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António Costa de olho nas empresas que queiram abandonar o Reino Unido

António Costa diz que a saída do Reino Unido da União Europeia não vai beliscar as boas relações entre Lisboa e Londres. E considera que Portugal deve ser “dinâmico” a recrutar empresas que queiram manter o mesmo fuso horário, continuando na UE.

António Costa: não foi por ter chegado a primeiro-ministro que o ano de 2015 é de Costa. É pela forma como lá chegou. Pela habilidade negocial e pelo arrojo com que o fez. António Costa driblou todos os seus adversários e mesmo sofrendo mais golos do que os marcados foi ele que levou a taça.
Reuters
29 de Junho de 2016 às 15:33
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O primeiro-ministro português saiu do encontro informal com os restantes 26 estados-membros da União Europeia (UE) com "dois motivos para ficar satisfeito" com o que foi discutido. Por um lado, porque os parceiros europeus assumem que é necessário "reflectir sobre os sinais de descontentamento" com o funcionamento da UE; por outro, porque foi assumido de "forma amigável e construtiva" que o Reino Unido será sempre um parceiro. Com a saída dos britânicos "abrem-se novas perspectivas" Portugal deve "estar atento às oportunidades".

 

Em concreto, Costa defende que Portugal seja "dinâmico" e estar atento a "algumas empresas que, querendo manter o mesmo fuso horário, não querem deixar de estar na União Europeia". O que significa que o primeiro-ministro está de olho na deslocalização de empresas do Reino Unido. Por exemplo, a Vodafone anunciou esta quarta-feira que está a estudar a possibilidade de retirar a sua sede de Londres.

 

Costa descreveu depois as relações entre os dois países. "Temos felizmente bons níveis de relações comerciais com o Reino Unido, é um emissor de turistas para Portugal", e tanto a comunidade portuguesa no Reino Unido como "a comunidade britânica em Portugal é significativa". O primeiro-ministro sublinhou que a "boa relação" que existe entre Portugal e o Reino Unido já existia antes da UE e "vai continuar muito para lá da saída da União".

 

Conselho Europeu fugiu à "estratégia da avestruz"

 

A saída do Reino Unido é também uma "boa oportunidade para a União Europeia procurar respostas concretas para o principal alimento do populismo: o medo", como "o medo do terrorismo" ou da "sustentabilidade do nosso modelo social" "É respondendo a estes medos que devolvermos confiança à Europa" e que os "cidadãos voltam a sentir utilidade na União Europeia", acrescentou.

 

"É com satisfação que vejo que, em vez de se negar o óbvio e usar a estratégia da avestruz, o Conselho Europeu decidiu encarar de frente o problema", algo que fica patente no reforço "da cooperação nas fronteiras externas", no "combate ao terrorismo", na resposta "de acordo com os valores europeus ao drama dos refugiados" e nos "esforços na criação de emprego", afirmou.

"A comunidade portuguesa tem todas as razões para estar calma"

 

António Costa enviou também uma mensagem de tranquilidade para os portugueses que vivem no Reino Unido. "A comunidade portuguesa tem todas as razões para estar calma, porque nada se alterou e nada de significativo se irá alterar. A nossa prioridade será proteger e respeitar os direitos" da comunidade portuguesa no Reino Unido, declarou Costa, afirmando que os restantes países europeus têm o mesmo objectivo.

 

Costa explicou depois que os britânicos não podem ter acesso ao mercado interno se não permitirem que exista liberdade de circulação. "O acesso ao mercado interno é indissociável do respeito pelas quatro liberdades". Por isso, "quando ouvimos alguns dos defensores do Brexit dizer que pretenderiam manter-se no mercado interno apesar de não estarem na UE, o Conselho recordou que não é possível estar [na UE] sem liberdade de circulação e de residência".



Notícia actualizada com mais informação às 17:41
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