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Merkel diz que decisão britânica de sair da UE é irreversível
Os 28 estão reunidos nos dias 28 e 29 de Junho em Bruxelas. Cameron quer adoptar uma posição "construtiva" e Juncker e Tusk dizem que a União Europeia está preparada para iniciar "ainda hoje" o processo de "divórcio". O dia ficou marcado pelo confronto entre Juncker e Farage. Acompanhe o que de mais relevante aconteceu esta terça-feira.
Regressamos dentro de horas. Siga connosco o 2º dia do conselho europeu extraordinário
E termina por hoje o acompanhamento ao minuto, a partir da redacção e com a jornalista Alexandra Machado em Londres, do tema que tem estado a marcar a actualidade em todo o mundo, com as reacções dos mercados e todos os acontecimentos de relevo em torno do Brexit, com especial atenção esta terça-feira para o primeiro dia do conselho europeu extraordinário, em Bruxelas. Na capital belga tivemos o jornalista Bruno Simões, a convite do PPE.
Dentro de horas regressamos para o segundo e último dia da cimeira da UE, mas já sem a presença do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Continue a acompanhar-nos em negocios.pt.
Juncker "dá prazos" para accionar artigo 50º consoante próximo PM britânico seja um Leaver ou Remainer
O presidente da Comissão Europeia não esteve com meias medidas esta terça-feira, 28 de Junho. Houve palavras duras - perguntou aos deputados do eurocéptico Ukip o que estavam a fazer hoje de manhã no Parlamento Europeu e recusou-se a falar em inglês - e houve suavidade (deu as boas -vindas ao "amigo" Cameron à sua chegada ao conselho europeu extraordinário de dois dias, em Bruxelas).
E houve também recados. Apesar de entender o ponto de vista do ainda primeiro-ministro britânico quanto ao facto de ser preciso tempo para processar a saída do Reino Unido da UE, foi peremptório ao dizer que "não temos meses para meditar", defendendo que este Leave deve ser avançado o mais rapidamente possível.
Mostrou, também, que a Europa a 27 pode ser mais ou menos branda consoante as circunstâncias: "Se o próximo primeiro-ministro britânico for um Leaver (defensor do Brexit), então deve accionar o artigo 50º [do tratado da UE - que regula a saída de um Estado-membro da União Europeia] no dia a seguir à sua nomeação; se for um Remainer (se era apologista de que o Reino Unido ficasse no bloco europeu, a 28), então será duas semanas depois", afirmou.
Juncker: If next UK PM is a Leaver then should trigger A50 the day after his appointment; if a remainer then after two weeks.
— Jennifer Rankin (@JenniferMerode) 28 de junho de 2016
Donald Tusk quer que o Reino Unido diga rapidamente o que quer fazer a seguir
O presidente do Conselho Europeu defendeu, no final da reunião desta terça-feira, que será benéfico que o Reino Unido diga o que quer fazer "tão cedo quanto possível". E antecipa que o Brexit vai reduzir "substancialmente" o crescimento económico britânico.
Donald Tusk compreende que o Reino Unido precisa de algum tempo antes de iniciar formalmente o processo de saída da União Europeia. Mas não pode ser muito tempo. "Os líderes europeus compreendem que é necessário algum tempo para permitir que a poeira assente no Reino Unido. Mas também esperam que as intenções do governo britânico sejam especificadas tão cedo quanto possível", declarou no final do jantar em que se discutiu o Brexit.
Durante o jantar, "todos reconhecemos que um processo de saída ordeira é do interesse de todos [os Estados-membros], e em especial do Reino Unido" e a aceleração do processo é uma das formas de garantir que é isso que acontece. "Esta foi uma mensagem clara que acredito que o primeiro-ministro Cameron vai levar para Londres", assinalou Donald Tusk.
António Costa diz que o Reino Unido vai mesmo sair da UE
O primeiro-ministro português afirmou, à saída do Conselho Europeu, em Bruxelas, que "ninguém apresentou a hipótese de não ser respeitada a vontade do povo britânico" durante o jantar em que participaram os 28 líderes europeus.
A saída do Reino Unido da União Europeia vai mesmo acontecer. Pelo menos foi isso que foi transmitido por David Cameron no jantar que, esta noite, reuniu os 28 líderes europeus em Bruxelas, durante o Conselho Europeu. "Ninguém apresentou a hipótese de não ser respeitada a vontade do povo britânico", afirmou o primeiro-ministro português, à saída da última reunião que conta com a participação do chefe do Governo britânico.
Costa disse que durante o encontro "não houve nenhuma informação suplementar ao que já sabíamos" e que Cameron repetiu o que tem defendido. "Há um calendário mais ou menos estabelecido, o primeiro-ministro britânico entende que ele não deverá solicitar a notificação do artigo 50.º [que regula a saída de um Estado-membro da EU], e que isso deve ser feito por quem lhe suceda em Setembro ou Outubro, no congresso do Partido Conservador" britânico, acrescentou.
Juncker diz que Brexit não dá "meses para meditar"
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, defendeu esta terça-feira à noite, em Bruxelas, a necessidade de agir no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, por "não haver meses para meditar".
Na conferência de imprensa após a cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, o responsável afirmou compreender que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, "queira tempo para meditar porque ele defendeu a permanência" do país entre os 28.
"O que não percebo é que aqueles que quiseram a saída não consigam dizer-nos o que querem fazer", acrescentou Juncker, referindo que a activação do artigo 50º do Tratado de Lisboa, de saída de um Estado-membro, deve "ser feita o mais depressa possível". "Não temos meses para meditar", argumentou.
Cameron: "Temos de demorar algum tempo" para a saída da UE ser "bem feita"
O primeiro-ministro britânico defendeu que o Reino Unido deve manter uma "relação forte e próxima" com a União Europeia mesmo depois de sair. E, para a saída correr bem, é preciso "demorar algum tempo" até invocar o artigo 50º do tratado da UE.
David Cameron defendeu que vai demorar tempo até o Reino Unido perceber qual é o caminho que quer seguir fora da União Europeia. Por isso é que a decisão de invocar o artigo 50º, iniciando formalmente o processo de saída do projecto europeu, deve ficar nas mãos do seu sucessor na liderança do governo britânico.
