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Inquérito: Portugueses desiludidos com a compra e venda de casas em Portugal

Com a Comissão Europeia a sinalizar que os preços das casas deverão continuar a subir em Portugal, dois terços dos 5.052 proprietários e potenciais compradores inquiridos pela Imovendo responderam que as suas expectativas ainda não foram cumpridas este ano.

O Banco de Portugal anunciou uma alteração à fórmula de cálculo da taxa de esforço na concessão de crédito. A medida está em consulta pública.
Bruno Colaço
11 de Maio de 2024 às 14:24
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Ao contrário do que a Comissão Europeia esperava há seis meses, afinal, o aumento dos preços da habitação em Portugal deverá continuar a curto prazo, de acordo com o seu relatório de análise aprofundada às políticas dos Estados-membros relacionado com o Semestre Europeu, divulgado há pouco mais de duas semanas.

 

"Considerando também as restrições [da oferta] no mercado de imobiliário, é pouco provável [assistir-se a] uma forte redução dos preços das casas [como previsto no anterior relatório intercalar de Novembro]", explica a Comissão Europeia, acrescentando que, "se o investimento estrangeiro no mercado permanecer, há ainda o risco de o crescimento dos preços no imobiliário continuar a ser invulgarmente forte, aumentando os riscos para o futuro".

 

Na seguimento de Bruxelas afirmar que o preço das casas em Portugal vai continuar a subir, a "proptech" Imovendo realizou um inquérito para perceber a opinião de proprietários e potenciais compradores relativamente ao primeiro trimestre de 2024 sobre o mercado da habitação.

 

De acordo com os resultados obtidos a partir de 5.052 respostas, garante a Imovendo, 66% dos inquiridos viram as suas expectativas frustradas no início deste ano, no que toca à compra e à venda de casa – 47,2% responderam claramente que as suas previsões saíram completamente furadas, com 18,9% a sinalizarem que, apesar do logro no arranque de 2024, têm "boas previsões".  

 

A previsão de Bruxelas constitui um problema para metade dos inquiridos, que continuam a considerar o preço dos imóveis o fator de decisão mais relevante.

 

Quanto aos desafios que enfrentam no processo de compra e venda de casa, os inquiridos dividiram-se, tendo 32,7% atribuído responsabilidades à falta de oferta, 21,2% apontado o financiamento como principal problema e 13,5% culpado o processo burocrático.

 

Para quem vendeu casa em 2024, as condições financeiras foram o principal motivo, 13,9% fê-lo por mudanças familiares e 8,3% por motivos profissionais, num ano em que 60,4% dos participantes deste inquérito – realizado entre 26 de abril e 8 de maio – sente que o preço das casas subiu.

 

Esmagadora maioria considera que a revisão do Mais Habitação "devia ser uma prioridade"

 

E como descreveria a dinâmica entre a compra e venda de imóveis no primeiro trimestre? Mais de metade dos inquiridos (57,7%) considera  que houve mais oferta do que procura, com apenas 23,1% a apontar em sentido contrário, "o que, segundo a lei da oferta e da procura, justifica as constantes escaladas nos valores das propriedades", afirma a Imovendo, em comunicado.

 

Quanto ao perfil dos compradores, 49,1% das pessoas sente que são investidores, 30,2% afirma serem as famílias, 13,2% são jovens trabalhadores e 7,5% estrangeiros.

 

E sente que o novo Governo devia cumprir a promessa de rever o Mais Habitação? Uma esmagadora maioria dos inquiridos (81,1%) diz que o Executivo liderado por Luís Montenegro devia fazer da revisão desse programa "uma prioridade".

 

A consultora imobiliária salienta ainda a divisão fraturante registada quanto à restituição da política dos vistos "gold", com 45,1% a concordar e 41,25 a discordar.

 

Se pudesse escolher apenas uma medida para contribuir de forma positiva para o mercado imobiliário português, qual seria?

 

"Agilizar os processos de licenciamento nas Câmaras Municipais das grandes cidades"; "cooperativas de habitação a custos controlados e construção com apoios do Estado ou das Câmaras"; "baixar os impostos na compra, na venda e na construção"; ou "acabar com a especulação, o Governo fazer casas camarárias e aproveitar todas as casas abandonadas e as que estão fechadas há alguns anos. Só o Governo pode pôr mão neste problema. Um quarto custa 400 ou 500 euros por mês. Onde isto chegou...", foram alguns dos comentários recebidos pela Imovendo.

 

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