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Fecho dos mercados: Brexit volta a arrastar bolsas e libra, ouro brilha mais

O resultado do referendo britânico, que determinou o Brexit, voltou a causar perdas nos mercados accionistas europeus. O índice de referência perdeu mais de 4%. Mas também a libra acentuou o desempenho negativo. Já o ouro voltou a ser refúgio.

Reuters
27 de Junho de 2016 às 17:30
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 2,34% para 4.260,13 pontos

Stoxx 600 cedeu 4,11% para 308,75 pontos

S&P 500 desvaloriza 1,79% para 2.000,85 pontos

"Yield 10 anos de Portugal recuou 5,5 pontos base para 3,302%

Euro recua 0,85% para 1,1022 dólares

Petróleo perde 2,58% para 47,16 dólares por barril em Londres

 

Bolsas em queda com banca no "olho do furacão"

Depois de terem sofrido a maior queda desde 2008 na sexta-feira, as bolsas europeias iniciaram a semana mais calmas e chegaram até a valorizar. Mas acabaram por inverter essa tendência ao longo dia, a reflectir o acentuar dos receios dos investidores em torno das consequências terá que a saída do Reino Unido da União Europeia. Num dia em que os bancos britânicos lideraram as perdas, o sector atingiu mínimos de 2011 e arrastou as praças do Velho Continente. O índice de referência, o Stoxx 600, perdeu 4,11% para 308,75 pontos, enquanto o britânico FTSE depreciou 2,55% para os 5.982,20 pontos.

 

A praça de Lisboa não resistiu ao desempenho negativo e perdeu 2,34% para 4.260,13 pontos, num dia em que 16 cotadas desvalorizaram. O BCP e o grupo EDP voltaram a destacar-se pela negativa. O banco recuou 2,78% para os 0,0175 euros. Já a EDP cedeu 2,54% para os 2,568 euros, enquanto a EDP Renováveis desvalorizou 3,18% para os 6,397 euros. Ainda no sector da energia, a Galp perdeu 3,64% para os 11,52 euros. Mas a Navigator foi a queda mais expressiva, ao depreciar 6,65% para os 2,498 euros.

 

Dívida portuguesa cai e alivia subida do final da semana

No mercado de dívida, contudo, o sentimento de alívio acabou por vingar. Se na sexta-feira os juros da dívida pública portuguesa dispararam em todos os prazos, no arranque da semana a tendência foi de queda, sendo que apenas nos prazos mais curtos se verificou uma subida ligeira. No prazo de referência, a 10 anos, os juros desceram 5,5 pontos base para 3,302%. Também os juros da dívida alemã depreciaram o que aumentou o diferencial face à dívida portuguesa nos 341,80 pontos.

 

Euribor atinge novo mínimo histórico

Depois de ter registado a maior queda desde o início do ano, a Euribor a três meses começou a semana novamente em queda. A taxa, que serve de indexante em mais de 42% dos créditos à habitação em Portugal, atingiu um novo mínimo histórico nos -0,283% face aos -0,281% registados na sexta-feira. Já a Euribor a um mês manteve-se inalterada nos -0,364%.

 

Libra continua em mínimos

A moeda britânica atingiu, na sexta-feira, os valores mais baixos desde 1985 face ao dólar, depois de serem conhecidos os resultados do referendo britânico que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia. Esta segunda-feira, o ministro das Finanças, George Osborne, tentou acalmar os mercados ao afirmar que a economia britânica é forte e está preparada para enfrentar os desafios pela frente. Mas estas declarações foram insuficientes para travar a queda da moeda. Face ao dólar, a libra cedeu 3,69% para os 1,3174 dólares e face ao euro, perdeu 3% para os 1,1951 euros.

 

Petróleo prolonga perdas e fica abaixo dos 47 dólares

Com o sentimento de aversão ao risco a dominar a negociação, a generalidade das matérias-primas voltou a ser afectada no arranque desta semana. O petróleo não foi excepção e prolongou as perdas registadas no final da semana passada, as mais expressivas em quatro meses. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) cede 2,71% para os 46,35 dólares por barril. Já o Brent, em Londres, recua 2,58% para 47,16 dólares por barril. E as perdas podem não ficar por aqui se à decisão britânica se juntar o aumento da produção, afirmou Alexander Novak, ministro russo da energia, à Bloomberg.

