Notícia
Boris Johnson criticado e Hollande diz que Brexit não pode ser cancelado nem adiado
O antigo mayor de Londres é alvo de críticas. François Hollande garante que saída do Reino Unido não pode ser cancelada nem adiada. easyJet prepara-se para o pior cenário, em que o Brexit pode impedi-la de operar na UE. O Negócios fecha aqui uma semana a acompanhar ao minuto todos os desenvolvimentos do Brexit.
fim
O Negócios fecha aqui uma semana a acompanhar ao minuto todos os desenvolvimentos do Brexit.
Wall Street em alta com maior ganho em nove meses
As principais praças norte-americanas acabaram a semana a valorizar, registando a maior subida de quatro dias dos últimos nove meses.
A apoiar Wall Street e também as restantes bolsas mundiais nas últimas quatro sessões desta semana esteve a expectativa de que os bancos centrais vão intensificar as medidas de estímulo à economia.
Peter Greenaway: Decisão foi "muito estúpida, um desastre absoluto"
O realizador britânico Peter Greenaway afirmou hoje à agência Lusa que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE) foi "muito estúpida, um desastre absoluto".
Em Lisboa, para falar sobre cinema numa escola de verão sobre cultura visual da Universidade Católica, Peter Greenaway lamentou que os britânicos tenham votado em referendo a saída da UE, sublinhando que foi "uma decisão organizada por políticos estúpidos, em busca do seu próprio poder pessoal".
"Agora que venceram, não sabem o que fazer com esse poder, não sabem como agir", afirmou Peter Greenaway, e, sem especificar nomes de políticos, lamentou que uma qualquer "criança petulante" possa deitar por terra a vontade de existir uma força conjunta com "sensibilidade democrática e união".
Polémico e provocador, o realizador de 74 anos, que vive há vários anos em Amesterdão, Holanda, alertou ainda para a perda de importância de Londres, com esta decisão Londres, tanto do ponto de vista cultural como financeiro.
Presidente do Bundesbank contra estímulos monetários do BCE na zona euro
O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, disse hoje não ver necessidade de o Banco Central Europeu (BCE) aplicar mais estímulos monetários na zona euro, depois de o Reino Unido ter decidido, em referendo, abandonar a União Europeia. O responsável do banco central alemão afirmou hoje, em Munique, na Baviera, no sul da Alemanha, que não vê "a necessidade de um relaxamento da política monetária dominante na zona euro como reacção do voto do Brexit".
Weidmann, na qualidade de presidente do Bundesbank, faz parte do Conselho de Governadores do BCE. "A política monetária já é muito expansionista e seria questionável se uma orientação ainda mais expansionista teria um efeito estimulante", disse.
O responsável do banco central alemão considerou que a conjuntura da zona euro poderia ser afectada ligeiramente pelo "Brexit", e a da Alemanha também, pois o Reino Unido é o terceiro país de exportação para a economia germânica. Todavia, advertiu Weidmann, é o Reino Unido o país que mais vai sofrer com esta decisão.
O responsável antecipou vantagens para Frankfurt como centro financeiro, em consequência do Brexit, mas considerou que "é necessário apoio político". "Deveríamos dar as boas vindas aos que quiserem mudar o seu negócio de Londres para Frankfurt", declarou.
Jens Weidmann afirmou-se favorável a rápidas negociações sobre as futuras relações entre a União europeia e o Reino Unido, que deve receber um tratamento favorável, comparativo ao de outros Estados como a Suíça e a Noruega.
Santos Silva: "Portugueses não têm que se inquietar" com Brexit
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tranquilizou os emigrantes portugueses que vivem no Reino Unido. Em entrevista ao Expresso, Santos Silva assegura que "os portugueses não têm que se inquietar porque nada mudou".
"Até sair da União Europeia, o Reino Unido mantém todas as responsabilidades e deveres inerentes às de um Estado-membro e, portanto, a liberdade de circulação dos trabalhadores é um direito e um dever", explicou o ministro Santos Silva.