Numa conferência de imprensa após o final de um jantar com os restantes Estados-membros, em Bruxelas, Cameron disse que "a visão maioritária" entre os 28 "é que temos de fazer isto bem feito; não devemos demorar muito tempo mas devemos demorar algum tempo a fazê-lo bem".
Merkel convicta de que processo de saída dos britânicos será accionado
A chanceler alemã sublinhou esta terça-feira à noite, no fim do primeiro dia do conselho europeu extraordinário, que não é possível excluir o resultado do referendo britânico, mostrando-se convicta de que processo de saída dos britânicos será accionado.
"Até esta noite, não vejo qualquer volta a dar ao voto a favor do Brexit", afirmou, citada pela Bloomberg.
"Não é alturas de ilusões, mas sim de compreender a realidade", declarou Angela Merkel, acrescentando que já há inúmeras sugestões quanto ao desenvolvimento futuro da União Europeia.
CGD e Brexit são "novos factores" que podem aumentar o défice, diz UTAO
A UTAO considera que o "desvio desfavorável" do défice no primeiro trimestre "não coloca necessariamente em causa" a meta do Governo para 2016, mas alerta para "desafios à execução orçamental", incluindo a recapitalização da CGD e o Brexit.
O défice orçamental foi de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) entre Janeiro e Março deste ano, segundo apurou o Instituto Nacional de Estatística (INE) na semana passada, um valor que está acima da meta de 2,2% do PIB com que o executivo de António Costa se comprometeu para este ano.
Na nota rápida sobre as contas nacionais das administrações públicas até Março, distribuída hoje pelos deputados, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sublinha que "o desvio desfavorável do primeiro trimestre não deve ser entendido como forçosamente indicativo do desempenho esperado para o conjunto do ano".
No entanto, esta Unidade afirma que há "desafios à execução orçamental dos próximos trimestres", que decorrem tanto das políticas já previstas no Orçamento do Estado para 2016 (OE2016) como de "novos factores" que "podem vir a consubstanciar-se em aumentos do défice": a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o chamado Brexit.
Draghi avisa que Brexit custa 0,5% ao PIB da Zona Euro
O presidente do BCE revela aos líderes europeus qual o impacto do Brexit e mostra-se preocupado com as movimentações no mercado cambial.
O Presidente do Banco Central Europeu vai alertar hoje os líderes europeus para qual será o impacto económico da saída do Reino Unido da União Europeia.
As contas de Draghi apontam para que o Brexit custe 0,5% do PIB da Zona Euro no espaço de três anos, refere o documento obtido pela Bloomberg, que esta noite estará à mesa do jantar do Conselho Europeu.
Empresas britânicas convidadas a mudarem-se para a Bélgica
O primeiro-ministro belga instou esta terça-feira 28 de Junho as empresas belgas a transferirem a sua sede para aquele país, depois de os britânicos terem validado a saída do Reino Unido da União Europeia no referendoi da passada quinta-feira.
"Estamos no coração da Europa. (...) Temos um governo amigo do investimento. Queremos desenvolver a atractividade do nosso país e há muitas oportunidades na Bélgica para investir e a Bélgica é uma boa plataforma", disse Charles Michel à rádio pública belga, citado pela Reuters.
As declarações do governante da sexta maior economia da zona euro surgem depois de uma sondagem ter apontado que uma em cada cinco empresas sedeadas no Reino Unido está a ponderar mudar a localização da sua sede em virtude do Brexit.
Depois de Londres, insultos xenófobos repetem-se em Manchester
O caso mais recente ocorreu na manhã desta terça-feira, 28 de Junho, em Manchester, no centro de Inglaterra, quando dois jovens se dirigiram a um imigrante dentro do eléctrico, insultando-o e agredindo-o.
PS, PSD e CDS querem saída rápida do Reino Unido. PCP e Bloco perguntam "qual é a pressa"
PS, PDS e CDS-PP alinhados votaram a favor uma resolução do Parlamento Europeu a pedir urgência no processo de saída do Reino Unido. Do outro lado, PCP e BE recusam tanta pressa. Marinho e Pinto absteve-se.
"Sair primeiro e negociar depois." O ritmo deve ser esse e é por isso que, justifica Carlos Zorrinho, votou favoravelmente a resolução na qual esta terça-feira, 18 de Junho, o Parlamento Europeu pediu urgência e a "aplicação imediata" do processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Tal como ele, também os restantes eurodeputados socialistas integrados no grupo parlamentar Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (PE)votaram a favor. A resolução, apresentada na sessão extraordinária convocada para discutir o Brexit, teve igualmente o apoio dos eurodeputados portugueses que integram o Grupo do Partido Popular Europeu, leia-se, os eleitos pelo PSD e pelo CDS-PP.
Novo líder conservador conhecido a 9 de Setembro
O Partido Conservador revelou que o sucessor de David Cameron na liderança dos "tories" será anunciado no dia 9 de Setembro.
A coreografia da última foto de famíla de Cameron na Europa
O primeiro Conselho Europeu depois do "não" dos britânicos e provavelmente o último de David Cameron, que abandonará a chefia do governo do Reino Unido em Outubro. Como é habitual, a cimeira foi iniciada com a foto de família. Veja aqui quem falou com quem antes de se alinhar para uma fotografia que em breve (dentro de dois anos?) encolherá de 28 para 27 integrantes.
Bolsas respiram de alívio e libra estanca perdas
Após duas sessões de fortes perdas, as bolsas recuperaram esta quarta-feira e os juros da dívida de Portugal, Espanha e Itália tiveram quedas significativas. Já o ouro perdeu algum brilho devido à menor aversão ao risco dos investidores.
Depois das fortes quedas nas duas sessões que se seguiram ao Brexit, as bolsas europeias respiraram de alívio esta terça-feira. O Stoxx 600 ganhou 2,57% com todos os índices sectoriais em terreno positivo. Os serviços financeiros, que tinham sido um dos sectores mais fustigados após o resultado do referendo no Reino Unido, tiveram um dos melhores desempenhos do dia, com o índice do sector a avançar 3,87%. Já o índice que mede o desempenho da banca europeia, que esteve no centro do furacão, avançou 2,53%.
A libra interrompeu a sequência de fortes perdas. A divisa britânica valoriza 0,45% face à nota verde, negociando em 1,3285 dólares. Isto depois de ter perdido mais de 11% face à nota verde em dois dias. Já o euro, que também tem sido arrastado pela percepção de que o projecto europeu sai afectado com o Brexit, valoriza 0,21% para 1,1048 dólares.
