A queda a pique das bolsas mundiais nas duas sessões que se seguiram ao referendo no Reino Unido encolheu as fortunas dos 400 mais ricos do mundo num valor equivalente ao PIB português. O valor de mercado das carteiras de investimento daqueles investidores baixou 196,2 mil milhões de dólares (cerca de 176 mil milhões de euros) em apenas duas sessões, segundo a Bloomberg. Das bolsas globais evaporaram-se três biliões de dólares, segundo dados da S&P Global citados pelas agências internacionais.

Na lista dos mais ricos, calculada diariamente pela Bloomberg, foram os europeus a sofrer uma maior destruição de valor. Os 92 milionários do Velho Continente viram as suas posições emagrecer 29,4 mil milhões de dólares em duas sessões, aumentando as perdas desde o início do ano para 45,5 mil milhões de dólares. O multimilionário alemão Georg Schaeffler e Amancio Ortega, o dono da Zara, tiveram das maiores desvalorizações do património.

Mas também os mais ricos dos Estados Unidos e do Canadá viram as suas fortunas encolher após o Brexit. O património dos 150 investidores destes países presentes no índice dos mais ricos baixou 26,7 mil milhões de dólares, com Bill Gates e Mark Zuckerberg a terem das maiores descidas de valor nas suas carteiras de investimento.

No entanto, houve milionários que resistiram à tempestade nos mercados, com alguns japoneses a beneficiarem da subida do iene para escalar lugares na lista da Bloomberg, que é calculada em dólares. Foi o caso de Takemitsu Takizaki, fundador da empresa japonesa Keyence, que viu o valor da sua fortuna aumentar 580 milhões de dólares esta segunda-feira. Também Tadashi Yanai, president da nipónica Fast Retailing, aumentou a avaliação do seu património em mais de 500 milhões de dólares. 

Apesar das perdas da maior parte dos milionários, esta terça-feira poderão ter oportunidade para recuperar algum valor, devido à recuperação das bolsas mundiais.