Bolsas europeias terminam semana em alta
Depois das grandes perdas registadas nas duas sessões que se seguiram à vitória do Brexit no referendo, as bolsas europeias fecharam a semana em alta num ciclo de quatro dias consecutivos a valorizar. O índice de referência europeu (Stoxx 600) valorizou 0,72% numa altura em que é grande a expectativa quanto à possibilidade de o BCE e os bancos centrais de Inglaterra e Japão reforçarem as suas políticas monetárias de estímulo às economias.
Já o britânico Footsie ganhou mais de 1% para máximos de 14 de Agosto do ano passado, naquela que foi também a quarta sessão seguida a negociar em terreno positivo, tendo acabado a semana com uma valorização de 7,15%. Em Portugal o PSI-20 acompanhou a tendência ao subir perto de 1%, acabando a sessão desta sexta-feira com o maior ganho semanal desde Abril.
Governo português vai a Londres reafirmar boas relações com Reino Unido
A secretária de Estado dos Assuntos Europeus vai a Londres por causa do Brexit. Na próxima segunda-feira, 4 de Julho, Margarida Marques desloca-se em visita oficial onde tem como objectivo "reafirmar as relações privilegiadas entre Portugal" e o Reino Unido.
Na visita, haverá encontro com vários "responsáveis da área dos Assuntos Europeus". "Durante a manhã, a secretária de Estado é recebida pelo seu homólogo, o secretário de Estado para a Europa, David Lidington e encontra-se com Lord Timothy Boswell, presidente da comissão de Assuntos Europeus da Câmara dos Lordes do Parlamento do Reino Unido", enumera um comunicado enviado às redacções pelo Governo.
BCE pede coordenação entre bancos centrais e governos
Resposta articulada. É o que pede Benoît Couré, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE) para enfrentar os efeitos do Brexit. Em declarações citadas pela Bloomberg, o responsável diz que a necessidade de coordenação entre as várias entidades é "extrema" e essencial para ultrapassar o crescimento débil das economias e melhorar a sustentabilidade da dívida.
Também o seu colega Peter Praet, economista-chefe da instituição sediada em Frankfurt, reclama uma posição concertada, alertando no entanto que a chave para resolver a crise não está apenas no cardápio de medidas que os bancos centrais têm ao seu alcance. Este responsável diz ainda que os dados económicos conhecidos nos últimos dias ainda não reflectem o impacto da incerteza criada com a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia.
Exigências de capital aos bancos poderão ser reduzidas
Depois de admitir a possibilidade de cortes nas taxas de juros e de usar as medidas ao dispor da autoridade monetária para contrariar os efeitos negativos do Brexit na economia britânica, o Banco de Inglaterra estará a preparar-se para reduzir os requisitos de capital dos bancos já na próxima semana, avança a Reuters, permitindo o uso da reserva contracíclica para aumento da actividade de crédito. Esta reserva tinha sido aumentada em Março de 0% para 0,5% do montante total das posições de risco dos bancos.
O banco Nomura espera que o banco liderado por Mark Carney venha a cortar a taxa de referência do país em 25 pontos base com efeito em Agosto – está em 0,5% desde 2009 - e que seja implementado um programa de compra de activos a partir de Fevereiro do ano que vem. Já o JP Morgan aguarda que a taxa chegue mesmo aos 0% e já em Agosto, com descidas faseadas em Julho e nesse mês.
Boris Johnson criticado à porta de casa
Boris Johnson continua a ser alvo de fortes críticas por ter defendido o voto no "leave" e não ter assumido a corrida ao cargo de primeiro-ministro. Esta manhã, quando saia de sua casa, o antigo mayor de Londres foi interpelado por um britânico que deixou Boris Johnson embaraçado. Veja o vídeo das imagens captadas pelo The Guardian:
Incerteza leva easyJet a pedir licença noutro país para operar na Europa
Os receios em relação às limitações que o Brexit pode ter na sua operação europeia levaram a companhia aérea low-cost easyJet, sedeada no Reino Unido, a pedir um certificado de operador aéreo (AOC na sigla inglesa) num país fora daquele país.
