Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Brexit força David Cameron a demitir-se, mas só em Outubro

O primeiro-ministro britânico anunciou a sua demissão, depois de o Leave ter ganho o referendo sobre a permanência na União Europeia. David Cameron diz que vai tentar "segurar o barco" nos próximos meses e aponta a saída para Outubro.

Reuters
24 de Junho de 2016 às 08:50
  • 4
  • ...
David Cameron anunciou esta manhã que a saída da União Europeia, decidida no referendo desta quinta-feira, resulta de uma decisão "muito clara" do povo britânico, que "deve ser respeitada". "Não pode haver dúvidas sobre o resultado", e por isso, Cameron anunciou a sua demissão, uma vez que defende a manutenção na UE. "Não faz sentido que eu seja o comandante que guia o país para uma nova direcção", assinalou.

"O povo britânico tomou uma decisão muito clara de seguir um caminho diferente" à permanência na União Europeia, assinalou David Cameron, do Partido Conservador. "Isso requer uma nova liderança para levar o país nessa direcção", sublinhou o primeiro-ministro, numa conferência de imprensa à porta da sua residência oficial, no número 10 de Downing Street.

"Vou fazer tudo o que puder para segurar o barco nas próximas semanas e meses", mas é "necessária uma nova liderança", reafirmou David Cameron.

Sem se querer comprometer com um calendário detalhado, Cameron defendeu que o Reino Unido tenha "um novo primeiro-ministro em Outubro", mais ou menos na mesma altura em que o Partido Conservador realiza a sua conferência anual. "Vou continuar como primeiro-ministro nos próximos três meses", detalhou, acrescentando que o seu Governo vai reunir-se na próxima segunda-feira para decidir quais os passos a tomar de seguida.

Se se cumprirem as expectativas de Cameron, o Reino Unido deve ter eleições legislativas em Setembro.

David Cameron diz que deve ser o próximo primeiro-ministro a decidir "quando utilizar o artigo 50" do Tratado da União Europeia, que prevê a saída de um estado-membro, e assim "desencadear o processo de saída" do espaço político comum. Deve ser igualmente o novo chefe do Governo a liderar as negociações que se vão seguir.

A decisão de abandonar o Governo foi comunicada à Rainha Isabel II, acrescentou Cameron.

Não vai haver mudanças imediatas

O ainda primeiro-ministro britânico disse estar muito "orgulhoso e honrado" por ter chefiado o Governo nos últimos seis anos, em que construiu uma "sociedade maior e melhor" e restaurou "a força da economia britânica". Mas "sempre acreditei que temos de enfrentar as grandes decisões, e não fugir delas", justificou. E descreveu o referendo como "um exercício democrático gigante", possivelmente "o maior da história".

A vitória do Brexit vai "exigir, acima de tudo, uma liderança forte, determinada e dedicada", que prepare "uma negociação com a União Europeia". Porém, não vai haver "mudanças imediatas", ou seja, nas próximas semanas, na vida das pessoas, nomeadamente nos imigrantes ou nos turistas, que continuarão a viajar segundo as mesmas regras, tranquilizou Cameron.

David Cameron anunciou que vai marcar presença no Conselho Europeu da próxima terça-feira, em Bruxelas, para explicar o resultado do referendo e a decisão de abandonar o Governo.


(Notícia actualizada com mais informação às 09:05)
Ver comentários
Saber mais David Cameron referendo Reino Unido União Europeia Brexit
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio