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Alemanha, França e Itália anunciam "novo impulso" para a Europa
A Alemanha, França e Itália anunciaram hoje pretenderem propor um "novo impulso" ao projecto europeu após o voto favorável ao 'Brexit' e excluíram negociações com o Reino Unido enquanto não for formalizado o pedido de saída da UE.
"No decurso dos próximos meses vamos apresentar uma proposta aos nossos colegas" chefes de Estado e do governo da UE para "fornecer um novo impulso [ao projecto europeu] em diferentes domínios", declarou a chanceler Angela Merkel durante uma conferência de imprensa conjunta em Berlim com o Presidente francês François Hollande e o chefe do Governo italiano, Matteo Renzi.
A chanceler sublinhou designadamente os avanços nos domínios "da defesa, crescimento, emprego e competitividade", à semelhança de Hollande que considerou a necessidade de "não perder tempo" para responder aos desafios impostos pelo 'Brexit'.
Numa declaração comum com contornos muito gerais, os três dirigentes elegeram "três prioridades essenciais": a "segurança interna e externa" em particular na luta contra o terrorismo, o desenvolvimento da defesa europeia e a vigilância das fronteiras externas da Europa, "uma economia forte e uma coesão social forte", com mais crescimento, e "programas ambiciosos para a juventude".
No domínio económico a declaração refere-se, em particular para os países da zona euro, a uma maior convergência "incluindo nos domínios social e fiscal", uma área onde numerosos governos permanecem empenhados em manter as prerrogativas nacionais.
Esta proposta deve começar a ser discutida terça-feira no decurso da cimeira de chefes de Estado e do governo da UE em Bruxelas sobre o 'Brexit', antes de um encontro especial dos 27 em Setembro em torno de "projectos concretos a realizar na Europa nos próximos seis meses".
Menos pressionada que os seus parceiros em obter o pedido formal de saída de Londres da União Europeia (UE), Merkel sublinhou no entanto que Roma, Paris e Berlim estão de acordo para que não ocorra qualquer negociação com os britânicos enquanto não formalizarem o seu pedido de saída.
Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o 'Brexit' (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.
Logo na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão, com efeitos em Outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido.