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Escócia disposta a pôr independência na gaveta se Londres optar por "soft Brexit"

A primeira-ministra escocesa garantiu que apesar de nos últimos anos o caminho percorrido pela Escócia ser rumo à independência, o país pode pôr de lado a questão do referendo à independência se o Reino Unido negociar uma saída consensual da UE.

Reuters
06 de Janeiro de 2017 às 18:48
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Nicola Sturgeon garante que poderá deixar cair a intenção de referendar novamente a permanência do país no Reino Unido se Londres não insistir numa saída "dura" da União Europeia (UE), o chamado "hard Brexit". Ou seja, a primeira-ministra da Escócia afiança que colocará na gaveta o projecto independentista se o Governo britânico privilegiar um Brexique tenha por base o "consenso e compromisso".

 

Em declarações prestadas a um programa televisivo da BBC escocesa, Sturgeon reconheceu que o caminho trilhado nos últimos anos pelo seu país é rumo à independência, mas admite pôr esse objectivo de parte no curto prazo se a primeira-ministra inglesa, Theresa May, conseguir negociar com sucesso um "soft Brexit".

 

Para a governante escocesa e líder dos nacionalistas escoceses (SNP), um Brexit suave pressupõe que mesmo saindo da UE o Reino Unido continue a fazer parte do mercado único europeu.

 

Um dos principais focos de divergência entre Londres e Bruxelas passa precisamente pela questão do acesso ao mercado único. Se a UE não transige quanto à necessidade de respeitar as quatro liberdades de movimentos (bens, serviços, capitais e pessoas), o Reino Unido pretende impor restrições à circulação de pessoas, algo que não é aceite em Bruxelas e que levou May a considerar a possibilidade de um "hard Brexit".

 

Logo na ressaca à vitória do Brexit no referendo britânico de 23 de Junho do ano passado, Nicola Sturgeon veio a terreno dizer que se o Reino Unido saísse mesmo da UE a Escócia promoveria outro referendo, isto depois de em Setembro de 2014 o "não" à independência ter derrotado o "sim".

 

Sturgeon argumentava que ao contrário do verificado em Inglaterra e Gales, os escoceses tinham votado por larga maioria pela permanência no bloco europeu (62% a favor da continuidade e contra 38% favoráveis ao Brexit).

 

No próximo dia 11 de Janeiro termina o período de consulta pública para o recebimento de propostas a integrar o projecto de lei que o Governo escocês está a preparar com vista ao enquadramento de um novo referendo. Os partidos escoceses da oposição ao SNP discordam da realização de novo referendo.

 

Todavia, neste momento o Governo da Escócia antecipa ainda um conjunto de possibilidades alternativas à realização de um novo referendo. No essencial, Sturgeon quer assegurar a permanência no mercado único, nem que tal permanência caiba somente à Escócia.

 

No início desta semana, a primeira-ministra escocesa defendeu que mesmo que o Reino Unido abandone o mercado único europeu, é possível que a Escócia integre um bloco de comércio livre com os restantes Estados-membros da União. Sendo que para Sturgeon a melhor opção passa mesmo pela continuidade do Reino Unido no mercado único, opção que considera "democraticamente justificável".

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