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Bolsa de Espanha e Itália sofrem as maiores ondas de choque com o Brexit
As acções espanholas e italianas perdem mais de 10% esta sexta-feira, prejudicadas pelas maiores dúvidas sobre a unidade europeia. Banca está no centro do furacão.
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As bolsas dos países do Sul da Europa sofrem os maiores danos colaterais com a decisão dos britânicos em abandonarem a União Europeia. Isto numa altura em que Espanha se prepara para novas eleições legislativas, após os resultados inconclusivos do escrutínio de final de 2015. Os analistas consideram que o Brexit coloca em causa a irreversibilidade de se ser membro da União Europeia.
O índice de referência do mercado espanhol perde 10,74% e já chegou a derrocar 12,85% esta sexta-feira. Em Milão, o índice cede 10,60% e já esteve a cair 11,77%. Já o PSI-20 moderou as perdas. Apesar de já ter estado a perder 10,97%, negoceia a meio da tarde com uma desvalorização de 6,89%. Nas análises ao resultado do referendo no Reino Unido, os bancos de investimento eram quase consensuais a apontar os activos sul europeus como os mais vulneráveis ao sentimento de aversão ao risco.
"Um dos factores essenciais a ter em atenção é como os mercados do Sul da Europa irão reagir", diziam os analistas do RBC Capital Markets, numa nota a investidores. Constataram que "os investidores internacionais não protegeram de forma apropriada os seus "portfolios" e depois do voto pelo Brexit irão iniciar essa protecção".
Os receios dos investidores é que, com a saída do Reino Unido da União Europeia, o crescimento se ressinta e o projecto europeu seja colocado em causa, destacando que os países com as economias em pior situação serão os mais prejudicados. "Menor crescimento seria um desastre para aqueles países. E as empresas do Sul da Europa dependem da percepção sobre o apoio do processo de integração europeia, algo que foi fortemente afectado", explica Guillermo Hernandez Sampere, director de negociação da gestora alemã MPPM EK.
Apesar das quedas serem generalizadas, o sector da banca sofre o maior impacto. Em Espanha, o Sabadell, o CaixaBank, o Santander, o Bankia e o BBVA, por exemplo, derrocam mais de 17%. No PSI-20, o BCP cede mais de 15%. Isto apesar do BCE ter prometido mais liquidez. "É esperada uma forte intervenção verbal [por parte das autoridades] mas é improvável que isso estanque a descida dos bancos", considera o Commerzbank.