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Corbyn perde moção de desconfiança mas rejeita demitir-se

O líder trabalhista viu o grupo parlamentar do partido votar por larga margem uma moção de desconfiança à sua liderança no Parlamento. Mas Jeremy Corbyn já avisou que não se demite.

Chris Ratcliffe/Bloomberg
28 de Junho de 2016 às 18:04
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As réplicas políticas do terramoto provocado pela vitória do Brexit no referendo da passada semana continuam a fazer-se sentir no Reino Unido. Depois da demissão de David Cameron da chefia do Governo agendada para Outubro, foi a vez de os deputados trabalhistas votarem a favor uma moção de desconfiança à liderança parlamentar que cabe, por inerência, ao secretário-geral do partido.

 

Segundo a informação inicialmente avançada pela Sky News, 81% dos parlamentares trabalhistas apoiaram a moção de desconfiança que foi apresentada ainda na sexta-feira passada, na ressaca da derrota do sim à permanência britânica na União Europeia.

 

172 deputados apoiaram a moção, 40 votaram contra, 13 não votaram e registaram-se ainda quatro votos nulos. Em comunicado o Labour confirmou que os representantes trabalhistas na câmara baixa do Parlamento aceitaram a moção proposta e que determina que o grupo parlamentar do partido "não tem confiança em Jeremy Corbyn" enquanto seu líder.

 

Esta moção não significa o afastamento de Jeremy Corbyn da liderança do partido, embora represente um importante revés para um líder muito desgastado apesar de ter chegado à posição cimeira dos trabalhistas há menos de um ano. Na campanha para o referendo foi muito criticada a incapacidade de afirmação de Corbyn, que acabou por ver o primeiro-ministro agora demissionário, David Cameron, assumir quase exclusivamente as despesas do sim à permanência na UE.

 

Também em comunicado escrito, Corbyn avisou que não irá demitir-se. "Fui democraticamente eleito líder por 60% dos membros e apoiantes do nosso partido para trazer um novo tipo de políticas", afiançou o assumido socialista acrescentando de seguida que "não os vou trair demitindo-me".

 

Apesar da garantia dada por Corbyn, a imprensa britânica adianta que os deputados trabalhistas Tom Watson e Angel Eagle se perfilam como eventuais sucessores. Watson e Eagle já terão mesmo agendado um encontro em que tentarão avaliar qual dos dois surge melhor posicionado para concorrer à liderança do Labour causando o mínimo desgaste possível a um partido enfraquecido pelos últimos resultados eleitorais.

 

Nesta altura discute-se também acerca da eventual necessidade estatutária de um mínimo apoio parlamentar para que Corbyn possa permanecer enquanto secretário-geral do partido. Ou se tem garantida a possibilidade de ser automaticamente candidato numa eventual eleição para a chefia do partido.

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