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Quem sai bem e quem fica mal na fotografia do Brexit?

O primeiro-ministro David Cameron fez um aposta de risco e usou o referendo sobre a permanência na União Europeia como trunfo para ser reeleito no ano passado. É um dos principais derrotados com o Brexit, mas não é o único.

Reuters
24 de Junho de 2016 às 16:33
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O Reino Unido vai sair da União Europeia e essa é uma decisão irrevogável, garantiu esta sexta-feira David Cameron. O primeiro-ministro demissionário é uma das faces da derrota. O seu provável sucessor, Boris Johnson, é um dos grandes vencedores. Conheça os protagonistas do processo que levar a União Europeia a ficar com "apenas" 27 estados-membros.

Vencedores

 

Boris Johnson

O ex-presidente da câmara de Londres é do mesmo partido de David Cameron, mas escolheu outra trincheira e apoiou a saída do Reino Unido da UE. O Brexit acaba por funcionar como uma rampa de lançamento para que a sua carreira política passe pelo número 10 de Downing Street. Neste momento, é considerado um dos favoritos a suceder ao actual primeiro-ministro à frente dos "Tories".

 

Nigel Farage

Conseguiu que a sua mensagem chegasse ao eleitorado e que a retórica anti-imigração tivesse adesão junto dos britânicos. Depois do resultado surpreendente nas europeias de 2014, Nigel Farage e o UKIP conquistam mais uma grande vitória com a saída do Reino Unido da União Europeia. Falta perceber se Farage vai sair reforçado nas eleições que aí vêm.

 

Nicola Sturgeon

A chefe do Governo escocês vê no Brexit a oportunidade ideal para tentar um novo referendo à independência do seu país. Foi na Escócia que se registaram as mais altas votações a favor da manutenção na União Europeia. Para já, o assunto está em cima da mesa. O objectivo é regressar à UE, mas sem os parceiros britânicos.



Derrotados

 

David Cameron

Tentou jogar com a Europa e perdeu. Em 2013, foi sua a iniciativa de fazer um referendo à permanência do Reino Unido na União Europeia, para tentar travar a ascensão protagonizada pelo Partido da Independência do Reino Unido (UKIP). Com essa promessa, conseguiu pacificar a ala mais eurocéptica do seu partido Conservador e ser reeleito como primeiro-ministro nas eleições do ano passado. Depois disso, negociou com Bruxelas as condições para o país se manter na UE, firmou um acordo em Fevereiro e acabou a fazer campanha pela permanência. Não conseguiu convencer os britânicos e já anunciou a sua demissão.

 

Jeremy Corbyn

É o líder do Partido Trabalhista. Ainda que seja eurocéptico, apoiou a campanha pela permanência na União Europeia. Com a vitória do Brexit, fica numa posição difícil porque também não conseguiu mobilizar o seu eleitorado. Já anunciou que não se vai demitir, mas já há movimentações internas para o afastar.

 

Jean-Claude Juncker/Donald Tusk

São as figuras cimeiras da União Europeia e estiveram envolvidos nas negociações com o Reino Unido para assegurar a manutenção do país no projecto europeu. A saída de um país da UE terá, naturalmente, que lhes ser cobrada. O acordo firmado em Fevereiro concedia até um estatuto especial aos britânicos no seio da União, muito criticado por vários países, o que também se revelou insuficiente. Foram incapazes de mudar de rumo para evitar este desfecho.

 

Angela Merkel

É a chanceler do país mais influente da União Europeia, que se tem batido por um rumo de consolidação orçamental recheado de medidas de austeridade. Os seus adversários vêem em Merkel uma das responsáveis pela saída do Reino Unido, pela incapacidade de a UE abandonar uma estratégia concentrada no reequilíbrio das contas públicas e na crescente integração política.

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