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Osborne quer baixar IRC para 15% no pós-Brexit

O ministro das Finanças do Reino Unido tem um plano para lidar com o Brexit. Uma descida acentuada nos impostos cobrados às empresas é um dos cinco pontos.

Reuters
04 de Julho de 2016 às 00:22
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Na primeira entrevista após os britânicos terem votado pela saída da União Europeia, o ministro das Finanças do Reino Unido anunciou um plano de cinco pontos para a lidar com os impactos do Brexit.

 

O principal destaque vai para a promessa de descida da taxa de imposto a aplicar às empresas, que actualmente está nos 20% e deverá baixar para 15%. Um nível de fiscalidade que será o mais baixo entre as grandes economias e que se aproxima dos reduzidos 12,5% da Irlanda.

 

Em entrevista ao Financial Times, Osborne diz que quer construir uma "economia super-competitiva" e defendeu a descida da taxa de IRC para 15% para mostrar aos investidores que apesar de estar fora da União Europeia, o Reino Unido continua "aberto aos negócios".

 

A iniciativa de George Osborne promete enfurecer os ministros das Finanças dos restantes países da União Europeia, mas será também alvo de críticas internas, salienta o jornal britânico, lembrando que o reduzido nível de impostos que as multinacionais pagam no Reino Unido tem gerado muita controvérsia.

 

A decisão de abandonar a União Europeia levou a que muitas companhias internacionais tenham já revelado que estão a equacionar deslocalizar as sedes do Reino Unido para outras geografias na Europa. Daí que este plano de Osborne se concentre nos sinais que dá que o Reino Unido pretende implementar uma política fiscal amiga das empresas.

 

Além da descida de IRC, o plano de Osborne passa ainda por captar investimento chinês; assegurar o financiamento da banca à economia; duplicar o investimento na energia; e por fim manter a credibilidade orçamental do país.

 

A nova mensagem de Osborne contrasta com a que fez passar antes do referendo, quando ameaçou com um aumento de impostos de 30 mil milhões de libras em caso de Brexit. Segundo o FT, o ministro adopta agora uma postura mais cautelosa, esperando pelos dados que mostrarão qual o verdadeiro impacto da saída do Reino Unido.

 

Na entrevista ao jornal britânico, Osborne reconhece que o Reino Unido vive "tempos muito desafiantes" e apelou ao Banco de Inglaterra que use os seus poderes para "evitar a contracção do crédito na economia".

 

Fora da UE, Osborne diz que o Reino Unido vai tentar de forma agressiva celebrar acordos de comércio bilaterais e para tal anunciou desde já uma visita prolongada à China ainda este ano para captar investimento deste país.

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