Veja aqui o resumo do dia nos mercados.
PM búlgaro disponível para conceder cidadania aos britânicos que vivem no país
O primeiro-ministro da Bulgária, Boiko Borisov, mostrou-se disponível para conceder a nacionalidade búlgara aos britânicos residentes no país após o Brexit.
"Provavelmente (os britânicos residentes) solicitarão a nacionalidade búlgara e nós estamos abertos a isso. São bem-vindos à Bulgária", declarou Borisov a jornalistas.
Segundo dados da embaixada britânica, neste país balcânico vivem cerca de sete mil cidadãos do Reino Unido, uma grande parte dos quais reformados que habitam em áreas rurais perto da capital, Sofia.
Orbán alerta para desafios que a UE pode enfrentar se não resolver a crise migratória
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, alertou que a União Europeia pode enfrentar um grande desafio após o Brexit se não conseguir lidar com a crise migratória.
"A questão importante é [perceber] que lições podem ser tiradas do que aconteceu, para nós europeus que somos ainda membros da União Europeia e que queremos assim permanecer", disse Orbán, numa declaração emitida pela estação pública húngara, citada pela Reuters.
"Se a UE não conseguir resolver a situação migratória então tais desafios que assistimos no caso do Reino Unido vão aumentar", acrescentou.
Corbyn avisa que não se demite
Jeremy Corbyn já avisou que não se demite. A editora de política do The Guardian, Anushka Asthana, citou, no Twitter, a reacção de Corbyn à votação do seu grupo parlamentar. "Fui democraticamente eleito líder por 60% dos membros e apoiantes do nosso partido para trazer um novo tipo de políticas". "Não os vou trair demitindo-me", acrescentou Corbyn.
Corbyn defiant: "I was democratically elected leader of our party for a new kind of politics by 60% of Labour members and supporters...
— Anushka Asthana (@GuardianAnushka) 28 de junho de 2016
Partido Trabalhista revela que grupo parlamentar perdeu confiança em Corbyn
Numa declaração divulgada pelo Partido Trabalhista depois da votação da moção, é referido que o grupo parlamentar trabalhista "não tem confiança confiança em Jeremy Corbyn enquanto líder do Grupo Parlamentar Trabalhista (PLP)".
Mais uma vítima do Brexit: Corbyn perde moção de desconfiança
Depois de David Cameron ter anunciado a demissão do cargo de primeiro-ministro, com efeitos a partir de Outubro, a vitória do Brexit no referendo britânico já provocou mais uma vítima. Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, perdeu a moção de desconfiança apresentada pelo grupo parlamentar do partido.
De acordo com a Sky News 172 deputados trabalhistas votaram a favor da moção de desconfiança, com apenas 40 a mostrarem confiar em Corbyn. Ainda segundo esta estação televisiva, os trabalhistas Tom Watson e Angela Eagle já agendaram um encontro para decidir qual dos dois se encontra melhor posicionado para desafiar Jeremy Corbyn, que chegou à liderança do partido há menos de um ano.
Com este resultado Corbyn não perde automaticamente a chefia do Partido Trabalhista, mas fica especialmente fragilizado depois de na campanha para o referendo britânico ter sido acusado de estar praticamente ausente e de ter assumido um papel secundário face a David Cameron como rosto da campanha pelo sim à permanência.
Este resultado significa que Corbyn perde a liderança do grupo parlamentar trabalhista, embora se mantenha, até ver, no cargo para o qual foi eleito em Setembro último.
Confirmed result from labour no confidence motion
— Faisal Islam (@faisalislam) 28 de junho de 2016
172 for
40 against
4 spoilt ballots
13 didn't vote
Londres perde Autoridade Bancária Europeia para Paris ou Frankfurt
A decisão de desvinculação do Reino Unido da União Europeia deverá precipitar a saída da sede da Autoridade Bancária Europeia (EBA na sigla em inglês) de Londres para Paris ou para Frankfurt. A garantia foi dada esta terça-feira, 28 de Junho, por fonte oficial da União Europeia, citada pela Reuters.
A missão da EBA é assegurara coerência e eficácia nas funções de regulação e supervisão prudenciais de todo o sector bancário europeu, na defesa da estabilidade e integridade financeira da União Europeia.
Apesar de independente, a instituição com sede na City, em Canary Wharf, responde perante o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia e a Comissão Europeia.
Ryanair suspende lançamento de novas rotas para o Reino Unido
A Ryanair vai suspender o lançamento de novas rotas para o Reino Unido nos próximos meses devido à incerteza causada pela decisão de abandonar a União Europeia, afirmou hoje o presidente executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O'Leary.
"Creio que não vamos abrir novas ligações no Reino Unidos no próximo ano ou ano e meio, até que todos os sinais de incerteza desapareçam", afirmou Michael O'Leary à AFP, em Bruxelas.
Mais de um quarto das receitas da Ryanair resultam da operação na Grã-Bretanha, o que significa que a companhia aérea está particularmente exposta aos riscos do resultado do referendo em que os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da União Europeia.
Bruxelas pondera passaportes para estudantes britânicos
Os estudantes britânicos inscritos em universidades de países da União Europeia receberão a cidadania comunitária. A medida faz parte de um plano discutido pelos líderes europeus depois do Reino Unido ter votado a saída do bloco comunitário.
"Se um estudante britânico decidir passar dois, três ou quatro anos numa universidade europeia, estamos a estudar agora a possibilidade de dar-lhe um passaporte comunitário", explicou o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi em Bruxelas, citado pela Reuters.
Regulador alemão recusa Londres como sede da "megabolsa" europeia
O regulador alemão dos mercados financeiros põe de parte que Londres possa vir a receber a sede da megabolsa europeia que resultará da fusão entre a germânica Deutsche Boerse e a London Stock Exchange.
"É difícil imaginar que a mais importante bolsa da zona euro seja gerida numa sede fora da União Europeia", disse aos jornalistas Felix Hufeld, presidente do Bafin, depois de os eleitores britânicos terem decidido na quinta-feira em referendo a saída do Reino Unido da União Europeia.
Como seria possível deixar num país que fica fora da esfera da UE e que não adoptou como divisa o euro o centro das transacções financeiras realizadas na moeda única, questionou Hufeld.
