Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Primeiro-ministro classifica Brexit como "bizarria britânica"

O primeiro-ministro, António Costa, comparou esta sexta-feira a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) a gostar de conduzir pela esquerda.

Bruno Simão/Negócios
02 de Julho de 2016 às 08:31
  • 12
  • ...

"Estamos todos chocados com o voto no Reino Unido", afirmou António Costa no encerramento da conferência "Relançar a Europa – da austeridade ao crescimento", promovida pelo Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (S&D), esta sexta-feira, no Porto.

"Mas, verdadeiramente, a causa do voto no Reino Unido não é mais do que uma bizarria britânica, como gostarem de conduzir pela esquerda ou insistirem em estar com um pé dentro e um pé fora da UE, a causa do voto dos britânicos é a mesma causa que levou a que os populistas tivessem ganho em Itália as câmaras de Turim ou Roma, é a mesma causa pela qual em muitos países do norte da Europa a extrema-direita está a crescer e é a mesma causa pela qual países do leste europeu sejam agora os primeiros a fechar as fronteiras a quem procura refúgio na Europa", disse.

Na semana passada, os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o 'Brexit' (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo. A decisão levou o primeiro-ministro inglês David Cameron a pedir a demissão.


Para António Costa, os inimigos da UE são o "medo e desconfiança".


O medo que os cidadãos europeus têm de que a UE não seja capaz de defender o modelo social no contexto da globalização, de que não seja capaz de defender fronteiras perante ameaças, de que não seja capaz de combater ameaças internas e de que não seja capaz de prometer com confiança um futuro de prosperidade, explicou.


Na opinião do chefe do Executivo, além do medo, os 28 estados membros da UE deixaram-se "minar" pelo "terrível vírus da desconfiança" e enquanto esse problema não for assumido, não será resolvido.


"Hoje, o preconceito instalou-se entre nós. Muitos dos países contribuintes acham que os países do sul são países onde ninguém quer trabalhar, querendo viver à custa dos impostos dos países ricos", exemplificou.


Por isso, Costa vincou que sempre que a UE ceder nos seus valores está a abrir caminho para que os inimigos avancem e minem os valores da UE.


O primeiro-ministro salientou que deve haver um esforço entre todos para que os estados membros se conheçam melhor uns aos outros e percebem porque é que uns têm sucesso e outros não, porque é que uns estão a crescer e outros não ou porque é que uns são excedentários e outros têm défice.


E realçou: "e se estas questões forem vistas com objectividade, percebemos que não há lugar para o preconceito".

Enquanto não houver um orçamento "a sério" na zona euro, nunca haverá correcção das assimetrias, nem equilíbrio, concluiu.

Ver comentários
Saber mais António Costa Brexit Reino Unido União Europeia David Cameron
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio