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Dijsselbloem volta a defender-se, mas admite que "a forma" não foi a melhor

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, voltou hoje a sustentar a declaração sobre como certos países gastaram o dinheiro em "copos e mulheres", admitindo que "a forma" não foi a melhor mas defendendo o argumento.

Reuters
06 de Abril de 2017 às 14:24
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O holandês, que intervinha no Congresso da Banca Alemã, lamentou ter-se expressado "de forma demasiado directa", o que perturbou "tanta gente", mas sublinhou que não se referia aos países do sul, mas a todos os países da zona euro.

"Talvez devesse tê-lo dito de outra maneira", disse Dijsselbloem, que no final da intervenção recebeu um forte aplauso dos cerca de 700 representantes da banca alemã presentes.

Dijsselbloem defendeu que nenhuma comunidade pode manter a solidariedade interna sem um "marco" normativo que todas as partes respeitem.

"Todos, e não só os países do sul, devem comprometer-se a cumprir o acordado".

"Todos devem dar o seu melhor para construir uma Europa melhor", acrescentou.

Contrariamente aos que defendem um alívio das regras fiscais dadas as melhorias na situação económica, Dijsselbleom defendeu a manutenção da arquitectura institucional criada na sequência da crise.

A solidariedade na zona euro, sustentou, precisa "dessa base" e, para partilhar riscos, cada país deve reduzir os seus próprios riscos, referindo-se ao défice e à dívida.

Jeroen Dijsselbloem tem sido fortemente criticado por aquela afirmação, feita numa entrevista ao jornal alemão Frankfurter Algemeine Zeitung, nomeadamente pelo Governo português, que tem defendido o seu afastamento do cargo de presidente do Eurogrupo.

Na quarta-feira, no Luxemburgo, o primeiro-ministro português, António costa, voltou a afirmar que Dijsselbloem "não tem a menor condição" para continuar a presidir ao Eurogrupo e lamentou que o político holandês nem sequer se retrate das ofensas dirigidas aos países do sul.

"O presidente do Eurogrupo deve ser um mobilizador, e não um factor de divisão. O senhor Dijsselbloem já mostrou por diversas vezes que não é capaz de ser um mobilizador, e desta vez foi particularmente ofensivo relativamente aos países do sul. E, falando muito francamente, pior do que ele disse ao [jornal] Frankfurter Allgemeine Zeitung, são as explicações que tentou dar, pois demonstraram que ele não compreende o que fez e como ofendeu profundamente os povos do sul da Europa", declarou António Costa.
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