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Guerra, sustentabilidade e economia. Estas são três das principais áreas em análise na edição de 2024 do Índice de Igualdade de Género e Governança (GEGI), que avaliou o papel atribuído às mulheres em várias regiões do mundo e, sobretudo, os avanços ou recuos em matéria de equidade. Portugal está entre os países com melhor desempenho, aponta o estudo.
"Os países europeus com sistemas democráticos – como a Bélgica, Itália, Portugal e Espanha – continuam a liderar a lista", lê-se na pesquisa. Em sentido contrário, porém, as mulheres ainda enfrentam "grandes dificuldades" em países como o Afeganistão, Irão, Mauritânia e Qatar.
Se regiões como o Médio Oriente, Norte de África e Sul da Ásia apresentam, nesta edição, uma pontuação inferior em termos de igualdade de género, a América do Norte, Europa e a Ásia Central "estão a progredir" na "concessão de mais direitos e liberdades às mulheres".
Uma em cada três mulheres é ou será vítima de violência, física ou psicológica. Além de se focar no impacto da violência sobre as mulheres, o relatório procura perceber de que forma é que as mulheres impactam temas como a sustentabilidade ou a guerra.
Neste último caso, escreve-se que elas "têm um papel fundamental nos processos de paz", mas que, mais do que isso, a paz sustentada no tempo "tem muito mais probabilidade de ser alcançada quando as mulheres têm um lugar à mesa de decisão". Outro sinal positivo, considera-se no documento, prende-se com um crescente equilíbrio de géneros em instituições governamentais. "As mulheres estão lentamente a conquistar posições de liderança", aponta o GEGI.
Aliás, países como a Costa Rica, México, Namíbia, Nova Zelândia e Emirados Árabes Unidos "têm quase o mesmo número de mulheres e homens nos seus parlamentos nacionais".
Mas também na sustentabilidade as mulheres podem fazer a diferença. De acordo com a Organização das Nações Unidas, 80% das pessoas deslocadas devido às alterações climáticas são mulheres. "As delegações nas conferências sobre mudanças climáticas continuam a ser dominadas por homens, embora as mulheres tenham assumido a liderança em países como Austrália, Guatemala, México, Sérvia e Tailândia", destaca o relatório.
Longe de ser "uma aspiração utópica", o empoderamento económico e político das mulheres "pode ser uma das ferramentas mais poderosas do século XXI para estabelecer bases mais sólidas para o desenvolvimento económico sustentável, a paz e a segurança". Para isso, porém, é preciso dar às mulheres "uma voz mais forte e um papel mais ativo nas decisões", conclui-se.