Os britânicos não sabem mesmo o que é a UE?
Foram gozados por todo o mundo. Os britânicos votaram para sair da União Europeia sem sequer saber o que é a UE. Mas será mesmo assim? Ou trata-se de uma interpretação abusiva dos dados? O massa monetária comparou essa pergunta com as pesquisas por Cristiano Ronaldo. Conheça as conclusões.
Branson: Virgin perdeu um terço do seu valor desde o Brexit. Reino Unido vai entrar em recessão
Richard Branson está desolado com a opção dos britânicos de sair da União Europeia e diz que são assustadoras as perdas já acumuladas para as empresas e respectivos trabalhadores.
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Negociações comerciais da UE com o resto do mundo vão prosseguir
"Nesta situação sem precedentes, gostaria de sublinhar que estamos unidos na nossa resposta no que diz respeito à política comercial da União Europeia. As nossas negociações com os principais parceiros irão continuar", disse Cecilia Malmström, comissária responsável pelo Comércio.
Cresce a contestação a Corbyn
A liderança de Jeremy Corbyn no Partido Trabalhista britânico continua a ser contestada, depois de mais de quatro dezenas de demissões terem sido apresentadas nos últimos dias. Esta terça-feira enfrenta uma moção de censura. Desta vez, foi ao deputado Chris Evans que coube assinar uma carta a pedir a saída de Corbyn, que acusa de ter "trabalhado contra" o partido na campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia. "Ter um mandato não significa não prestar atenção às pessoas com quem precisa de trabalhar no dia-a-dia", afirmou Evans.
My letter to Jeremy Corbyn urging him to resign pic.twitter.com/1y955bJmr2
— Chris Evans MP (@ChrisEvansMP) 28 de junho de 2016
Mais um candidato à liderança dos Conservadores
O The Telegraph dá conta que Stephen Crabb, responsável pelas pastas do Emprego e Pensões, declarou oficialmente a sua vontade de concorrer à liderança do partido.
O antigo secretário da Defesa Liam Fox vai avançar na corrida e admitiu avançar com um segundo referendo, uma vez que os britânicos não votaram nas condições de saída do Reino Unido da União Europeia.
Theresa May e Boris Johnson também deverão juntar-se à corrida. O período de apresentação de candidaturas arranca esta quarta-feira e fecha no dia seguinte.
O actual ministro das Finanças, George Osborne, já garantiu que está fora desta corrida.
O Turismo de Portugal
O Turismo de Portugal considera "prematuro" alterar a sua estratégia de promoção turística junto dos britânicos depois do referendo da passada quinta-feira.
"A nossa comunicação é muito digital e podemos mudar de um dia para o outro, mas [mudar a estratégia de promoção junto dos britânicos] não é uma questão que se coloca neste momento, porque é ainda muito cedo", afirmou à Lusa o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.
António Costa contra "fingimentos" em torno do Brexit
O primeiro-ministro português defende que o processo de saída do Reino Unido da UE decorra de forma "amigável".
António Costa argumenta que a Europa deve "olhar para isso (Brexit) não fingindo que não vemos o que se passa".
ONU pede medidas ao Reino Unido para conter vaga xenófoba
Zeid Ra'ad Al Hussein, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pediu nesta terça-feira às autoridades britânicas para que tomem medidas firmes para combater e prevenir novos incidentes e demonstrações xenófobas e para que processe os seus perpetradores. O apelo foi lançado devido aos incidentes contra comunidades de imigrantes, designadamente a polaca e a muçulmana, que se intensificaram na sequência do resultado do referendo de abandonar a União Europeia. Travar a imigração foi a principal bandeira da campanha do "Leave".
"O racismo e a xenofobia são completa e totalmente inaceitáveis em qualquer circunstância", frisou Zeid.
Numa declaração tornada pública esta tarde, Zeid diz estar profundamente preocupado com os relatos de abusos sobre comunidades minoritárias e estrangeiras no país.
No rescaldo da vitória do "Brexit", foram distribuídos folhetos ofensivos dirigidos contra polacos, que viu igualmente o seu centro cultural em Londres vandalizado com graffitis. Também líderes islâmicos têm relatado à polícia um "aumento acentuado de incidentes", escreve a Reuters.
Falando no parlamento, o primeiro-ministro David Cameron condenou ontem os actos de vandalismo contra polacos e disse que tinha falado ao telefone com o seu homólogo Beata Szydlo para expressar a sua preocupação, mas também para lhe garantir que os polacos serão devidamente protegidos. A comunidade polaca será hoje a maior estrangeira no Reino Unido, em torno de um milhão de pessoas.
Primeira-ministra escocesa vai negociar a Bruxelas
A primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon está a falar no parlamento daquele país, em resposta ao referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia. A Escócia votou pela permanência.
A BBC escreve que Sturgeon clarificou aos deputados que estas não eram as declarações que a política esperava fazer, estando contudo orgulhosa do modo como a Escócia votou. "São bem-vindos aqui. Esta é a vossa casa", afirmou, dirigindo as suas palavras para os cidadãos de outros países da União Europeia a residir na Escócia.
Sturgeon ruma esta quarta-feira, 29 de Junho, a Bruxelas para se encontrar com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. A primeira-ministra já admitiu a possibilidade de a Escócia votar a saída da União Europeia.
BCP garante que não há exposição directa relevante da banca portuguesa
O presidente da Comissão Executiva do Millennium BCP, Nuno Amado, assegurou hoje que a banca portuguesa "não tem uma exposição directa relevante" ao Reino Unido, admitindo que existem "apenas ondas de choque colaterais".
Nuno Amado, que falava aos jornalistas à margem da Conferência Moçambique - Portugal, que decorre em Cascais, comparou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) a um tremor de terra, cujas "ondas de choque" são inevitáveis num primeiro momento.
"Não há exposição directa relevante, que eu saiba, da banca portuguesa a Inglaterra, directamente. Há apenas, e não é pouco, os efeitos colaterais de uma enorme volatilidade que ocorre numa situação destas", sublinhou.
"Ou seja, quando existe um tremor, como foi o caso, existe sempre um momento em que é preciso encontrar uma nova estabilidade. É onde estamos. Não tenho dúvida nenhuma de que, dentro de algum tempo será encontrado um novo equilíbrio na Europa", sustentou.
