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Juros de Portugal disparam na maior subida desde o “irrevogável”

Há quase três anos que os juros da dívida portuguesa não subiam tanto. Disparam acompanhados por Espanha e Itália, ao mesmo tempo que os investidores fogem para a dívida alemã à procura de refúgio. De tal forma que a taxa da dívida a 15 anos está, pela primeira vez, em "terreno "negativo".

24 de Junho de 2016 às 08:16
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Os juros da dívida soberana portuguesa estão a disparar em todas maturidades. Com os resultados do referendo britânico a atribuírem esta sexta-feira, 24 de Junho, a vitória ao Brexit, os investidores estão a fugir em massa dos activos de risco. A dívida portuguesa é, por isso, uma das mais penalizadas, com a taxa das obrigações a dez anos a disparar 47,0 pontos base para 3,559%.

Esta representa a maior subida desde Julho de 2013, altura em que Paulo Portas, então ministro dos Negócios Estrangeiros, apresentou a demissão que classificou de "irrevogável". Mas os desempenhos são significativamente negativos em todas as maturidades da dívida portuguesa. A "yield" das obrigações a dois anos estão a disparar 23,8 pontos para 0,999% ao passo que a taxa dos títulos a cinco anos sobe 38,6 pontos para 2,351%.

Sob pressão estão também Espanha e Itália, enquanto países da periferia da Zona Euro. Os juros a dez anos destes países estão a disparar, respectivamente, 26,7 pontos para 1,734% e 24,5 pontos para 1,644%. Em sentido contrário estão a negociar as obrigações alemãs. Vistas pelos investidores como um activo refúgio durante a turbulência, a "yield" a dez anos está a afundar 20,7 pontos para -0,113%.

Mas esta é já uma sessão de recordes para a Alemanha. Com a significativa fuga ao risco criada pela vitória do Brexit no referendo, a maior economia da Europa está a registar, pela primeira vez na história, juros negativos na maturidade a 15 anos. A taxa de juro destas obrigações está a cair 22,7 pontos para -0,38%. Pressionado por este desempenho está o prémio de risco da dívida portuguesa. Actualmente, está a disparar 67,7 pontos para 367,2 pontos.

Também em França, os juros da dívida estão a afundar. A taxa das obrigações a dez anos cai 13,3 pontos para 0,322%. E já chegou a negociar num mínimo de 0,248%, o valor mais baixo de sempre. Mas a fuga ao risco não se fica pelo Velho Continente. Também os juros da dívida norte-americana estão em forte queda, com os investidores a apostarem na segurança dos títulos. E a taxa da dívida dos EUA a dez anos já atingiu também um novo mínimo histórico, quando tocou nos 1,389%. Actualmente, recua 25,57 pontos para 1,4902%.

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