Notícia
CreditSigths mostra preocupações com dívida dos periféricos após o Brexit
Os prémios de risco das obrigações soberanas e empresariais do sul da Europa estão a disparar, com o princípio da unidade da União Europeia colocada em xeque.
As taxas das obrigações dos países do Sul da Europa registam quedas significativas após o resultado do referendo no Reino Unido. E os analistas do CreditSights defenderam numa nota a investidores que esse comportamento não se deve apenas ao aumento da aversão ao risco no mercado, mas também aos receios de mais fracturas na União Europeia e mesmo na Zona Euro.
A "yield" das obrigações portuguesas a dez anos, por exemplo, sobe de 3,09% para 3,258% e já esteve a transaccionar esta manhã em 3,71%.
"O resultado do referendo levantará, mais uma vez, questões sobre a periferia da Zona Euro", referem. Explicam que "não é apenas a incerteza levando a uma aversão ao risco que pressiona os prémios de risco do crédito de menor qualidade da Europa". Acrescentam que a decisão dos britânicos levará provavelmente "ao regresso do foco na possibilidade de mais fracturas no seio da União Europeia, e mesmo da Zona Euro, agora que o princípio da separação foi estabelecido".
Os analistas do CreditSights alertam ainda que "no mínimo, [o resultado do referendo] irá pressionar os esforços do BCE para aumentar a confiança do mercado na coesão da união monetária". A entidade liderada por Mario Draghi já veio tentar acalmar o mercado. Garante que está a "acompanhar de perto" os desenvolvimentos nos mercados financeiros, e está "preparado para agir" e para ceder liquidez de emergência se necessária, garantiu num comunicado enviado às redacções.