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MNE aponta Portugal como ponte comercial para o Reino Unido pós-Brexit

Augusto Santos Silva defende que Portugal vai manter a ligação histórica ao Reino Unido depois da saída da UE. E que fazer negócios com Portugal é uma forma de as empresas extra-UE manterem a ligação com o Reino Unido.

Miguel Baltazar
04 de Julho de 2016 às 07:55
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O ministro dos Negócios Estrangeiros português lembrou hoje a mais velha aliança do mundo, entre Portugal e Inglaterra, para dizer que com a saída do Reino Unido da União Europeia haverá sempre essa "porta de entrada" para outros países.

 

Augusto Santos Silva falava esta noite para uma plateia de empresários indianos, no início de um fórum económico da organização internacional Horasis, a decorrer no Estoril, arredores de Lisboa, e que junta presidentes das maiores multinacionais indianas e empreendedores da União Europeia e Estados Unidos. 

 

"Por causa da nossa ligação histórica com o Reino Unido, que vai certamente manter-se depois da saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit'), todos aqueles que têm ligações muito próximas com o Reino Unido sabem que ter relações com Portugal é também uma maneira de manterem essas relações especiais com o Reino Unido", explicou depois o ministro à Lusa.

 

Santos Silva lembrou a "grande ligação" entre a economia indiana e britânica, pelo que o 'Brexit' causou "perturbação e alarme" entre os empresários indianos, e disse que com a saída (da União Europeia) da Grã-Bretanha, Portugal mantém "uma boa ponte de contacto com o Reino Unido".

 

Portugal, disse o ministro aos políticos e empresários indianos, serviu de "porta de entrada" para o investimento chinês na Europa e pode servir também para o investimento indiano, mas é também uma ligação para a América Latina e África, porque quem quiser entrar nesses mercados "sabe que através de Portugal entra mais facilmente e com mais segurança".

 

E como atractivo há também "as oportunidades da economia portuguesa", que tem falta de capital e que é "um destino privilegiado (seguro e estável) para os que tenham capital e o queira investir", salientou Santos Silva.

 

Portugal tem boas relações políticas e culturais com a Índia e "não há razões" para que as relações económicas "estejam a um nível tão baixo", e ainda que as exportações e o investimento na Índia, ou da Índia em Portugal, estejam a crescer são insuficientes, salientou Santos Silva

 

Entende o ministro que há oportunidades a aproveitar, desde logo o acordo de comércio que está a ser discutido entre a Índia e a União Europeia, passando pelo facto de Portugal e Índia estarem a apostar em sectores como as tecnologias de informação e comunicação, energias limpas ou indústria agroalimentar.

 

Temas que também o ministro de Estado para os Assuntos Externos da Índia, Vijay Kumar Singh, salientou quando falou na conferência, além de lembrar as relações "estreitas" entre os dois países para acrescentar: "as relações comerciais podem ser melhores, há um grande potencial nesse sentido".

 

O ministro instou os empresários portugueses a "olharem para as oportunidades" na Índia e defendeu maior regularidade na "concertação entre" instituições dos dois países.

 

A Índia tem uma economia inovadora e vibrante e é necessário "aumentar a cooperação", contrapôs Santos Silva, salientando que a primeira cimeira entre o país e a União Europeia aconteceu numa presidência portuguesa.

 

Mas além da economia, acrescentou, os dois blocos devem cooperar em áreas como a insegurança, as migrações, o terrorismo ou as alterações climáticas.

 

Esperamos que ainda este ano o primeiro-ministro António Costa visite a Índia, uma possibilidade para abrir oportunidades para as duas economias, disse Santos Silva.

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