"Inserida nos planos de emergência da easyJet, prévios ao referendo, temos tido reuniões informais com alguns reguladores aéreos europeus para pedir um certificado de operador aéreo num país Europeu para permitir à easyJet voar através da Europa como faz actualmente. A easyJet iniciou um processo formal para comprar um AOC", refere um comunicado da empresa.
Este certificado permitir-lhe-ia continuar a operar dentro do espaço da União Europeia no caso de desvinculação do Reino Unido da UE, tal como lhe permite actualmente o acordo de céu único europeu. Actualmente, além do Reino Unido, a easyJet detém um AOC na Suíça.
A companhia acrescenta que está a tentar influenciar o Governo britânico e a União Europeia para garantir que o mercado de aviação entre o Reino Unido e a UE se mantém totalmente liberalizado e desregulamentado. E que não tomará medidas estruturais - como a possível mudança de sede para outro país europeu - até que as negociações para a saída estejam concluídas.
Comissão Europeia garante orçamento sem alterações apesar de Brexit
A vice-presidente da Comissão Europeia, Kristalina Georgieva, garantiu que para já o orçamento da União Europeia não sofrerá quaisquer alterações.
Georgieva assegurou que a vitória do Brexit no referendo britânico não implicará cortes ao orçamento comunitário para 2017. O orçamento apresentado na quinta-feira pela comissária é de 134,9 mil milhões de euros, e segundo Georgieva permitirá enfrentar desafios como o da crise migratória e da segurança europeia.
O orçamento para 2017 prevê ainda um novo apoio de 5,2 mil milhões de euros para que a Europa possa enfrentar desafios actuais como o da crise migratória e do problema securitário, designadamente nas fronteiras externas europeias.
"Nestes tempos de dificuldades, o orçamento da UE não é um luxo mas uma necessidade", afirmou Kristalina Georgieva citada pelo EUobserver.
Hollande: Brexit não pode ser cancelado nem adiado
O presidente francês reiterou, esta sexta-feira, que a saída do Reino Unido da União Europeia não pode ser "cancelada nem adiada".
As palavras de François Hollande vão encontro do que já foi dito por outros líderes europeus, que insistem que não haverá negociações entre o Reino Unido e a União Europeia sem que o país invoque o artigo 50, um procedimento que deve ser accionado o mais rápido possível para evitar um período prolongado de incerteza.
Jose Manuel Garcia-Margallo
O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Jose Manuel Garcia-Margallo, considera que a República Checa não deve fazer um referendo sobre a permanência na União Europeia e na NATO, como sugeriu ontem o presidente Milos Zeman.
"É muito má ideia", afirmou o governante.
Milos Zeman defendeu a realização de um referendo semelhante ao do Reino Unido para que o povo se possa expressar sobre a matéria, embora defenda que o país deve manter-se nas duas organizações.
MNE alemão preocupado com eleições antecipadas no Reino Unido
O ministro germânico dos Negócios estrangeiros mostrou-se preocupado que a indefinição política possa instalar-se no Reino Unido, caso não seja possível encontrar até ao Outono um Governo que suceda ao do demissionário David Cameron e seja necessário convocar eleições antecipadas.
"Não são desejáveis mais atrasos e serão certamente prejudiciais, tanto para os britânicos como para nós na Europa", disse o responsável em entrevista à revista alemã Der Spiegel, citada pela Reuters.
Reino Unido não elimina défice até 2020, admite Osborne
O ministro das Finanças britânico, George Osborne, deixou cair a meta de eliminar o défice do Reino Unido até 2020. É preciso "ser realista sobre o objectivo de atingir um excedente [orçamental] até ao final da década", cita a BBC, que avança a notícia.
"Agora, como o governador do Banco de Inglaterra informou ontem, espera-se que o resultado do referendo seja susceptível de conduzir a um choque negativo significativo para a economia britânica", afirmou o responsável.
