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As tácticas dos "hedge funds" para lucrarem com o Brexit

Houve fundos de cobertura de risco a apostarem na queda libra, uma decisão que significou ganhos de mais de 10% na passada sexta-feira.

Reuters
27 de Junho de 2016 às 12:41
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Grande parte dos investidores ficou com os nervos à flor da pele na sessão de sexta-feira, após se conhecerem os resultados do referendo no Reino Unido. Mas as perdas de uns foram os ganhos de outros. Alguns "hedge funds" posicionaram-se para o evento de um "cisne negro", o de um evento improvável mas com implicações globais, conseguindo ganhos avultados.

Foi o caso do GCI Systematic Macro Fund, que segundo a Bloomberg, valorizou 10,5% só na passada sexta-feira. Grande parte dessa rendibilidade veio da aposta na queda da libra. E que se revelou certeira, já que a divisa chegou a perder mais de 8% face ao dólar, a maior queda de sempre. Caiu para o valor mais baixo das últimas três décadas. Desde o início do ano, este fundo  leva já ganhos de 24%. "Posicionámos a nossa carteira de uma forma que pudesse ter retornos elevados no caso de uma votação na "saída" e que não sofresse grandes perdas no caso da permanência", revelou Kyo Yamamoto, responsável de "research" desta gestora.

Já o PruLev Global Macro Fund ganhou mais de 6% só na passada sexta-feira. Na base destes ganhos estiveram as apostas em activos que lucrariam com um resultado do referendo a apontar na saída do Reino Unido da União Europeia, como as obrigações dos EUA, australianas e da Coreia do Sul. Esse desempenho ajudou a aumentar os ganhos do fundo em 2016 para 38%. "Quando toda a gente pensava que o Brexit era improvável (inicialmente os mercados e os analistas parecerem concordar nesse ponto), foi a altura em que o fundo teve de questionar o sentimento prevalente e preparar-se para enfrentar um cenário alternativo e estar no lado certo no caso de um cisne negro", referiu, numa nota a clientes citada pela Bloomberg, Norman Tang, que gere o fundo.

Mas nem todos conseguiram lucrar com o colapso da libra e a queda dos activos de maior risco. George Soros não terá repetido a história. Após ter quebrado o Banco de Inglaterra em 1992, com lucros de mil milhões de dólares ao apostar na descida da libra, o multimilionário terá, desta vez, optado por investir na subida da divisa.

George Soros não "especulou contra a libra, uma vez que argumentou a favor da continuação do Reino Unido na União Europeia", revelou um porta-voz esta segunda-feira, 27 de Junho, num comunicado citado pela Bloomberg. No entanto, nem tudo foram perdas para o conhecido investidor. "Devido à sua perspectiva globalmente negativa para os mercados mundiais", esclarece o mesmo comunicado, beneficiou de ganhos noutros investimentos.

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