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Brexit: JPMorgan alerta para "milhares" de postos de trabalho em risco em Londres

O maior banco norte-americano de investimento está a ponderar deslocalizar parte da sua actividade do Reino Unido onde emprega actualmente 16 mil trabalhadores.

Negócios 07 de Julho de 2016 às 12:51
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Jamie Dimon, CEO do JP Morgan Chase & Co, advertiu os empregados do maior banco de investimento norte-americano para a probabilidade de "alguns milhares" terem de sair de Londres no rescaldo da decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.    

 

Em declarações ao jornal italiano Il Sole-24 Ore, Dimon disse que a possibilidade de deslocalizar parte do negócio da City londrina está a ser equacionada devido ao risco de o Reino Unido perder, com a saída da UE, o "passaporte financeiro" que hoje permite a qualquer banco operar em todo o território da UE caso tenha obtido uma licença bancária num dos seus Estados-membros.

O JP Morgan emprega actualmente 16 mil pessoas no Reino Unido, sendo que nove mil trabalham na City londrina. "Se tivermos ‘passaporte’ após o Brexit, provavelmente não teremos de fazer grandes alterações. Mas acho que a União Europeia não vai aceitar isso. Vai colocar mais condições nas operações no Reino Unido e pode forçar os bancos a reduzirem a sua actividade em Londres", afirmou.

No rescaldo dos resultados do referendo de há duas semanas e do vazio de poder e de estratégia que parece ter-se instalado nos vários quadrantes políticos britânicos, os avisos de perdas de postos de trabalho no Reino Unido têm-se multiplicado, sobretudo vindos do sector bancário e financeiro. Nesta quinta-feira, 7 de Julho, o ministro das Finanças George Osborne reuniu-se com representantes de bancos internacionais de investimento, incluindo o JP Morgan, o Goldman Sachs e o Merrill Lynch.

Os representantes e o titular das Finanças emitiram depois um comunicado conjunto em que garantem que vão trabalhar em conjunto para que a City continue a ter uma posição de destaque no mundo financeiro. "Reunimo-nos hoje e concordámos que trabalharemos em conjunto para responder a esta situação com um desejo comum de ajudar Londres a manter a sua posição como o principal centro financeiro internacional."

Fundos de investimento suspendem negociações

O aumento invulgar dos pedidos de resgate levou já pelo menos seis casas de investimento a suspenderem indefinidamente fundos que gerem património imobiliário no Reino Unido, representando mais de 15 mil milhões de euros em activos. 
Depois da Aviva Investors e Standard Life Investments, ontem foi a vez das casas de investimento Canada Life, M&G Investments, Columbia Threadneedle e Henderson Global suspenderem a negociação dos seus fundos que investem em activos imobiliários no Reino Unido, depois do aumento dos pedidos de amortização na sequência da vitória do Brexit.

Na base deste comportamento está a expectativa de que a saída de grandes multinacionais do mercado britânico no pós-Brexit tenha impacto na procura de edifícios de escritórios e comerciais, afectando negativamente o valor do património imobiliário e, por sua vez, a rentabilidade dos fundos, afastando assim os investidores.

O organismo responsável por receber as queixas dos investidores sobre serviços financeiros no Reino Unido disse entretanto que esta suspensão é "verdadeiramente perturbadora" e que tem sido contactado por consumidores.

"Ainda é muito cedo para queixas formais sobre este assunto, no entanto estamos a começar a ver pedidos iniciais de informação por parte de consumidores preocupados", disse ontem à Reuters uma porta-voz do provedor financeiro britânico.


"Embora a decisão de suspender os resgates fosse esperada, a extensão da suspensão pelos três fundos até ao momento é verdadeiramente perturbador", acrescentou.

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