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Bolsa da Grécia encerra a cair 5% com bancos em mínimos e juros em alta

A banca grega nunca valeu tão pouco em bolsa como esta terça-feira, com os principais bancos helénicos a afundarem acima de 10%. O segundo dia após as eleições causou fortes perdas à bolsa helénica, com as incertezas em torno da futura relação entre Atenas e Bruxelas.

Reuters
27 de Janeiro de 2015 às 12:43
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A desvalorização continua a ser a tendência dominante na praça bolsista de Atenas dois dias depois da vitória do Syriza nas eleições legislativas gregas. Os maiores bancos estão a valer como nunca antes. Já as taxas de juro associadas à dívida helénica somam terreno. A razão? As dúvidas quanto à relação entre Atenas e Bruxelas nos próximos tempos.

 

O índice grego FTASE, que reúne as 25 maiores empresas, recuou 5,04%, numa sessão em que chegou a desvalorizar 8,33%. Depois de ontem ter afundado 5,6%, esta terça-feira negociou mesmo num mínimo de Setembro de 2012, altura em que a crise da dívida europeia estava ainda numa fase aguda. Já o índice geral ASE caiu 3,69%, seguindo a desvalorização superior a 3% da sessão anterior.

 

Os principais índices bolsistas helénicos registaram perdas nas duas sessões desde que a designada Coligação da Esquerda Radical chegou ao poder na Grécia. Com a promessa de contestar as medidas de austeridade e a política da troika que tem sido implementada no país desde 2010, Alexis Tsipras ouviu ontem, à margem da reunião do Eurogrupo (que junta os ministros das Finanças da Zona Euro), que terá de respeitar os compromissos assumidos pelo anterior Executivo – Bruxelas já deu a entender que não haverá perdão de dívida, como pedido pelo Syriza. Certo é que a força política de esquerda uniu-se ao partido de direita Gregos Independentes para formar um governo e ganhar força nessa relação.

 

"Os mercados estão a antecipar um combate entre Atenas e Bruxelas", comentou à Bloomberg o estratega do Crédit Agricole, Orlando Green. Os bancos são as acções que mais têm sofrido com as dúvidas quanto à forma como a Grécia e a Zona Euro se irão relacionar. O Eurobank, o Piraeus, o Alpha Bank e o Banco Nacional da Grécia terminaram todos a o dia a recuar mais de 10%, tendo já ontem verificado fortes deslizes. Todos, à excepção do Alpha, negociaram em mínimos históricos. O que é o mesmo que dizer que nunca valeram tão pouco.

 

A contribuir para esta desvalorização da cotação do sector financeiro está também a queda do preço das obrigações helénicas. O preço da dívida é definido em sentido inverso ao da taxa de juro que os investidores exigem para adquirir aquele título. Isto é, os preços estão a cair mas as rendibilidades associadas avançam.

 

As "yields" pedidas no mercado secundário (onde os investidores trocam dívida já emitida pelos Estados entre si) estão a subir em todos os prazos. Quanto mais altas as taxas, mais dúvidas há quanto à capacidade credíticia do país. A taxa a dez anos está a subir 36,3 pontos base para os 9,457%. Na sexta-feira, a rendibilidade estava pouco acima de 8%. 

 

É nas menores maturidades que os juros mais sobem. A 3 anos a taxa de juro avança 199,8 pontos base para 14,040%, enquanto no prazo a 5 anos os juros da dívida helénica crescem 115,5 pontos para 11,8%.

 

(notícia actualizada às 14h05 com novas cotações, depois da bolsa ter acentuado as quedas, e novamente às 16h50 com as cotações de fecho)

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