"O governo deve garantir credibilidade fiscal. Por isso vamos continuar a ser duros com o défice. Mas temos de ser realistas sobre o objectivo de atingir um excedente até ao fim desta década. Esta é precisamente a flexibilidade que as nossas regras prevêem", acrescentou.
Osborne defendeu ainda que, para reduzir a instabilidade provocada pelo Brexit, o Reino Unido deve definir rapidamente uma nova relação com a União Europeia. O objectivo é manter a economia competitiva, o comércio livre e a abertura para receber novos negócios.
Candidato conservador defende menos imigração e mais serviço público
O actual ministro da Justiça de Cameron apresentou esta sexta-feira as linhas principais da sua candidatura à liderança dos Tories britânicos.
Num discurso com mais de meia hora, Michael Gove - que é um dos cinco candidatos declarados à sucessão de David Cameron - defendeu o comércio livre com a União Europeia mas o fim do "livre movimento" de trabalhadores e pessoas. Nos seus planos está a redução do número de imigrantes, com a introdução de um sistema de pontos como o que vigora na Austrália.
Outra das garantias é de que o dinheiro enviado para Bruxelas vai passar a ser injectado nos serviços públicos, com destaque para o serviço nacional de saúde. "Não vou hesitar em tirar-nos da União Europeia", reforçou.
Trabalhistas querem mercado único mas rejeitam livre movimento de pessoas
O maior partido da oposição britânica enfrenta uma crise interna, depois da liderança de Jeremy Corbyn ter sido contestada pelos militantes. Este é acusado de ter sido pouco eficaz na campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia.
Os trabalhistas vão defender junto de Bruxelas a continuação do mercado único e do livre comércio. Contudo, McDonnell deixou claro que depois do Brexit, "o livre movimento de trabalhadores e pessoas vai chegar ao fim".
Tony Blair "oferece-se" como negociador do Brexit, diz o The Telegraph
O antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, apelou a um "estadismo sério" nas negociações que se seguirão entre Londres e Bruxelas, motivadas pelo voto no Brexit.
Blair diz que um ministro eurocéptico e apoiante da saída do Reino Unido da União Europeia será uma escolha errada, num artigo que assina no The Telegraph.
Em análise, o mesmo jornal escreve que as palavras do Trabalhista vão "inevitavelmente ser vistas como uma oferta de Blair para ter um papel nas negociações".
"A nossa nação está em perigo. Para que possamos atravessar este processo em segurança, precisamos de ser adultos na nossa política, avançar com calma, maturidade e sem amargura", posicionou o político.
Mercado único sim. Mas esqueçam a livre circulação
John McDonnell apresentou os planos dos trabalhistas para o processo de Brexit. O maior partido da oposição enfrenta uma crise interna, depois da liderança de Jeremy Corbyn (na foto) ter sido contestada pelos militantes. Este é acusado de ter sido pouco eficaz na campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia.
Os trabalhistas vão defender junto de Bruxelas a continuação do mercado único e do livre comércio. Contudo, McDonnell deixou claro que depois do Brexit, "o livre movimento de trabalhadores e pessoas vai chegar ao fim".
7% dos eleitores que votaram "Leave" já se arrependeram
Uma sondagem realizada pela Opinium mostra que 7% dos eleitores que votaram a favor da saída da UE no referendo estão arrependidos da sua escolha. Entre os que votaram "Remain", só 3% mudaria o seu voto.
No que diz respeito às negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia, 43% dos britânicos considera improvável que o país consiga manter-se no mercado único sem aceitar as regras para a migração, incluindo três em cada dez defensores do Brexit.
A maioria dos britânicos (60%) pensa que se deveriam realizar eleições antes do início das negociações com a UE.
Indústria eólica offshore
A indústria de energia eólica offshore do Reino Unido enfrenta incertezas depois de os britânicos terem escolhido sair da EU, com os investidores preocupados com os futuros incentivos do governo, taxas de câmbio e taxas de exportação.
