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Boris Johnson diz que Reino Unido continuará no mercado único

Boris Johnson disse que o processo de saída não devia ser accionado à pressa. Continua a dizer que as mudanças não acontecerão muito rapidamente. E admite que o país poderá manter-se no mercado único.

Reuters
27 de Junho de 2016 às 00:18
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Três dias depois do referendo e dois depois de ter dado a conferência de imprensa onde declarou concordar com David Cameron de que não há pressa em accionar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que levará o Reino Unido para fora da União Europeia, Boris Johnson escreve um longo artigo com a sua visão.

 

No The Telegraph, Boris Johnson, que tem sido referido como principal candidato ao lugar de Cameron no partido conservador, afirma que não lhe parece que a maior parte dos que votaram pelo Leave, que recebeu 17 milhões de votos, o tenham feito por uma questão de emigração, mas sim por uma questão de controlo, "no sentido de que a democracia britânica estava a ser contaminada pelo sistema da União Europeia".

 

Diz ainda acreditar que milhões de pessoas foram igualmente inspiradas pela consideração de que o Reino Unido é um grande país e que "fora do jugo da burocracia da União Europeia podemos sobreviver e prosperar como nunca".

 

Mas, continua, houve 16 milhões de pessoas a votarem no Remain. "São nossos vizinhos, irmãos e irmãs". "Em democracia, a maioria pode decidir, mas toda a gente tem igual valor". E, continua, "nós que fazemos parte desta maioria temos de tranquilizar os apoiantes do Remain".

 

Para Boris Johnson, o clima de apreensão é compreensível pelo que foi dito na campanha, já que as consequências negativas foram bastante salientadas, mas sem terem dado o outro lado da história. O ex-presidente da Câmara de Londres dá o outro lado: o mercado bolsista está acima do seu valor do último Outono e a libra continua acima dos valores de 2013 e 2014.

 

"A economia está em boas mãos", diz para de seguida elogiar o governador do Banco de Inglaterra. Mark Carney, diz, "fez um trabalho soberbo". Os elogios não se ficam, no entanto, por aqui. David Cameron e George Osborne puseram em prática reformas que permitem a Johnson dizer que a economia está forte.

 

Segue com um apelo à unidade nacional. "Devemos estar orgulhosos e optimistas em relação ao Reino Unido, e sobre o que pode ser alcançado. E conseguiremos essas coisas juntos, com as quatro nações unidas. Não vê "apetite" para se realizar, a breve prazo, novo referendo na Escócia. "Para não esquecer que estamos melhor juntos para negociar e alcançar um novo acordo com a União europeia, baseado no livre comércio e parceria e não num sistema federal". Volta a afirmar, como já o tinha feito na conferência de imprensa, que nunca é demais salientar que "o Reino Unido é parte da Europa e sê-lo-á sempre".

 

Continuará, acrescenta, cooperação nas artes, ciências, universidades e ambiente. E dá uma segurança: "os cidadãos comunitários que estejam a viver neste país terão os seus direitos totalmente protegidos, e o mesmo se aplica aos cidadãos britânicos a viver na União Europeia". "Os britânicos vão continuar a poder viajar, trabalhar, viver, estudar, comprar casas ou assentar vida na União Europeia". E acaba por deixar a ideia de que haverá um tratado de livre comércio.

 

Mas livrar-se-á das regras europeias e da imposição de leis, diz. Também conseguirá, com o Brexit, que o Governo britânico volte a ter o controlo da política de emigração, baseando-o num sistema de pontos.

 

Quanto ao dinheiro que o Reino Unido entrega à UE, um dos argumentos que esteve sempre presente na campanha com o Leave a dizer que seria aplicado no NHS (sistema nacional de saúde), mas que este fim-de-semana Nigel Farage foi dizendo que podia ser na saúde como podia ir para outros sítios, Boris Johnson, no artigo que escreve no Telegraph, diz que terá como prioridade o NHS.

 

Boris Johnson, claro, só vê razão para optimismo. "Um Reino Unido reiniciado, renovado e capaz de assumir compromissos com todo o mundo". Acaba o artigo dizendo que o povo britânico acertou, não sei antes dizer que há que continuar o legado de Cameron em algumas das suas políticas.

*Enviada especial do Negócios a Londres

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