Cameron quer posição construtiva do Reino Unido
À chegada ao Conselho Europeu que arranca esta terça-feira, o ainda primeiro-ministro britânico afirmou que o Reino Unido quer adoptar a posição "mais construtiva possível" no processo de saída da União Europeia.
David Cameron quer discutir o Brexit mas não negociar o processo de saída da UE, já que essa será uma tarefa para o seu sucessor.
"O Reino Unido vai sair da União Europeia mas quero que o processo seja o mais construtivo possível e espero que o resultado também seja o mais construtivo possível. Estamos a sair da UE mas não queremos virar as costas à Europa", afirmou Cameron, citado pelo Guardian.
"Estes países são nossos vizinhos, nossos amigos, nossos aliados, nossos parceiros e espero que mantenhamos relações o mais próximas possíveis em termos de comércio, cooperação e segurança. Será bom para nós e será bom para eles. É este o espírito que penso que as discussões se devem centrar hoje", acrescentou.
Europa está preparada para começar o processo de divórcio
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a União Europeia está preparada para iniciar "ainda hoje" o processo de "divórcio" do Reino Unido, na sequência do resultado do referendo à permanência do país no bloco europeu.
"A Europa está preparada para começar o processo de divórcio ainda hoje, sem qualquer entusiasmo como podem imaginar", disse Tusk, em declarações à entrada do Conselho Europeu. "Este não é o cenário com que sonhávamos", salientou Tusk, comentando o Brexit.
O presidente do Conselho Europeu lembrou que a UE respeita a vontade dos eleitores britânicos, mas também têm que ser respeitados os tratados.
"De acordo com estes, compete ao Governo britânico iniciar o processo de saída da UE. Esta é a única via legal que temos, todos deve estar conscientes desse facto", disse, acrescentando que é preciso "ter paciência".
Tusk anunciou ainda que vai propor aos líderes da UE a celebração de uma cimeira, "provavelmente em Bratislava", no dia 27 de Setembro, para continuar a discussão sobre o futuro da UE a 27.
Reportagem em Londres
Em Londres hoje há outro brexit a dominar as conversas. A eliminação no euro da selecção inglesa já levou as lojas a colocarem as camisolas alusivas ao euro e a Inglaterra em promoção.
Reino Unido deve voltar a adiar vendas do Lloyds e Royal Bank of Scotland
A venda das participações do RBS e do Lloyds Banking Group, nas mãos do Estado britânico depois do resgate financeiro pós-crise económica internacional, deverá voltar a ser adiada devido à volatilidade dos mercados causada pelo resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
A venda deveria ser feita nos próximos meses, mas segundo o The Independent o Tesouro britânico terá voltado a prolongar o prazo para alienação daquelas participações a fundos e a investidores particulares, com a qual esperava encaixar 9 mil milhões de libras (10,8 mil milhões de euros à cotação actual).
Cameron já está em Bruxelas
I welcome my friend @David_Cameron in the @EU_Commission. #EUref pic.twitter.com/SGMme7mm3x
— Jean-Claude Juncker (@JunckerEU) June 28, 2016
Renzi: Reino Unido não pode ficar apenas com as "coisas boas" do mercado único
O primeiro-ministro italiano disse esta terça-feira que o Reino Unido não pode ficar apenas com as "coisas boas" do mercado único sem ficar também com "as coisas más". Para ter acesso ao mercado único, o país tem de aceitar as políticas relativas à migração, concretizou Renzi.
"É impossível pertencer a uma comunidade só com as coisas boas, sem as coisas más. Se pertences a uma família, tens de aceitar as coisas boas e as más. É impossível falar apenas sobre o mercado único, e não aceitar a política sobre migração. É impossível ser-se muito comunitário acerca da economia e não acerca dos valores. Este é o problema, a meu ver, sobre esta campanha", afirmou o primeiro-ministro italiano em declarações à CNN.
É necessário tratar "as causas" do Brexit", defende António Costa
Antes de partir para Bruxelas, onde vai participar no Conselho Europeu desta terça e quarta-feira, António Costa sublinhou a importância de "devolver aos europeus a confiança na União Europeia, na sua utilidade para garantir a segurança, crescimento, emprego e respeitar as liberdades."
"Há que negociar as consequências do Brexit mas há sobretudo que tratar das suas causas", escreveu o primeiro-ministro numa mensagem deixado no Twitter.
Obama avisa para "histeria" à volta do Brexit
O Presidente norte-americano Barack Obama considerou esta terça-feira que a saída do Reino Unido da União Europeia coloca em pausa o processo de integração do Velho Continente, mas que não faz prever alterações "cataclísmicas" no equilíbrio geopolítico mundial.
"Eu não exageraria. (…) Tem havido alguma histeria no pós-referendo, como se de alguma forma a NATO tivesse desaparecido, a aliança transatlântica estivesse a dissolver-se e cada país estivesse a fugir para o seu canto. Não é isso que está a acontecer", afirmou Obama em entrevista à rádio pública NPR.
O Presidente norte-americano, que tinha defendido a manutenção do Reino Unido na UE, interpretou a decisão dos eleitores como uma reacção ao rápido crescimento da União "que está provavelmente a acontecer depressa de mais e sem os consensos necessários". E espera que este seja um momento para a Europa "respirar fundo" e tentar encontrar uma solução para uma melhor integração europeia.
Liam Fox junta-se à corrida nos Conservadores
Há mais um candidato para substituir David Cameron na liderança do Partido Conservador britânico. O antigo secretário da Defesa Liam Fox vai avançar na corrida, escreve a BBC.
Esta manhã, Jeremy Hunt admitiu que está disponível para assumir a liderança do partido e até mesmo um segundo referendo. A opção está a ser "seriamente considerada" pelo actual titular da pasta da Saúde, que defende que os britânicos não votaram nas condições de saída do Reino Unido da União Europeia.
Theresa May e Boris Johnson também deverão juntar-se à corrida. O período de apresentação de candidaturas arranca esta quarta-feira e fecha no dia seguinte.
O actual ministro das Finanças, George Osborne, já garantiu que está fora desta corrida.
