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Governo da Grécia: Aliados de Tsipras com cargos chave
A equipa governativa ainda não foi oficialmente anunciada mas a imprensa grega avança já com alguns nomes. O Governo pode tomar posse já esta terça-feira.
Alexis Tsipras foi empossado primeiro-ministro esta segunda-feira, 26 de Janeiro. E esta terça-feira, 27 de Janeiro, pode ser a vez do seu Governo. Para já, oficialmente ainda não são conhecidos os nomes da equipa governativa. No entanto, o jornal helénico Kathimerini na edição em inglês, avança já alguns dos nomes possíveis. Sendo que, os elementos próximos do líder do Syriza e agora primeiro-ministro devem ter cargos importantes.
Nikos Pappas, um dos conselheiros mais próximos de Tsipras, escreve este jornal, deverá ser ministro de Estado, com a incumbência de coordenar os esforços do Executivo. E o porta-voz do partido, Panos Skourletis deverá ser o próximo ministro do Interior (idêntico à pasta da Administração Interna em Portugal).
Para vice-primeiro-ministro, Alexis Tsipras deverá escolher um elemento de topo do Syriza com experiência governamental: Yiannis Dragasakis. Economista, com 65 anos, Dragasakis, de acordo com alguns sites de informação gregos em inglês, foi membro do comité central do Partido Comunista grego até 1991 e participou no Governo de Xenophon Zolotas, como vice-ministro da Economia. Caber-lhe-á também a tarefa, segundo o Ekathimerini, de supervisionar a equipa económica do Governo e possivelmente as negociações com a troika.
O economista Yanis Varoufakis, tal como esta segunda-feira era já avançado, vai ser o ministro das Finanças. Algo que, entretanto, o próprio confirmou no seu blog.
E Giorgos Stathakis, também economista, deverá ficar com a tutela do ministério do Desenvolvimento. Rania Antonopoulou deverá ser a ministra do Trabalho. E a ala mais de esquerda do Syriza, conhecida por Plataforma de Esquerda, deverá ser representada no Executivo por Panayiotis Lafazanis, Dimitris Stratoulis e Nikos Hountis.
Os Gregos Independentes, partido com quem o Syriza coligou-se para ter a maioria absoluta no Parlamento, deverá ficar com a pasta da Defesa. Cargo que deverá ser ocupado pelo líder do partido, Panos Kammenos.
O ministério da Saúde, de acordo com a agência de informação da Grécia ANA, será liderado por Panagiotis Kouroumblis.
Numa entrevista a uma estação helénica, este membro do Syriza revelou que Alexis Tsipras telefonou-lhe esta segunda-feira para lhe atribuir a pasta da Saúde. A primeira coisa que irá fazer, afirmou, é falar com antigos ministros da Saúde.
Esta agência refere ainda que o novo Governo vai ser anunciado esta terça-feira.
Acordo "simples"
O jornal grego Kathimerini escreve que o acordo entre o Syriza e os Gregos Independentes foi "relativamente simples". Segundo fontes dos Gregos Independentes, este partido de direita aceitou apoiar as políticas económicas do Syriza desde que "o novo primeiro-ministro não avance com mudanças em áreas onde o partido de Kammenos tem objecções". E essas objecções incluem questões de política externa.
Por outro lado, o Syriza concordou em não levar a cabo, para já, os seus planos para separar a Igreja do Estado. Esta publicação aponta ainda que Kammenos deu o seu aval para que o Syriza leve ao Parlamento, o mais rápido possível, alguns projectos de lei. O primeiro poderá ser o do aumento do salário mínimo para 751 euros e a reintrodução de regulação de acordos colectivos de negociação salarial.
Por outro lado, outro projecto de lei que deverá chegar ao Parlamento rapidamente, de acordo com o jornal, é um que visa que os contribuintes tenham melhores condições para pagar os impostos em atraso. "Este projecto de lei prevê que os novos planos levem que 20 a 30% do rendimento anual dos contribuintes seja para pagar as suas dívidas", descreve o Kathimerini.
Reino Unido pronto para ajudar Grécia a cobrar impostos
David Cameron ofereceu a ajuda do Reino Unido à Grécia na cobrança de impostos. De acordo com o The Guardian, o primeiro-ministro britânico, numa conversa telefónica, felicitou Tsipras e dada a experiência britânica, ofereceu ajuda para uma transparência fiscal e para fazer com que os ricos paguem mais impostos.