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Libra em queda livre trama bancos centrais

A evolução da libra é a face mais visível do impacto nos mercados da saída do Reino Unido da União Europeia. A divisa continua em queda livre, arrastando o euro com ela e baralhando as contas dos maiores bancos centrais de mundo.

Reuters
27 de Junho de 2016 às 22:38
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A libra está tudo menos calma e prossegue em queda livre, ilustrando a incerteza sobre o que será da economia britânica no pós-referendo. E as ondas de choque não se circunscrevem ao Reino Unido, com o colapso da libra a arrastar o euro e a levar a uma escalada do dólar e do iene, aumentando as dores de cabeça para a Reserva Federal dos EUA e para o Japão.

Em apenas duas sessões, a divisa britânica já perdeu 11,44% face ao dólar. Após a maior queda da era moderna na passada sexta-feira, esta segunda-feira cedeu mais 3,69% para 1,3714 dólares. "A libra absorve o maior choque", constatam os analistas do Standard Chartered, numa nota a clientes. E a expectativa é de que continue à deriva. "Com uma incerteza tão grande e, provavelmente, tão prolongada sobre a relação do Reino Unido com a UE, é improvável que a libra atinja rapidamente a estabilidade", alerta o RBC Capital Markets.

Mas não é a única. Além da queda dos activos de maior risco à boleia dos receios com o Brexit, também o euro está a ser arrastado pelo desfecho do referendo. A moeda única perdeu 1,04% esta segunda-feira para 1,10 dólares. Cede 3,38% em duas sessões. "O euro-dólar continuará a enfraquecer até 1,05 nos próximos meses devido a maiores preocupações sobre a construção da UE", prevêem os analistas do Natixis numa nota a investidores.

A descida do euro até pode ajudar a inflação na Zona Euro. Mas os motivos que explicam a queda estão longe do pretendido pelo BCE.

O Natixis alerta que  "as eleições do próximo ano na Alemanha, França e Holanda irão manter o euro sob pressão dada a subida dos partidos populistas". E o  Standard Chartered realça que apesar de não considerarem o "Brexit como o início do fim da UE, o risco e a pressão sobre a Zona Euro  irão aumentar", o que levou o banco a cortar as estimativas para o bloco económico. Outro dos factores que pressiona ma moeda única é a possibilidade do BCE ter de tomar mais medidas para segurar a economia, algo que o Standard Chartered defende que pode acontecer mais cedo que o esperado.

Mas as quedas de uns, são as subidas de outras. O que não quer dizer que as valorizações não sejam também sinónimo de dores de cabeça. O iene assumiu-se como o grande refúgio dos investidores, valorizando 7,78% face ao euro em dois dias. Isto apesar das autoridades nipónicas terem ameaçado intervir para controlar a subida da moeda, que torna a vida mais difícil ao Banco do Japão para atingir os objectivos de política monetária.

Também o dólar valoriza, beneficiando do estatuto de refúgio. A valorização da divisa e a  incerteza em torno das consequências económicas do Brexit complicam a tarefa de Janet Yellen em subir as taxas de juro. O mercado já não antecipa que isso aconteça em 2016. "O dólar continuará forte mesmo que a Fed  já não suba os juros. Continuará a ser o porto seguro com o mercado a saber que os riscos np Reino Unido e da Europa continuarão elevados", conclui o Natixis.



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