PM belga pede às empresas britânicas para se mudarem para o seu país
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, apelou às companhias britânicas que querem continuar a negociar com a União Europeia para se mudarem para o seu país, depois do Reino Unido ter votado a saída do bloco europeu. "Acredito que 20% das companhias britânicas estão prontas para sair do país", afirmou à rádio belga.
"Não desiludam a Escócia agora"
Alyn Smith fez o discurso, até agora, mais aplaudido no Parlamento Europeu ao afirmar "não desiludam a Escócia agora".
As palavras de Alyn Smith mereceram fortes aplausos em Bruxelas. O representante do SNP (Scottish National Party) foi directo ao assunto: "A Escócia nunca vos desiludiu. Por favor, imploro-vos, não desiludam a Escócia agora".
Smith lembrou que a Escócia - à semelhança da Irlanda do Norte e de Londres - votou pela permanência do Reino Unido na União Europeia. "Quero que o meu país seja internacional, cooperativo, ecológico, justo, europeu", lembrou.
Alyn Smith diz que vão ser necessárias "cabeças frias e corações quentes" para estas negociações. A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, já admitiu que o parlamento daquele país poderá vetar o Brexit.
"Do not let Scotland down" - standing ovation for @AlynSmithMEP at European parliament https://t.co/slOCKdAHcp https://t.co/D7NdG5QHUy
— BBC News (UK) (@BBCNews) June 28, 2016
Le Pen diz que Brexit foi bofetada para a Europa
A líder da Frente Nacional francesa considerou que a decisão do Reino Unido em abandonar a Europa foi como uma bofetada no sistema. "Os britânicos escolheram um caminho que achávamos fechado para sempre", afirmou em Bruxelas citada pelo The Telegraph. Le Pen, à semelhança de outros líderes da extrema-direita europeus, defende a realização de um referendo nacional sobre a continuação dos respectivos países na União Europeia.
Merkel não quer Reino Unido a escolher só vantagens nas negociações
Angela Merkel reforçou esta terça-feira que as negociações com o Reino Unido não vão ser fáceis. "Só posso aconselhar os nossos amigos britânicos a não se iludirem", afirmou.
A chanceler alemã voltou a lamentar a decisão e lembrou que a União Europeia "é forte o suficiente" para sobreviver a 27. "Se querem deixar a família, não podem esperar manter todos os privilégios e desistir das obrigações", afirmou no parlamento em Berlim, antes da partida para o Conselho Europeu em Bruxelas.
Merkel especificou que Londres não poderá fazer parte do mercado comum se não aceitar a liberdade de pessoas e trabalhadores. "Tem entrada no mercado comum quem reconhece e aceita quatro liberdades de movimento: pessoas, bens, serviços e capitais. A Noruega, por exemplo, não é membro da UE mas integra o mercado comum porque aceita esses quatro princípios", referiu esta manhã a chanceler germânica.
No acordo firmado em Fevereiro entre Londres e Bruxelas (cujos efeitos deixaram de se aplicar devido à vitória do Brexit no referendo) o Reino Unido conseguia precisamente, entre outras contrapartidas, impedir o acesso dos imigrantes comunitários aos benefícios do Estado Social britânico.
Mayor de Londres pede mais autonomia
O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, reclamou mais autonomia para a cidade depois do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
A ditar este pedido está a incerteza causada pela votação naquele centro financeiro, com várias empresas a ponderar deslocar as suas sedes para o espaço comunitário. "Em nome dos londrinos, peço mais autonomia para a capital. Agora", cita a imprensa britânica. Para Khan, a continuação do Reino Unido no mercado único europeu deve ser a prioridade nas negociações.
Passos quer menos "amuos" e uma separação amigável do Reino Unido
O líder do PSD criticou esta manhã a atitude de punição do Reino Unido pela decisão de saída da União Europeia validada em referendo e defendeu que a Europa deve procurar um entendimento com Londres que mantenha a economia britânica mais próxima do Velho Continente.
"Castigar os britânicos como uma espécie de vacina para que outros países não sigam o mesmo caminho é o caminho mais directo para que isso possa acontecer", afirmou Passos Coelho esta terça-feira, 28 de Junho, aos jornalistas em Bruxelas, à margem da cimeira do Partido Popular Europeu.
Portugueses entre estrangeiros vítimas de ataques racistas no Reino Unido
Cidadãos estrangeiros, incluindo portugueses, foram vítimas de ataques racistas no Reino Unido após o referendo que determinou a saída da União Europeia, tendo as autoridades registado mais 57 por cento de queixas de crimes de ódio desde sexta-feira.
Os incidentes aconteceram em Londres, País de Gales ou Norfolk, disseram à agência Lusa vários membros da comunidade portuguesa, que acrescentaram que nem todos são divulgados por receio de reprovação ou represálias.
Em Londres, Fátima Lourenço ainda está abalada com o que aconteceu na passada sexta-feira, quando um grupo de jovens com idades entre os 18 e os 20 anos lhe cuspiu na cara e agrediu na rua com uma bandeira inglesa.
"Houve pessoas que reagiram, que lhes chamaram nomes e vieram pedir desculpa. Eu não estava à espera, senti-me humilhada e tive de chorar para desabafar", contou à Lusa.
Banco de Inglaterra injecta 3,1 mil milhões de libras no sistema bancário
O Banco de Inglaterra injectou 3,1 mil milhões de libras (3,7 mil milhões de euros) no sistema bancário numa operação extraordinária de financiamento. Naquela que foi a primeira operação de cedência de liquidez desde o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, as instituições financeiras pediram mais do dobro do montante alocado pela entidade liderada por Mark Carney.
Em Março e para precaver potenciais impactos do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, o Banco de Inglaterra agendou várias operações extraordinárias de financiamento. "Esta é uma das operações extraordinárias agendadas em Março para planear para o risco de stress no mercado na altura do referendo", explicam os analistas do RBC Capital Markets, numa nota a investidores, divulgada ainda antes da operação.
Osborne antecipa aumento de impostos e cortes na despesa já este ano
O ministro das Finanças do Reino Unido admite que o Governo terá de aumentar os impostos e cortar a despesa ainda este ano para estabilizar as finanças públicas, depois de os eleitores terem escolhido sair da União Europeia no referendo da passada quinta-feira.
Numa entrevista à BBC, George Osborne disse que essa decisão vai tornar o país mais pobre e obrigar o Reino Unido a lidar com as consequências económicas e com as novas divisões sociais.
