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Dijsselbloem disponível para ficar à frente do Eurogrupo
O ainda ministro das Finanças da Holanda quer terminar o seu segundo mandato à frente do Eurogrupo. Ficar ou não no cargo até Janeiro de 2018 está nas mãos dos seus colegas.
Jeroen Dijsselbloem está disponível para manter-se à frente da presidência do Eurogrupo mesmo depois de deixar de ser ministro das Finanças da Holanda. Foi o próprio que deu indicações nesse sentido ao afirmar nesta segunda-feira, 20 de Março, que deixará essa decisão nas mãos dos seus colegas da Zona Euro.
"Como sabem, o meu mandato vai até Janeiro [de 2018] e a formação de um novo governo de coligação na Holanda pode levar alguns meses. Ainda é muito cedo para dizer se vai haver um hiato entre a chegada do novo ministro e o fim do meu mandato. Se houver um intervalo temporal, caberá ao Eurogrupo decidir como quer proceder", afirmou em Bruxelas, à entrada da reunião mensal dos ministros das Finanças da Zona Euro. "Vamos usar o tempo que temos para olhar em frente e ver que soluções preferem", acrescentou, ao sublinhar que essa não é uma matéria urgente.
Questionados sobre se apoiariam a manutenção do holandês no cargo europeu, a maior parte dos ministro preferiu contornar a pergunta. "Dijsselbloem é o presidente do Eurogrupo e um muito bom presidente", afirmou Michel Sapin, ministro francês. "O assunto não está na agenda" mas "Dijsselbloem é um presidente excelente, competente, reconhecido pelos seus pares e conhece admiravelmente bem o dossier grego", comentou, por seu turno, Pierre Moscovici, comissário dos Assuntos Económicos.
Os resultados oficiais das eleições holandesas da semana passada só deverão ser conhecidos nesta terça-feira, mas com 95% dos votos contados é já ponto assente que o PvdA de Dijsselbloem, partido que integra a família socialista europeia, será o maior derrotado, devendo passar a ter apenas nove deputados no novo parlamento, quando eram até agora a segunda maior força, com 38 assentos.
Isso significa que Jeroen Dijsselbloem estará de saída do Ministério das Finanças e pode perder também o emprego de presidente do Eurogrupo, cargo para o qual foi eleito em 2013 e reeleito em Julho de 2015, por mais dois anos e meio – ou seja, até ao início de 2018.
Embora o posto tenha sido inicialmente pensado para um ministro das Finanças do euro em exercício não é claro que essa circunstância seja determinante para forçar uma saída prematura, até porque já há algum tempo que se fala da vantagem de nomear de um presidente a tempo inteiro para o Eurogrupo.
O próprio Dijsselbloem tem dado sinais de que estará disposto a permanecer. "É desejo de Dijsselbloem manter os dois cargos, o de ministro das Finanças e o de presidente do Eurogrupo", disse recentemente o porta-voz do Eurogrupo, Michel Reijns, ao Politico. "O primeiro depende dos resultados das eleições holandesas. Quanto ao segundo, o mandato termina em Janeiro de 2018 e ele gostaria de ficar até ao fim". O assunto deverá ser informalmente debatido na segunda-feira, na próxima reunião dos ministros das Finanças do euro.
Citado pela Lusa, um responsável do Eurogrupo explicou também que, juridicamente, Dijsselbloem poderá concluir o seu mandato, mesmo não sendo já ministro das Finanças do seu país, já que "o que as regras actuais dizem é que um candidato [à presidência do Eurogrupo] tem que ser ministro das Finanças", o que sucedia quando o holandês concorreu, em meados de 2015, ao segundo mandato, batendo o ministro espanhol Luis de Guindos.
Na semana passada, por ocasião da reeleição do presidente do Conselho Europeu durante uma cimeira em Bruxelas, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu uma mudança "rápida" na liderança do Eurogrupo. A escolha do presidente do conselho de ministros das Finanças do euro (Eurogrupo) faz-se por maioria simples.