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Boris Johnson ataca Governo e diz que país não pode "esperar até meados de Setembro"

O antigo mayor de Londres criticou, num artigo publicado no jornal britânico The Daily Telegraph, a realização de um referendo sem se ter acautelado uma forma de o Reino Unido seguir em frente.

Mary Turner/Reuters
04 de Julho de 2016 às 10:22
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Boris Johnson (na foto), antigo mayor de Londres, assinou um artigo de opinião que é publicado esta segunda-feira, 4 de Julho, no jornal britânico The Daily Telegraph. E nele, um dos rostos mais visíveis da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE) lança críticas ao Governo de David Cameron.

"O Governo errou em oferecer uma escolha pública binária sobre a UE sem estar disponível para – no caso da população votar para sair – explicar como é que isto [saída] pode ser feito em prol dos interesses do Reino Unido e da Europa. Não podemos esperar até meados de Setembro e pelo novo primeiro-ministro", escreveu Boris Johnson, citado pela Reuters.


Neste artigo de opinião, o antigo mayor de Londres, apontou que esta falha em explicar que o Reino Unido pode ter "um futuro brilhante" levou aos protestos dos jovens que têm um medo irracional da vida fora da União Europeia.


No passado sábado, uma marcha juntou milhares de manifestantes em Londres contra saída do país da UE. Cantando "Nós te amamos UE", agitando bandeiras europeias e carregando bandeiras coloridas com ‘slogans’, os manifestantes começaram a marcha no final da manhã deste sábado, 2 de Julho, em direcção ao Parlamento.


Boris Johnson, na semana passada surpreendeu a opinião pública quando anunciou que não se candidatava à liderança do Partido Conservador, acredita que "os jovens estão a viver os últimos abalos psicológicos do Projecto Medo – talvez a tentativa mais completa do Governo para manipular a opinião pública desde a preparação da guerra do Iraque".


Neste artigo, Johnson alertou também para a necessidade de um plano ser traçado antes das eleições, em que os britânicos vão escolher um novo primeiro-ministro. "É tempo deste absurdo terminar… não podemos esperar até meados de Setembro e por um novo primeiro-ministro, precisamos de uma declaração clara agora e de algumas verdades básicas".

Reino Unido pode contratar estrangeiros para negociações

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Philip Hammond, apontou que o Reino Unido está a avaliar a possibilidade de contratar negociadores estrangeiros para enfrentar o desafio de chegar a acordos comerciais com os países europeus, após a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.


"Acho que não podemos apenas recrutar britânicos", disse Hammond em entrevista à BBC, citada pela Reuters. "Se conseguirmos encontrar australianos, americanos que tenham qualificações superiores nas negociações comerciais, vamos recrutá-los também", acrescentou.


Segundo indicou ainda o governante, o Executivo está a tomar medidas para voltar a contratar antigos funcionários públicos que tenham competências na área de negociação comercial.

Num artigo de opinião publicado no The Daily Telegraph, Hammond expressou o seu apoio a Theresa May na corrida à liderança do Partido Conservador. "Para termos o melhor acordo precisamos de um pulso firme, nervos de aço e discernimento", referiu citado pela Reuters.

"O acordo que alcançarmos, e com isso o futuro económico do Reino Unido, vai depender se o nosso próximo primeiro-ministro tiver essas qualidades". "É por isso que apoio Theresa May como a pessoa que está preparada para proteger os interesses da nossa nação nestes tempos desafiantes", acrescentou.

Cidadãos da UE e britânicos com futuro incerto

De acordo com o The Times, Theresa May, candidata a líder dos Tories, os milhões de cidadãos da União Europeia que vivem no Reino Unido e os milhões de britânicos que vivem na Europa enfrentam um futuro incerto. Isto porque, de acordo com a responsável, o estatuto de que dispõem vai fazer parte das negociações para a saída do Reino Unido do bloco europeu.

Segundo a mesma fonte, Theresa May recusou dizer que os cidadãos europeus a viverem no Reino Unido podem ficar no país para sempre porque isto pode encorajar uma subida do número de imigrantes.

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