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Brexit tira Reino Unido das prioridades da Navigator

O presidente executivo da antiga Portucel admite que terá de subir preços no Reino Unido devido à queda da libra, a moeda britânica que tem recuado para mínimos após o referendo. A Navigator já acumula perdas de 13% desde que ficou decidido o Brexit.

4º - Diogo da Silveira - Navigator: 1,14 milhões de euros
Miguel Baltazar/Negócios
07 de Julho de 2016 às 07:50
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O Brexit mudou as prioridades da Navigator. Numa entrevista à Bloomberg, o presidente executivo da papeleira admitiu mesmo que os planos para investir no Reino Unido foram postos em suspenso para avaliação.
 

"O Reino Unido costumava estar no topo das nossas prioridades mas, neste momento, temos muitas dúvidas", declarou Diogo da Silveira em entrevista à Bloomberg, publicada esta quinta-feira, 7 de Julho.

 

Segundo disse o gestor à agência de informação, havia uma perspectiva de investir no Reino Unido nos próximos anos. Mas a decisão da população britânica de abandonar o espaço comunitário mudou um pouco a previsão. "Sem o Brexit, havia uma hipótese significativa de, nos próximos três anos, investirmos no Reino Unido. Neste momento, já não consigo dizer se essa hipótese se mantém ou não".

 

De qualquer forma, e mesmo sem as dúvidas quanto ao investimento, a Navigator abre portas a subida de preços no mercado britânico, onde está presente com a empresa denominada ainda PortucelSoporcel United Kingdom. As vendas não têm sido prejudicadas devido aos instrumentos de cobertura de risco que a empresa tem, afirma Diogo da Silveira. Mas as margens de lucros sofrem com a queda da libra para mínimos de 1985 – "a primeira consequência é que nós e todos os ‘players’ temos de subir preços".

 

A colocação de um eventual investimento no Reino Unido de lado vem-se juntar às dificuldades sentidas em Moçambique pela companhia, cujo capital é controlado na sua maioria pela Semapa de Pedro Queiroz Pereira. Ainda no último relatório e contas do primeiro trimestre, a Navigator indicava que seguiam os trabalhos de plantação naquele mercado mas assumia que a situação político-económica era "instável" a que se acrescia a pressão sobre o metical, que coloca pressão sobre os preços.

 

Navigator perde 13% desde Brexit

 

Além de poder mexer com a estratégica da empresa, o Brexit também teve impacto na cotação da companhia, à semelhança do que aconteceu um pouco por toda a Europa.

Desde que houve o referendo à saída do Reino Unido da União Europeia, a Navigator – que vive sobretudo das exportações – recuou 12,88% em bolsa. A empresa vale 2,421 euros por acção.

 

A produtora de papel teve o quinto pior desempenho das companhias que compõem o índice de referência da praça nacional, com o PSI-20 a cair 7,56%, apenas com uma empresa com comportamento positivo (Pharol). 

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