"Precisamos de um plano, enquanto país, para nos livrarmos disto, respeitando ao mesmo tempo o veredicto do povo britânico. Isso significa estabilidade financeira, pôr um fim à incerteza económica e dar unidade à nossa sociedade", afirmou Osborne.
Parlamento Europeu pede activação imediata do artigo 50
O Parlamento Europeu aprovou esta manhã uma resolução que pede ao Reino Unido a activação imediata do processo de retirada da União Europeia, depois da vitória do "Leave" no referendo à saída da UE, realizado na quinta-feira.
Os líderes europeus desejam que o artigo 50 seja invocado o mais rápido possível para limitar a incerteza e o rastilho de contágio do eurocepticismo. A resolução em causa foi apresentada por três grupos políticos e aprovada por larga maioria.
Agora, Reino Unido é "farol" para o resto da Europa, diz Farage
O líder do partido independentista britânico Ukip defendeu que a saída do Reino Unido da União Europeia, validada no referendo da passada quinta-feira, não será a única desvinculação do clube dos 28 e que a partir de agora os restantes países da UE olharão para o país de Sua Majestade como uma referência.
"Agora oferecemos um farol de esperança aos democratas em todo o continente europeu… O Reino Unido não será o último Estado-membro a deixar a UE", afirmou Nigel Farage esta terça-feira, 28 de Junho, no Parlamento Europeu.
O politico britânico relembrou o percurso longo de defesa da saída do Reino Unido da esfera da União. "Quando eu cheguei aqui há 17 anos e disse que queria liderar uma campanha para que a Grã-Bretanha saísse da União Europeia, vocês riram-se de mim. Bem, tenho de dizer que agora vocês já não riem, pois não?", questionou desafiador.
"Brexit: uma oportunidade". A opinião de Vítor Bento no Público
"O Brexit terá sérias consequências para o Reino Unido, entre as quais a sua possível desintegração. Mas terá consequências não menos importantes para a União Europeia. Desde logo, ao nível geoestratégico, fragiliza a sua capacidade de defesa e reduz o seu papel na ONU. E ao nível político, enfraquece o campo doutrinário demo-liberal, credibiliza a reversibilidade do projecto integrador e ameaça a integridade da zona euro. Entre outras.
Mas, como todas as crises, ao mesmo tempo que escurece o cenário prospectivo, a crise aberta pelo Brexit constitui uma oportunidade para a UE, e em particular a Zona Euro, procederem a uma profunda introspecção, emendarem a mão na forma como têm lidado com a crise económico-financeira, porem em prática um plano coerente que sustente as expectativas de viabilidade da zona euro, e oferecerem um novo ânimo às populações."
A opinião do economista Vítor Bento esta terça-feira no jornal Público.
Fitch corta rating do Reino Unido
Depois da Standard & Poor’s foi agora a vez da Fitch cortar o rating do Reino Unido na sequência do resultado do referendo da passada quinta-feira, que ditou a saída do país da União Europeia.
A opção pela saída levou a Fitch a cortar a notação em um nível, de AA+ para AA, com perspectivas negativas, o que indica a probabilidade de ocorrerem mais descidas no médio prazo.
A S&P baixou o "rating" em dois níveis, da notação máxima de AAA para AA, também com perspectivas negativas.
"Why are you here?", pergunta Juncker ao UKIP
"Devemos respeitar a democracia britânica e a forma como expressaram a sua opinião", afirmou Jean-Claude Juncker esta manhã no Parlamento Europeu. A afirmação do presidente da Comissão Europeu foi aplaudida apenas pelos parlamentares do UKIP.
Juncker parou o seu discurso, olhou para os membros do UKIP e dirigindo-se directamente a estes deputados afirmou: "É a última vez que aplaudem aqui." "De alguma forma estou realmente surpreendido que estejam aqui. O povo britânico votou a favor da saída. Porque estão aqui [Why are you here?]", perguntou entre aplausos dos restantes membros do Parlamento Europeu.
"Why are you here?" - European Commission chief @JunckerEU challenges @UKIP MEPs https://t.co/slOCKdAHcp #Brexit https://t.co/qi6c6GMcbR
— BBC News (UK) (@BBCNews) June 28, 2016
Bolsa nacional sobe mais de 2% à boleia do BCP e EDP
A bolsa nacional está a subir mais de 2%, impulsionada sobretudo pelos títulos do BCP e da EDP. Entre as restantes congéneres europeias o sentimento é também de ganhos expressivos. O índice holandês é o que regista uma subida mais ligeira, somando mais de 1,5%.
Decisão britânica afecta todos os cidadãos da UE, diz Martin Schulz
O presidente do Parlamento Europeu afirmou esta manhã no Parlamento Europeu que a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia foi dos eleitores britânicos, mas "afecta todos os cidadãos" da União Europeia.
Schulz saudou a presença, no plenário, "de todo o Colégio de Comissários, incluindo o britânico, Jonathan Hill", que apresentou a sua demissão na sequência do referendo.
O presidente do PE deixou ainda uma palavra de agradecimento pelo papel na construção europeia que tiveram os funcionários europeus da UE e os eurodeputados eleitos pelo Reino Unido.
Schulz agradeceu especialmente a Hill pelo trabalho executado e pela posição "extremamente digna" que tomou.
Extraordinary #EPlenary session on the outcome of #UKreferendum to start now– watch LIVE https://t.co/afabT5mday pic.twitter.com/FNTtnyxkcG
— EP President (@EP_President) June 28, 2016
Juncker vai pedir "clareza" a Cameron
Jean-Claude Juncker confessou esta manhã no Parlamento Europeu estar "triste" com o resultado do referendo britânico que deu vitória ao Brexit. No entanto, o presidente da Comissão Europeia sublinhou que é preciso respeitar a escolha dos cidadãos do Reino Unido.
Juncker disse ainda que vai pedir "clareza" ao primeiro-ministro David Cameron sobre os próximos passos do Reino Unido, lembrando que não haverá conversações até que o país accione os procedimentos para a saída da UE.
"Temos de clarificar a situação o mais rápido possível. Mas ainda estou triste porque não sou um robô, um burocrata ou tecnocrata cinzento", afirmou. "Sou um europeu e tenho o direito de dizer que lamento o resultado da votação britânica".
