministro com especial incumbência para acompanhar os temas relacionados com a economia. Será dele a responsabilidade para negociar com a troika e supervisionar as restantes pastas da área económica.

 

Relativamente aos Ministérios, o acordo de coligação entre o Syriza e os Gregos Independentes
garante a este partido de direita nacionalista uma pasta com elevado valor simbólico para o partido. O Ministério da Defesa será assim ocupado por Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes.

 

Em termos proporcionais, a Grécia é um dos países da NATO com maiores níveis de despesa militar, algo que Kammenos não deverá querer reverter, até porque a linha programática dos Gregos Independentes assenta na defesa da integridade territorial e da identidade helénica. Algo sempre abalado pelo já longo conflito com a Turquia.

 

Numa das pastas mais relevantes, a das Finanças, confirma-se a expectativa. Será Yanis Varoufakis, um professor da Universidade de Atenas e desde a primeira hora um opositor da troika e do programa de austeridade aplicado na Grécia.

 

O nome de Varoufakis reforça a classificação do novo Executivo de anti-troika, até porque o novo responsável pelas Finanças gregas chegou a descrever os dois memorandos negociados com Atenas como "tortura orçamental".

 

O superministério do Desenvolvimento, que inclui as pastas da Economia, Infra-estruturas, Assuntos Marítimos e Turismo, vai ser ocupado pelo professor de Economia Política na Universidade de Creta Giorgios Stathakis.

 

Outro dos superministérios, da Reconstrução, Ambiente e Energia será liderado por Panagiotis Lafazanis, líder de uma facção mais à esquerda e eurocéptica do Syriza.

 

Nikos Kotzias, professor de Estudos Europeus na Universidade de Pireus e antigo conselheiro do ex-primeiro-ministro George Papandreou, será o ministro dos Negócios Estrangeiros.

 

O responsável pela pasta do Interior e Administração será Niko Voutsis.

 

Já o Ministério da Educação, Cultura e Assuntos Religiosos foi atribuído a Aristidis Baltas.  

 

A pasta da Saúde e Segurança Social caberá a Panayiotis Kouroublis, que será o primeiro invisual a chegar à liderança de um Ministério na Grécia.

 

O ministro do Trabalho será o antigo porta-voz do Syriza, Panos Skourletis.

 

Para o Justiça, o nome escolhido foi o de Nikos Paraskevopoulos.

 

Por fim, o ministro de Estado será Nikos Pappas. Pappas não terá um ministério propriamente dito, uma vez que será incumbido do cargo de chefe de gabinete com a função de coordenar todos os 40 governantes que compõem o novo Executivo da Grécia.

 

 
PROTAGONISTAS: Três ministros que terão um papel crucial
O novo Governo grego conta com 11 ministros. Uns mais do que outros, terão um papel determinante no futuro próximo da Grécia. Destacamos alguns deles.
 

GIORGIOS STATHAKIS
Ministro do Desenvolvimento
Professor de Economia Política e antigo membro do PC grego, com experiência governativa, terá a seu cargo um super-ministério com as pastas da Economia, Infra-estruturas, Assuntos Marítimos e Turismo. A recuperação da economia dependerá muito de Stathakis.

 

PANAYIOTIS KOUROUBLIS
Ministro da Saúde e Segurança Social
Cego desde os 10 anos devido à explosão acidental de uma granada do exército alemão, foi deputado do Pasok até 2011, saindo contra a austeridade. É deputado pelo Syriza desde 2012 e fica à frente de um dos ministérios que mais cortes sofreu.

 

PANOS KAMMENOS
Ministro da Defesa
O político de 49 anos entrou na política em 1993, eleito deputado pelo Nova Democracia. Profundamente "patriótico" e anti-troika, abandonou o ND e formou os Gregos Independentes em 2012. Defensor acérrimo da igreja ortodoxa, é conhecido pelas suas reacções intempestivas. 

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