 

Ouro prolonga a maior subida em sete anos

A procura por segurança continua a beneficiar o ouro, que sobe pelo segundo dia consecutivo e prolonga a maior subida em sete anos. O metal precioso tem sido um dos activos procurados pelos investidores que pretende refúgio face à turbulência provocada pelo resultado do referendo britânico. O ouro soma 0,43% para os 1.321,44 dólares por onça, mas esteve já a valorizar 1,50%.

 

Destaques do dia

Défice melhorou 453 milhões de euros até Maio. Finanças revelam que défice das Administrações Públicas atingiu 395 milhões de euros nos primeiros cinco meses de 2016, apresentado um desagravamento face ao mesmo período do ano anterior.

 

Bancos e gestoras internacionais voltam a adiar decisão sobre PT/Oi. O Comité de Decisões da Associação Internacional de Swaps e Derivados reuniu esta segunda-feira, mas conta responder se houve um evento de crédito na Oi até esta quarta-feira.

 

Santos Silva: "Quem convoca referendos em Portugal é o Presidente da República". "A situação europeia já é suficientemente complexa para dispensar que nós lhe acrescentemos complexidades desnecessárias", disse o governante à Lusa, por telefone, a partir de Cuba, onde se encontra em visita oficial.  

 

 

PSOE rejeita viabilizar investidura de Rajoy e deixa Espanha em suspenso. Vencedor das eleições, Rajoy reclamou o direito a governar e assumiu vai em primeiro lugar tentar obter o apoio dos socialistas. Mas o PSOE já avisou que não vai apoiar nem abster-se numa votação para a investidura de Rajoy.

 

Carlyle vai mesmo entrar na Logoplaste. O fundo americano Carlyle acordou uma parceria que dá metade do capital da produtora de plásticos rígidos que estão à volta de vários produtos domésticos. Não há valores do negócio.

 

Dois desafios e oito figuras das finanças mundiais em Sintra. Pelo terceiro ano consecutivo, durante três dias o luxuoso hotel da Penha Longa em Sintra reúne alguns dos mais poderosos banqueiros centrais do mundo com alguns dos mais influentes especialistas e economistas da actualidade. O objectivo é analisar os desafios que se colocam à política monetária e estabilidade financeira mundial. O tema deste ano do Fórum do BCE é "o futuro da arquitectura financeira e monetária internacional".

 

Brexit acentua quedas das bolsas europeias. Após uma abertura em alta ligeira, as bolsas europeias seguem agora em forte queda. O Brexit continua a dominar a atenção dos investidores, com a incerteza que paira sobre o futuro da União Europeia no curto e médio prazo.

 

Bruxelas vai propor sanções a Portugal e Espanha. Lisboa e Madrid deverão ser mesmo penalizados com uma multa pesada e com a suspensão dos fundos comunitários. A decisão só será oficializada pela Comissão Europeia a 5 de Julho.

 

Merkel diz que é preciso travar saída de mais países da UE. No rescaldo do Brexit, a chanceler alemã prefere adiar o aprofundamento da Zona Euro e focar-se nos assuntos que fizeram crescer a onda de eurocepticismo: controlo das fronteiras, segurança interna e desemprego.

 

Osborne garante que o Reino Unido é "forte" para enfrentar os desafios. O ministro britânico das Finanças garantiu que está em com contacto permanente com os parceiros europeus, FMI e responsáveis das instituições financeiros do país e que há planos de contingência preparados, em caso de necessidade.

 

O que vai acontecer amanhã

 

Indicadores nos EUA. Do outro lado do Atlântico, serão conhecidos o produto interno bruto (PIB), relativo ao primeiro trimestre. As estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg apontam para uma expansão de 1%. Será ainda conhecido o índice de confiança dos consumidores, em Junho, que terá melhorado para 93,1 pontos face aos 92,56 pontos do mês anterior.

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