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Merkel diz que é preciso travar saída de mais países da UE

No rescaldo do Brexit, a chanceler alemã prefere adiar o aprofundamento da Zona Euro e focar-se nos assuntos que fizeram crescer a onda de eurocepticismo: controlo das fronteiras, segurança interna e desemprego.

Angela Merkel é a Mais Poderosa 2015
A famosa pergunta que terá sido feita por Kissinger passou a ter resposta inequívoca. É a Angela Merkel que se telefona quando se precisa de resolver um problema na Zona Euro, na Europa, e até além dela. O seu poder é mais visível nos momentos difíceis. E é por isso que  regressa ao pódio em 2015. Foi ela que teve na mão a chave de soluções, embora precárias, para dilemas globais: a guerra na Ucrânia, a crise grega e o drama humano dos refugiados e imigrantes.
Paulo Zacarias Gomes paulozgomes@negocios.pt 27 de Junho de 2016 às 11:29

A chanceler alemã Angela Merkel avisa que é preciso impedir que outros países tomem o mesmo caminho que o Reino Unido, depois dos britânicos terem votado no referendo da passada quinta-feira pela saída da União Europeia (UE).


As declarações da governante, citadas à Reuters por duas fontes do partido de Merkel, foram feitas numa teleconferência com a direcção da CDU esta segunda-feira, 27 de Junho, quatro dias depois da decisão britânica de afastamento que levou à sucessão de pedidos em França, Holanda, Itália e Dinamarca para a realização de referendos semelhantes. No Reino Unido, a Escócia ameaça também renovar a consulta pública independentista que garanta a sua permanência na UE.


Na conversa com os dirigentes do seu partido, a chanceler germânica terá dito ainda que os mercados financeiros estão muito preocupados com a governabilidade da UE, numa altura em que as quedas voltam às principais praças europeias levando a banca europeia para mínimos de quatro anos, depois da derrocada de sexta-feira passada que apagou dois biliões de dólares em valor às bolsas, afundou a libra e agravou os juros da dívida.


Merkel acrescentou ainda que, perante o cenário de potencial desagregação do espaço agora reduzido a 27 Estados-membros, esta não é a ocasião para acelerar o aprofundamento da cooperação entre os 19 membros da Zona Euro e que a União Europeia deve focar-se sobretudo em preocupações como garantir a segurança das fronteiras, criar empregos e melhorar a segurança interna, assuntos que têm estado na base do sentimento eurocéptico no velho continente.

Um porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, garantiu também esta segunda-feira que não haverá lugar a discussões informais entre o bloco dos 27 e o Reino Unido tendo em vista os termos da saída dos britânicos da União e que a Alemanha vai aguardar que o pedido de desvinculação seja entregue por Londres, ao abrigo do artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que abre o período de dois anos de negociações sobre os termos da saída.

"Uma coisa é clara: antes que o Reino Unido envie este pedido, não haverá contactos preliminares informais sobre as modalidades de saída [da UE]," garantiu aquele responsável, citado também pela Reuters.

"Não vai haver tratamento especial, não haverá prendas", disse por seu turno Volker Kauder, o líder parlamentar da CDU/CSU, à cadeia de televisão ARD.

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