Opinião de Bruno Faria Lopes
"O referendo no Reino Unido, como o referendo na Grécia no ano passado, não foi uma prova de vitalidade da democracia num tempo de apatia do eleitor. Foi, pelo contrário, um fracasso da democracia.
Britânicos e gregos ilustraram como um referendo pode ser um instrumento de desresponsabilização política e de divisão do eleitorado, favorecido por governantes fracos e populistas fortes."
A opinião do jornalista da Sábado Bruno Faria Lopes para o Negócios. Leia aqui na íntegra.
Opinião do subdirector do Negócios
"A UE, depois da saída do Reino Unido, precisava de falar a uma só voz. Afinal, constata-se que fala a três e os outros 24 são apenas caixas de ressonância que amplificam a voz dos líderes, os quais devem estar ungidos de um poder que emana desse estatuto de fundadores. E não se diga que se trata apenas de encontros preparatórios para afinar pontos de vista, porque ao olhar da opinião pública são os generais a decidir unilateralmente para onde mandar os seus soldados. Precisamos de mais Europa, não desta Europa."
Leia aqui na íntegra a opinião de Celso Filipe, subdirector do Negócios.
Brexit preocupa países asiáticos
Os governos asiáticos estão preocupados com a saída do Reino Unido da União Europeia e pelo impacto negativo nos investimentos que têm em curso. A imprensa dá conta que estão a ser considerados novos pacotes de estímulos para lidar com o Brexit.
O primeiro-ministro japonês já apelou aos países do G7 para que sejam tomadas medidas para estabilizar os mercados financeiros. O governo liderado por Shinzo Abe está a estudar um pacote de ajudas que poderá atingir os 10 biliões de ienes, o equivalente a 88 mil milhões de euros. A Coreia do Sul seguirá no mesmo sentido.
Rainha fala pela primeira vez desde o Brexit
A rainha Elizabeth II falou pela primeira vez após o Brexit. "Ainda estou viva", brincou esta segunda-feira, 27 de Junho, quando questionada sobre o seu estado de saúde. A mesma encontrava-se na primeira ronda de compromissos públicos desde que os britânicos votaram no Brexit. A rainha não emitiu qualquer declaração sobre o resultado do referendo.
Reportagem em Londres
"What have we done?" O Reino Unido votou a favor do Brexit. Agora tem de viver com isso. Mas a divisão é total. A começar pelos partidos.
A reportagem da enviada especial do Negócios a Londres Alexandra Machado.
Trabalhistas colocam liderança de Corbyn em xeque
O principal partido da oposição está debaixo de fogo, com uma crise na liderança de Jeremy Corbyn. O mesmo é alvo esta terça-feira de uma moção de censura, onde a maioria dos membros do Partido Trabalhista britânico deverão votar positivamente.
Esta segunda-feira foi marcada por mais de 30 demissões na equipa de Corbyn, que conseguiu ainda assim arranjar 10 substitutos para os cargos deixados vagos. Corbyn é acusado de não ter sido eficaz e de ter sabotado a campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia.
Novo candidato à liderança dos conservadores
Há um novo nome na corrida à liderança dos Conservadores, após o primeiro-ministro David Cameron ter anunciado que deixará o cargo em Setembro.
Jeremy Hunt admitiu que está disponível para assumir a liderança do partido e até mesmo um segundo referendo. A opção está a ser "seriamente considerada". Ao The Daily Telegraph, o actual titular da pasta da Saúde diz que os cidadãos britânicos não votaram nas condições de saída do Reino Unido da União Europeia.
Há uma petição a correr com mais de 3,8 milhões de assinaturas a pedir a realização de um novo referendo, garantindo-se a participação de 75% dos eleitores e 60% dos votos numa das posições.
Por sua vez, o actual ministro das finanças britânico George Osborne - a quem coube na segunda-feira o papel de acalmar os mercados - já veio garantir que não está na corrida. "Não serei candidato à liderança do Partido Conservador nas próximas eleições", garantiu no The Times. No mesmo jornal, o político garante ainda respeitar a vontade popular.
Theresa May e Boris Johnson também deverão juntar-se à corrida. O período de apresentação de candidaturas arranca esta quarta-feira e fecha no dia seguinte.
"Tristeza", a palavra de Draghi para o Brexit
"Tenho dificuldades em encontrar a palavra para descrever o que aconteceu, provavelmente a melhor seja tristeza", disse Mario Draghi sobre a saída do Reino Unido da União Europei na abertura do terceiro Fórum do BCE em Sintra. O presidente do Banco Central Europeu vai abandonar o encontro mais cedo para poder participar no Conselho Europeu desta terça e quarta-feira em Bruxelas.
Cameron enfrenta líderes europeus em Bruxelas
Esta terça-feira é o primeiro dia do primeiro Conselho Europeu após o Reino Unido ter votado pela saída da União Europeia. A reunião de quarta já não contará com a presença do primeiro-ministro demissionário britânico David Cameron.
O político irá reunir-se com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, antes do encontro com os restantes líderes europeus. O Brexit é o único assunto na agenda, de modo a definir como se processará este processo.
Cameron já veio informar que não activará o Artigo 50, que dita o arranque das negociações e estabelece o prazo de dois anos para a saída do bloco comunitário.
Angela Merkel, François Hollande e Matteo Renzi também já fizeram saber que não existirão quaisquer negociações formais até que o Reino Unido até que seja requerida esta cláusula.
Europa planeia casamento fiscal após divórcio britânico
Alemanha, França e Itália levarão nesta terça-feira uma proposta conjunta aos demais países da União Europeia (UE) onde sugerem que, no rescaldo da decisão britânica de deixar o clube, se pressione Londres a meter rapidamente os papéis para o divórcio, e se acelerem, ao mesmo tempo, os planos de maior cooperação em matérias mais próximas das preocupações dos europeus.
Reunidos em Berlim em véspera da que será a primeira cimeira europeia após o trauma do Brexit, Angela Merkel, François Hollande e Matteo Renzi divulgaram uma declaração genérica, mas que remete para projectos que estão já há algum tempo na gaveta, designadamente no domínio da segurança (como a criação de uma guarda fronteiriça europeia para melhor prevenir actos terroristas), da competitividade e do desemprego, através do reforço da convergência de políticas na Zona Euro "incluindo nos domínios social e fiscal".
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