A EDP já disse que poderá atrasar o seu projecto de energia eólica offshore Moray Firth, na Escócia, enquanto a alemã Siemens está a reavaliar os planos de expansão das suas instalações no porto de Hull.
"Acredito que estamos a olhar para um hiato de 2-3 anos naqueles projectos de energia em grande escala onde o financiamento seria internacional", afirmou Richard Slark, director da consultora Poyry, citado pela Reuters.
O Reino Unido é o maior mercado de energia eólica offshore do mundo, com uma capacidade instalada de 5 gigawatts, que o governo quer duplicar até 2020, a fim de cumprir as metas de redução das emissões de carbono.
Presidente da República Checa quer referendo sobre permanência na UE e na NATO
O presidente da República Checa, Milos Zeman, quer realizar um referendo sobre a permanência do país na União Europeia e na NATO, depois da consulta popular no Reino Unido ter dado vitória ao Brexit.
Zeman, que já admitiu apoiar a permanência da República Checa em ambas as organizações, não tem poder para convocar um referendo, que exigiria uma alteração constitucional. No entanto, é um líder influente num país onde muitos eleitores estão cépticos em relação à UE, a que a República Checa se juntou em 2004.
"Não concordo com aqueles que querem deixar a União Europeia", disse o presidente num encontro com cidadãos, citado pela Reuters. "Mas vou fazer de tudo para que tenham um referendo e possam expressar-se. E o mesmo é válido para a saída da NATO".
Osborne antecipa "esforço nacional supremo"
O actual ministro das Finanças britânico, George Osborne, publicou no Twitter uma mensagem a relembrar que o Brexit vai exigir um "esforço nacional supremo". Osborne esteve reunido com vários gestores em Manchester e assegurou-lhe que "o Reino Unido tem das economias mais flexíveis do mundo e está aberto para os negócios".
Clear signs of economic shock in aftermath of Leave vote. Will require supreme national effort but we can come through this challenge
— George Osborne (@George_Osborne) 1 de julho de 2016
Speaking today to business leaders in Manchester to reassure: UK has one of world's most flexible economies and is open for business
— George Osborne (@George_Osborne) 1 de julho de 2016
"Primeiro sai, depois negoceia", diz comissária sobre Reino Unido
A comissária europeia para o Comércio reforçou que o Reino Unido não pode começar a negociar as condições para realizar transacções económicas com a União Europeia sem ter deixado o bloco europeu.
"Primeiro sai, depois negoceia", declarou. À BBC, Cecilia Malmstrom explicou que depois da saída, o Reino Unido vai ser um "país terceiro" em termos comunitários. Tal significa que as trocas comerciais vão ficar assentes nas regras da Organização Mundial do Comércio até que um novo acordo entre Londres e Bruxelas fique definido.
#safetypin na luta contra a xenofobia
Depois do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia as manifestações de xenofobia multiplicaram-se no solo britânico. Em resposta, surgiu no Twitter o movimento #safetypin. A ideia é de uma norte-americana a viver em Londres, que sugere o uso de um alfinete de dama como um sinal de apoio aos imigrantes a viver no Reino Unido.
'This is one way to stop a small minority of racists from hijacking the debate' #safetypinhttps://t.co/lYSYBIikXa
— The Guardian (@guardian) 30 de junho de 2016
Daily Mail apoia Theresa May para primeira-ministra
O jornal britânico Daily Mail declarou o seu apoio à candidata conservadora Theresa May, um dos cinco nomes que se perfilam para suceder a David Cameron à frente do Governo do Reino Unido depois da demissão do primeiro-ministro, a efectivar em Outubro.
"O The Mail acredita que apenas a senhora May tem as qualidades certas, a estatura e a experiência para unir não só o partido como o país – e possivelmente liderar numa forma de política nova, mais limpa e honesta", refere esta sexta-feira o jornal, que fez campanha pela saída da UE.
"Ela é, de certa forma, uma reminiscência de Margaret Thatcher", classifica o periódico.
