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Como Pontevedra trocou os carros por pessoas

Dois terços do centro histórico da cidade são para usufruto da população. “Entravam três vezes mais carros por quilómetro quadrado do que no centro de Madrid”, recordou o autarca em conferência do Jornal de Negócios.

29 de Janeiro de 2025 às 20:48
Miguel Anxo Fernández Lores, presidente da câmara de Pontevedra, na conferência Negócios Sustentabilidade
Fábio Poço/Movephoto
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As buzinas de impaciência e estradas largas de Pontevedra deram lugar a um ambiente mais tranquilo, com muitas zonas pedonais e limites de velocidade que não vão além dos 30 quilómetros por hora. "Quisemos deixar 75% do espaço para as pessoas e 25% para os carros. Antes, as crianças não podiam sair à rua sem perigo e os carrinhos de bebé não passavam", recordou, esta quarta-feira, Miguel Anxo Fernández Lores.

O alcalde de Pontevedra esteve na Católica Porto Business School, a propósito da segunda conferência de sustentabilidade do Jornal de Negócios, para partilhar o caminho percorrido pela cidade espanhola. "Entravam três vezes mais carros por quilómetro quadrado do que no centro de Madrid", comparou o líder em conversa com Carlos Marçalo, Diretor de Conteúdos e Projetos Especiais da Medialivre.

Médico de formação, Fernández Lores olha para o cargo político que ocupa desde 1999 como uma "continuação" da carreira na medicina – hoje, em vez de cuidar de doentes, cuida da cidade e dos seus habitantes.

Questionado sobre o desafio de convencer os residentes a aceitar restrições à circulação de automóveis e à redução das velocidades máximas permitidas na cidade, o autarca assinala que "as decisões foram compreendidas pelas pessoas", que reconheceram "as mudanças feitas" como positivas para a sua qualidade de vida.

Em Portugal, os presidentes de câmara estão limitados a três mandatos consecutivos, ou seja, 12 anos de governação. Para Miguel Anxo Fernández Lores, é tempo suficiente para "assentar-se as bases para fazer a mudança", mas é preciso juntar "alguma coragem política" para arriscar e ter confiança na estratégia delineada. "Chega a um momento em que não podemos ter a concordância de todos. Executamos os mandatos e temos de cumprir o que prometemos", rematou.

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