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Soros: Brexit “desencadeou” uma crise nos mercados semelhante à de 2007 e 2008
Esta quinta-feira, em pleno Parlamento Europeu, George Soros afirmou que a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeu provocou uma crise nos mercados financeiros semelhante à ocorrida em 2007 e 2008.
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Em pleno Parlamento Europeu, George Soros, investidor norte-americano de origem húngara, foi claro: decisão do Reino Unido de sair da União Europeia "desencadeou" uma crise nos mercados financeiros com contornos semelhantes à crise de 2007 e 2008.
"Isto tem vindo a desenrolar-se em câmara lenta, mas o Brexit acelerou-o. É provável que vá reforçar as tendências deflacionárias que são já predominantes", sublinhou, citado pela Bloomberg. Entre as considerações do investidor multimilionário esteve também a banca. Soros considera que o sector financeiro da Europa Continental ainda não recuperou da crise financeira do final da década passada e, por isso, vai ser alvo de uma "prova rigorosa".
"Sabemos o que tem de ser feito. Infelizmente, os desentendimentos políticos e ideológicos dentro da Zona Euro colocaram-se no caminho" da utilização do Mecanismo Europeu de Estabilidade como travão.
George Soros tinha alertado, antes da realização do escrutínio, que se o Reino Unido decidisse sair da UE, a libra poderia sofrer uma desvalorização em torno de 20% face ao dólar. Durante a madrugada de 24 de Junho e numa altura em que os resultados do referendo indicavam que havia uma vantagem para os partidários da saída, a libra atingiu mínimos de 31 anos. E para Soros a decisão tomada pelos britânicos fez com que o "hipotético se tornasse real".
"A libra afundou, a Escócia ameaça sair [do Reino Unido] e alguns dos trabalhadores que apoiaram a campanha pela ‘saída’ começaram a tomar consciência do futuro sombrio que tanto o país como eles enfrentam. Mesmo os campeões da ‘saída’ estão a recuar nas alegações desonestas reveladas antes do referendo sobre o Brexit", disse, citado pela Bloomberg.
Sobre a recuperação económica da Zona Euro, Soros aponta que está mais atrasada do que em outras regiões mundiais após a última crise financeira "devido às suas restrições de política orçamental" e agora tem de "lutar contra o abrandamento iminente".
"A ortodoxia dos políticos alemães estão a bloquear a única resposta eficaz: ter um orçamento da Zona Euro que possa adoptar medidas contra cíclicas", acrescentou.