Bolsa de Londres pode ter melhor semana em mais de quatro anos
O principal índice accionista da bolsa britânica negoceia pela quarta sessão em terreno positivo, subindo 0,25% para 6.520 pontos, a preparar-se para registar o maior ganho semanal em quatro anos e meio depois de na quinta-feira ter encerrado em máximos de dez meses.
As negociações seguem favorecidas pelas declarações de ontem do governador do Banco de Inglaterra, que antecipa corte de juros para breve para tentar contrariar os efeitos negativos da desvinculação do Reino Unido da UE.
Entre os maiores ganhadores estão os títulos do sector financeiro, depois de ontem o HSBC ter garantido a manutenção da sede no Reino Unido e o Barclays, que revelou ontem que não vão deslocalizar nem a sede nem trabalhadores para fora do Reino Unido, apesar do Brexit.
Balanço de quinta-feira
Em termos políticos, o dia de ontem foi marcado pela apresentação dos cinco candidatos à liderança do Partido Conservador. E a lista é composta por:
- Theresa May, 60 anos, actual ministra do Interior sempre foi apontada como uma forte candidate desde o arranque. Mesmo tendo defendido a permanência do Reino Unido na União Europeia, já veio defender que não há volta a dar.
- Stephen Crabb, 43 anos, é considerado como uma das promessas do Partido Conservador. Foi o primeiro a apresentar a candidatura, prometendo curar o "sangue mau" causado pelo referendo no partido. Apoiante da permanência do Reino Unido na União Europeia, assegurava a pasta do Trabalho e Pensões.
- Liam Fox, 54 anos, integrou o primeiro governo de David Cameron em 2010, acabando por sair menos de um ano depois devido a um escândalo de lóbis. Fox integra as vozes que apoiaram o Brexit e apela agora à união dos Conservadores.
- Michael Gove, 48 anos, tinha, no passado, admitido que não tinha condições para ser primeiro-ministro, mas mudou de ideias. Apesar da proximidade a Cameron e Osborne, o titular da pasta da Justiça acabou por defender o voto no Brexit e apoiar Boris Johnson na campanha. Mesmo com Johnson a ser apontado como forte candidato, optou por avançar sozinho na corrida à liderança.
- Andrea Leadsom, 53 anos, foi banqueira e gestora de fundos. Em Maio do ano passado assumiu a pasta da Energia. Leadsom optou pelo Twitter para anunciar a candidatura, falando num "novo começo". Foi apoiante da campanha de saída do Reino Unido da União Europeia.
Ainda assim, a surpresa chegou pela mão de Boris Johnson, que anunciou que não se candidatava à liderança dos Tories.
Já do lado económico, o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, disse ontem que no Verão vão ser adoptadas mais medidas de estímulo para travar os efeitos negativos do Brexit na economia britânica. E um corte de juros pode ser anunciado já a 4 de Agosto. Estas palavras animaram os mercados, nomeadamente a bolsa londrina, que atingiu máximos de Agosto.
O Fundo Monetário Internacional anunciou que a incerteza do Brexit penaliza crescimento na Europa.
A Standard & Poor's cortou o rating da União Europeia, de AA+ para AA, na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia, justificando a decisão com receios em torno do orçamento da UE, já que perde um dos seus contribuintes mais abastados.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslováquia, Miroslav Lajcák, cujo país vai assumir a presidência rotativa da União Europeia a partir de hoje, disse ontem que espera que o Reino Unido possa manter-se no bloco europeu – isto depois de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter feito uma declaração no mesmo sentido.
"Apoiarei qualquer medida que ajude a reverter a posição do povo britânico, que temos de respeitar mas que também lamentamos. Lamento-a profundamente, pois uma UE com o Reino Unido é uma UE melhor, mas está nas mãos do povo e dos políticos britânico", afirmou, citado pelo The Guardian.
Em termos sociais, foi ontem revelado que os crimes de ódio disparam nos dias seguintes ao referendo.