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Juncker não se demite apesar dos apelos
O presidente da Comissão Europeia não tem intenção de abandonar o cargo apesar das vozes que têm sugerido que o político luxemburguês, como líder da UE, tem responsabilidade na decisão dos britânicos.
"A Comissão não convocou o referendo", disse Schinas. "Quem tem de tirar conclusões disto é quem pediu o referendo. Nós trabalhámos para criar as condições para um acordo justo". O porta-voz garantiu, por isso, que o presidente da Comissão Europeia "não se vai demitir".
As declarações do porta-voz surgem em resposta a alguns apelos à demissão de Juncker, devido à alegada responsabilidade da União Europeia na decisão dos eleitores britânicos que, no referendo da passada quinta-feira, escolheram abandonar o bloco dos 28.
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung publicou esta segunda-feira um artigo de opinião onde defende a saída do político luxemburguês. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa apelou à demissão de Jean-Claude Juncker, por considerar que este não fez o suficiente para convencer os britânicos a ficarem na UE.
"Neste momento, não vejo que o presidente da Comissão Europeia seja a pessoa indicada para o cargo", afirmou Zaoralek, em declarações à estação pública de televisão. "Mas o problema não é só o Juncker. O problema das elites europeias é maior".
O Governo alemão, pelo contrário, deu o seu voto de confiança ao presidente da Comissão Europeia, mostrando-se convicto de que o luxemburguês será capaz de conduzir a UE no período difícil que se avizinha. O Executivo de Angela Merkel tem uma relação de confiança com Juncker e está convencido que este dará "um importante contributo" na liderança do projecto europeu, garantiu o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert.