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Bancos centrais reagem ao Brexit. Estão preparados para dar liquidez

O Reino Unido vai sair da União Europeia. O resultado foi de 51,9% para o "Leave", posição que está a levar os bancos centrais de todo o mundo a agirem. Saiba o que estão preparados para fazer.

Bloomberg
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Do Banco de Inglaterra ao BCE e à Fed dos EUA, passando pelos nórdicos e até ao Japão, muitos bancos centrais estão a reagir ao resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia. Estão todos a postos, dizem, para injectar liquidez de forma a acalmar os mercados financeiros mundiais.


Banco de Inglaterra: 250 mil milhões em liquidez de emergência


Mark Carney, o governador do Banco de Inglaterra, diz que está "bem preparados para isto". "Há alguns meses, o banco julgou que os riscos em torno do referendo eram os mais significativos para o país no curto prazo", acrescentou.


Salientando que o banco central britânico há muito que se prepara para o cenário de Brexit, explica que "estabeleceu planos de contingência". Foi feita de imediato, e de forma extraordinária, uma injecção de liquidez no sistema financeiro no valor de 250 mil milhões de libras (309 mil milhões de euros) e deixou ainda a garantia de que "o BOE não hesitará em tomar novas medidas se for necessário".


BCE: Assegura liquidez de emergência


Após o resultado do referendo do Reino Unido, em que os britânicos votaram, na sua maioria, no "Leave", o Banco Central Europeu anunciou, em comunicado, que está a monitorizar de perto os mercados financeiros e está em contacto próximo com outros bancos centrais".


A autoridade monetária da Zona Euro garantiu que "está preparado para fornecer liquidez adicional, se necessária, em euros e outras moedas estrangeiras".

A entidade liderada por Mario Draghi, diz ainda que "o BCE preparou-se para esta contingência em contacto próximo com os bancos que supervisiona e considera que o sistema bancário da Zona Euro está resistente em termos de capital e liquidez".

Fed está a postos para injectar liquidez no mercado

A Reserva Federal dos EUA está atenta aos desenvolvimentos nos mercados financeiros globais após o resultado no referendo britânico. A Fed "está a monitorizar com cuidado os desenvolvimentos nos mercados financeiras globais, em cooperação com outros bancos centrais, no seguimento do referendo" em que a maioria dos britânico votou "Leave" do Reino Unido da Zona Euro. O Brexit ganhou com 51,9%.

 

Em comunicado citado pela Bloomberg, a autoridade monetária dos EUA, refere que "está preparada para fornecer liquidez através das já existentes linhas existentes com outros bancos centrais, se necessário". Esta liquidez adicional da Fed terá como objectivo "dar resposta às pressões nos mercados de financiamento globais", nota a entidade liderada por Janet Yellen, acrescentando que essas pressões podem "ter impactos adversos na economia dos EUA".


Banco Central da Suíça: travão na moeda do país


O banco central da Suíça divulgou, citado pela BBC News, que "interveio" esta manhã no mercado cambial, no sentido de estabilizar o franco suíço – considerado uma moeda-refúgio – após a vitória do Brexit.


"Na sequência do ‘Leave’, o franco suíço ficou sob pressão altista", referiu a autoridade monetária em comunicado. Com efeito, quando ficou claro que a maioria dos britânicos votou pela saída do Reino Unido da União Europeia, o franco suíço valorizou consideravelmente face à moeda única, a valer 1,06 francos por euro às 07h contra 1,10 francos à meia-noite.

Banco Central da Noruega: 13,2 mil milhões de coroas para a banca


O Banco Central da Noruega avançou de imediato com medidas para travar o impacto do referendo nos mercados. Colocou à disposição do sector financeiro 13,2 mil milhões de coroas norueguesas (quase 1,5 mil milhões de euros), montante que foi totalmente absorvido no leilão.


Estes leilões de liquidez são habituais na Noruega, mas a "arma" foi disponibilizada mais cedo do que o habitual de forma a dar resposta à elevada volatilidade nos mercados na ressaca da vitória do "Leave" no referendo.


Banco do Japão: Preparado para colaborar com outros bancos centrais


Após serem conhecidos os resultados do referendo britânico, o Banco do Japão afirmou estar "pronto" para trabalhar com outros grandes bancos centrais para injectar um amplo volume de liquidez com o objectivo de conter a volatilidade nos mercados financeiros.


"O Banco do Japão, em estreita cooperação com as relevantes autoridades nacionais e estrangeiras, vai continuar a acompanhar atentamente de que forma o resultado poderá afectar os mercados financeiros globais", indicou em comunicado.


Banco da Índia: Há liquidez, se for preciso


O Banco Central da Índia foi um dos primeiros a reagir aos resultados do referendo que determinaram a saída do Reino Unido da União Europeia. O governador Raghuram Rajan disse em comunicado, publicado esta sexta-feira, que a autoridade monetária "mantém continuamente uma vigilância próxima dos desenvolvimentos do mercado, tanto doméstica como internacionalmente".


"A economia da Índia tem bons fundamentais, uma baixa dívida externa de curto prazo e reservas consideráveis", acrescentou o mesmo comunicado citado pelo Financial Times, procurando acalmar os receios internos.


Nesse mesmo sentido, o banco central sublinhou ainda que está preparado para proporcionar liquidez bem como para seguir outros passos necessários para garantir o funcionamento ordenado dos mercados.

(Notícia actualizada às 14:43 com a reacção da Fed ao Brexit)

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