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Insultos racistas em eléctrico de Manchester

Nos dias antes e depois do referendo à saída do Reino Unido da UE, os episódios de racismo e xenofobia reportados cresceram 57% em relação ao mesmo período do ano passado. Esta manhã os insultos repetiram-se em Manchester.

DR
28 de Junho de 2016 às 18:02
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Cinco dias depois do referendo que decidiu a saída do Reino Unido da União Europeia, as autoridades revelaram que o número de denúncias de comportamentos racistas e xenófobos aumentou 57% nos dias antes e depois da consulta pública.


Agora, são as redes sociais o palco dos insultos, com vídeos a mostrarem agressões verbais a imigrantes no país. O caso mais recente ocorreu na manhã desta terça-feira, 28 de Junho, em Manchester, no centro de Inglaterra, quando dois jovens se dirigiram a um imigrante dentro do eléctrico, insultando-o e agredindo-o.


"Vai-te embora do país! Sai da merda do eléctrico agora! Não digas merdas, tu nem és de Inglaterra, sacana de imigrante!"

"- Que idade tens tu? 18? 19? Estou aqui há mais tempo que tu!" – respondeu o imigrante, perante o visível incómodo do resto dos passageiros.

"- Volta para África!", gritava um dos jovens, com uma garrafa na mão, atingindo-o com cerveja.

"Sete anos no exército…", lamentava o imigrante. Dentro do eléctrico, e à medida que os agressores saíam, os passageiros gritavam: "Desgraça, vocês são uma desgraça para a Inglaterra!"


A polícia confirmou a veracidade do vídeo, difundido pelo Canal 4, e classificou-o como uma "exibição nojenta de abuso que não tem lugar na sociedade", pedindo às testemunhas da agressão que deponham.  


Nigel Farage, o líder do partido independentista Ukip que defendeu a saída da União Europeia, recusou que a vitória do "Leave" no referendo tenha qualquer relação com um alegado aumento dos episódios de racismo e xenofobia. "Esses sentimentos não serão mais fortes esta semana do que eram na semana passada", afirmou à Sky News.


O primeiro-ministro britânico David Cameron condenou as agressões conhecidas nos últimos dias, no centro das quais está a comunidade polaca, visada em folhetos distribuídos no centro de Inglaterra  com a inscrição "
Sair da UE/Fim à peste polaca" e viu uma instituição cultural grafitada com insultos. "Não vamos tolerar estes crimes de ódio ou este género de ataques", prometeu Cameron.


Na capital britânica, há também cidadãos portugueses entre as vítimas de ataques. Fátima Lourenço foi rodeada na passada sexta-feira por um grupo de jovens com idades entre os 18 e os 20 anos, que lhe cuspiu na cara e agrediu na rua com uma bandeira inglesa. O recém-eleito mayor de Londres, Sadiq Khan, pediu à polícia municipal "vigilância acrescida" para evitar os crimes de ódio na cidade.

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